segunda-feira, 25 de setembro de 2017

A OESTE NADA DE NOVO


          As eleições de ontem na Alemanha fazem vir ao meu espirito o famoso livro "Am West nichts neues" de Erich Maria Remarque, de 1929, onde o célebre autor alemão descreve de forma sublime os limites da natureza humana em tempos de terror e de guerra.  Efectivamente, a esmagadora vitória da direita num país tradicionalmente de esquerda como é a Alemanha, leva-nos a reflectir sobre o que se estará a passar no imaginário dum povo que foi devastado por duas grandes guerras mundiais e que conseguiu renascer das cinzas depois de ter sido praticamente apagado do mapa.  Gente aguerrida mas sem chama, os alemães são conhecidos pela determinação na prossecução dos seus propósitos, assentes no trabalho árduo do corpo e na disciplina férrea das mentes. "Mens sana in corpore sano" diziam os romanos, a quem os alemães foram buscar o "ethos".  Contudo, tal como Remarque diz no seu "A Oeste nada de novo", as eleições de ontem nada de novo trouxeram ao panorama politico alemão que não tivesse sido a confirmação do desejo dos alemães na prossecução da politica de direita da Sra. Merkel, rejeitando liminarmente a nova proposta da esquerda democrática personificada no esforçado Schultz, novo lider dos socialistas alemães.  Unica novidade, mas mesmo essa previsivel, foi a chegada ao Bundestag da nova extrema-direita alemã, já presente em 13 dos 17 parlamentos federados.
          Vitoriosa mas não contente (falta-lhe a maioria absoluta para fazer o que quer) Merkel continuará a enfrentar a crescente oposição às suas politicas de imigração, quer na Alemanha, quer fora dela.  O pesadelo dos imigrantes extra-europeus e o crescimento da população muçulmana (a maioria já nacionalizada) continuarão a ser os quebra-cabeças da Senhora Europa que obteve pela tereira vez consecutiva uma vitória em eleições democráticas nacionais.  Que a sorte lhe sorria, pois sorrindo trará alegrias à Europa, desavinda e entregue a funcionários cinzentões poliglotas. Sem Merkel ao leme a escuna europeia soçobrará pela certa.
          Nós por cá bem e contentinhos (a sair do caixote do lixo mas ainda sem banho tomado) aplaudimos (embora com a mão esquerda em riste) esperando que a nova Dama de Ferro não se esqueça de nós, malgré Schauble que ela não dispensará pela certa.
          A Oeste nada de novo portanto.

        ALBINO ZEFERINO                                                                                               25/9/2017
         

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