terça-feira, 4 de outubro de 2016

PORQUE SERÁ QUE A EUROPA PARECE ANDAR A IMPLICAR COM PORTUGAL?


         
               Quem como eu leia os jornais e veja a televisão regularmente poderá perguntar-se porque razão anda a Europa a implicar constantemente connosco, agora que temos um governo que funciona, tem apoio parlamentar, é de esquerda e obedece às imposições comunitárias como os anteriores,sem ser como eles eram. Se não é implicação, parece!
                A malta anda contente com as reposições do poder de compra que os malandros da direita lhe tiraram, voltaram os feriados e as pontes e baixou o IVA da restauração (apesar de nada se sentir nas contas dos restaurantes), os hospitais lá vão funcionando mesmo com as deficiencias provocadas pelo governo anterior, as escolas gratuitas abriram a horas, os subsidios vão pingando e a cada orçamento a malta é beneficiada (menos IVA, menos IRS, mais subsidios, mais apoios sociais). Não há greves nem manifestações. Enfim, uma alegria!
               O Costa tem sido,apesar do que diziam dele, um génio. Conseguiu destronar a direita que parecia de pedra e cal com o Passos Coelho e o Portas ao leme e, alem disso,conseguiu o apoio da esquerda descontente e reivindicativa, sem faltar às obrigações que os mercados nos impõem. É obra!

Então porquê esta má vontade europeia?Oseuropeus estão com receio que tanto"bodo aos pobres" possa prejudicar a recuperação económica portuguesa,que tantos esforços exigiu aos portugueses durante o periodo da troika. É que, por cada benesse recuperadapela malta ou criada por esta geringonça que nos governa custa ao erário publico um balurdio e provoca um rombo nas contas publicas que vai alargando e que, esse sim, assusta os credores, os mercados e a UE. Não é por acaso que a nossa divida publica nãopára de crescer dia a dia e que só através de aumentos desmesurados de impostos (que naturalmente recaem sobre quem possuiu alguma coisa) se vai podendo ir tapando os buracos que estas medidas demagógicas provocam. Tambem os juros a pagar por essa divida monstruosa (o que hoje produzimos já não chega só para pagar os juros dessa divida monstruosa) têm vindo a aumentar reflectindo a desconfiança crescente que os nossos credores manifestam quanto à nossa capacidade em pagar tal divida. E não será conseguindo um perdão de divida (ou de parte dela) como apregoam as gajinhas do bloco ou os"entendidos"do PC que iremos levantar cabeça. Os montantes são descomunais e enquanto os credores não "descobrirem" alguma forma de solucionar este dilema (sem pagamento da divida não há crescimento e sem crescimento continuaremos indigentes perante terceiros) não será possivel sair desta camisa de onze varas.
               A diferença entre Costa e Passos é só uma,mas é essencial. Enquanto que Passos acreditava que uma politica da rigor e de austeridade conseguiria fazer sair Portugal do atoleiro em que se encontra e por isso lutava, Costa, mais cinico, já sabe que nada pode fazer para inverter a situação, limitando-se a fingir à esqueda e à direita que conduz a barca, dizendo a uns o que querem ouvir e a outros o seu contrário, empurrando os problemas com a barriga e fingindo sucessos onde apenas há fogachos. Em terrra de cegos (ignorantes, incultos, analfabetos tecnológicos e perguiçosos) quem tem um olho (porque só de um olho vê) é Rei.

                      ALBINO  ZEFERINO                                                     4/10/2016

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