sábado, 3 de março de 2018

O ESTADO DA ARTE


          A diminuição da qualidade das sucessivas presidencias norte-americanas desde o fim da guerra fria tem vindo a evidenciar o progressivo abaixamento de qualidade das forças armadas dos E.U.A. O aumento do recurso às novas tecnologias para uso militar (drones, armas electrónicas, automatismo das plataformas, possibilidade de uso de armamento quimico e nuclear, etc. etc.) tem vindo a retirar ao factor humano aquilo a que os antigos chamavam de instinto ou vocação militar e colocado nas mãos de "freacks" da electrónica o que dantes era apanágio dos Rambos e daqueles que davam a vida pela Pátria (o que as actuais gerações desprezam e acham até ridiculo).  Estrategas militares como Napoleão, ou até mesmo Eisenhower, já não existem porque (dizem as novas lideranças) já não fazem falta. As guerras de hoje estão circunscritas e a estratégia já não é geográfica, mas ideológica. Ganham-se almas e adeptos através da televisão como se dum vulgar match se tratasse e as verdadeiras lutas são pela sobrevivencia dos empregos e dos estatutos sociais e materiais de cada um.
         Prova disso são o incremento dos acidentes causados por distracção inaceitável dos respectivos utilizadores ou pelo uso desajeitado do material que lhes está confiado (e no qual eles cegamente confiam) -  causas maiores dos desastres com armamento militar -  que comprometem as missões e diminuem os niveis de prontidão das várias forças armadas pelo mundo fora. Não é por acaso que o pacifismo alastrou no mundo e tambem por isso o empenhamento nas missões militares vai escasseando de geração em geração em todo o lado. Veja-se, por exemplo, as causas humanas dos abalroamentos de navios de guerra no mar ou o desleixo em que se encontram o pessoal e os paiois nas unidades militares em terra ou a ocorrência de acidentes com aviões de combate por desgaste de material ou por mau uso dele em voo. As gerações de hoje já não creem que as guerras que interessam sejam travadas entre exercitos ou marinhas. As verdadeiras guerras (pelo bem estar ou pelo sucesso pessoal de cada um) são travadas nas ruas das grandes cidades ou nas televisões generalistas e são conduzidas demagogicamente por politicos de alpercata e de lingua fácil.
          A propagação das armas de dissuasão nuclear e a pulverização do poder militar por vários focos, limitam a possibilidade de confrontações militares de grande envergadura e criam na mente dos homens a sensação de que a vida é eterna mas ao mesmo tempo voluvel. Hoje ninguem se imola pela guerra (a não ser os fanáticos) nem ninguem se oferece para combater (a não ser os indigentes). As forças armadas são uma necessidade (como o hino ou a bandeira nacionais), mas não servem para preservar a independencia dos Estados ou para conquistar territórios ou aumentar o poder. Disso se encarregam os politicos com as suas manhas e negociatas. Toma lá soberania a troco de dinheiro para gastar. As grandes preocupações já não são o dominio territorial ou o controle de partes do mundo. Hoje o que interessa é a influencia. Influencia nos media, influencia na politica, influencia nos negócios. Quem tem influencia é grande e forte; quem não tem é fraco e desprezivel. Isto aplica-se aos homens e aplica-se aos países. As forças armadas são (como se dizia antes) o povo em armas. Se o povo é forte, as suas forças armadas reflectem isso; se é fraco é o contrário.

               ALBINO  ZEFERINO                                                                               3/3/2018

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