domingo, 8 de setembro de 2013
A GUERRA NA SÍRIA
O ambiente de grande tensão que hoje se vive em resultado das declarações do presidente americano de que iria retaliar o governo sírio na sequencia dos bombardeamentos perpetrados com armas quimicas por forças governamentais contra a sua própria população abatendo milhares de civis inocentes, não augura um futuro próximo de tranquilidade e de paz para o mundo. Sabe-se que esta decisão não é pacifica nem sequer junto dos americanos, mas sobretudo que não é apoiada pelo Conselho de segurança das NU que, necessitando da unanimidade dos seus membros permanentes, conta com a oposição russa e chinesa (cada qual por motivos diferentes). No rescaldo da reunião do G20, em S.Petersburgo (onde o impasse não se desfez), Obama voltou a declarar que aguarda a luz verde do Congresso para atacar as 53 bases de lançamento daquelas armas na Síria, na forma de retaliação selectiva contra Assad.
O argumento americano de que, mesmo sem o apoio formal das NU, irá atacar pois não é possivel ao mundo civilizado deixar passar esta escandalosa violação da lei internacional, leva a pensar nas verdadeiras razões que estarão por detrás desta atitude, cujas consequencias poderão perturbar a paz mundial. Com o descontrole da situação que se verifica no Egipto em resultado do golpe de Estado que derrubou Morsi e a Irmandade muçulmana, os americanos receiam que o equilibrio precário da região conseguido após a guerra dos seis dias com o acordo israelo-egipcio possa ser prejudicado, abrindo as portas ao Irão que, com um novo governo mais duro, consiga desta vez controlar o Médio-Oriente. Na impossibilidade politica de atacar o Irão, os EUA vêm agora na débil Síria (e no desesperado Assad) o pretexto para intervir na zona impedindo a destruição de Israel pelos iranianos com o seu potencial bélico.
O que poderá passar-se então? Perante um bombardeamento selectivo de Tomahawks lançados do mar pela 6ª esquadra americana sobre as bases de armas quimicas sirias, a retaliação siria sobre Israel será imediata (Assad já fez declarações neste sentido). Com o pretexto de impedir que Israel retalie sobre os vizinhos (onde se refugia o Hezzbolah), o Irão lançará um ataque maçisso sobre Israel provocando uma imediata reacção americana sobre o Irão. E assim começará a adiada guerra pelo controle do Médio-Oriente. Os russos (a partir da sua importante base militar na Síria) ficarão naturalmente envolvidos e a UE fingirá não ter nada a ver com a questão. Só que vivem 40 milhões de muçulmanos árabes em território europeu. Será que fingirão tambem não ver? Duvido.
ALBINO ZEFERINO 8/9/2013
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