sexta-feira, 22 de setembro de 2017

ESTRUTURA E CONJUNTURA : CAUSAS E CONSEQUENCIAS


          Muitos de nós - obnubilados com as bonitas frases provenientes de excitados propagandistas da nossa praça - confundem razões estruturais com circunstancias conjunturais e ainda as causas com as consequencias das coisas ou das situações que se lhes apresentam. Causas são, como se sabe, a origem de determinado facto ou situação; consequencias são o resultado ou o efeito desse facto ou dessa situação. Por vezes não é fácil fazer a correlação da causa com a consequencia de determinado facto ou situação, seja pela dificuldade que sentimos em relacionar as causas com as consequencias do mesmo facto ou da mesma situação, seja pela forma demagogica como esse facto ou essa situação nos são apresentados por inescrupulosos propagandistas que cada vez mais abundam na comunicação dita social e que deliberadamente confundem os nossos espiritos e a nossa capacidade de entender e de decidir sobre determinado facto ou situação.
          Relacionada com esta dicotomia circunstancial e com ela frequentemente confundidos existem os elementos estruturais e os elementos conjunturais desses factos ou dessas situações que constituem a sua própria razão de ser.  Determinado facto ou situação surge porque é estrutural à observação que se está realizando ou porque se insere na conjuntura temporal dessa mesma observação.  Estrutura é assim a própria substancia do facto ou da situação que se observa, enquanto que a conjuntura é o conjunto aleatório de elementos ou de acontecimentos exteriores a esse facto ou situação que influenciam a observação desse mesmo facto ou dessa mesma situação.
          Quando se diz, por exemplo, que determinada acção governativa foi objectivamente positiva por causa da politica seguida pelo governo que está conjunturalmente no poder naquela altura, ao vulgar observador é muito dificil desmentir tal afirmação. A politica é o que parece ser e não o que é de verdade. Por aqui se pode ver como é fácil usar a demagogia. Observados os fenómenos mais de longe e sobretudo mais dinamicamente podemos constatar que determinada acção - por vezes até obrigando a sacrificios e a privações das pessoas em geral - produz os resultados positivos pretendidos mais tarde beneficiando o governo seguinte e virando contra o anterior (o verdadeiro autor do processo regenerador produtor de resultados objectivamente positivos para o país) o opróbio de nada ter feito que produzisse os resultados só agora verificados.
          Por outro lado, o relacionamento soez entre causa e efeito e estrutura e conjuntura produz a ilusão de que tudo vai bem abrindo as portas aos gananciosos e aos inescupulosos que, aproveitando-se da paz podre instalada, esbulham desavergonhadamente os ganhos circunstanciais dos efeitos positivos de politicas de rigor e contenção levadas a cabo por anteriores governos conscenciosos e trabalhadores.
          Não nos iludamos com quimeras e fogachos esparsos que se apagam num ápice. O turismo vai como veio, sem esforço e sem determinação (basta que volte a paz ou que comece o terrorismo em Portugal); as exportações não reflectem aumento do PIB (os nossos portos estão a ser usados por terceiros por motivos circunstanciais); enquanto não prosseguirem as reformas estruturais iniciadas na época da troika e ainda não terminadas nada de estrutural (ou seja permanente, imutável ou irreversivel) será feito. A inflação espreita e os rendimentos são esbulhados pelo fisco. Cada vez há menos ricos (os verdeiros já cá não estão, Belmiro, Soares dos Santos, Amorim) os riquinhos deixaram de o ser e a horda dos remediados que vivem da segurança social não cessa de aumentar. Pobres, pobres, há de facto cada vez menos mas graças à UE que financia indiscriminadamente os verdadeiros sem-abrigo (calões profissionais) e os terroristas vindos doutras terras com passaportes civilizados. Não cruzemos os braços rindo alarvemente à passagem dos novos senhores. Obriguemo-los a trabalhar séria e honestamente em favor do povo sacrificado, mas não como Catarina e Jerónimo apregoam. Esses querem é acabar com aquilo que ainda subsiste de bom e que graças à preclitante UE ainda cá vai chegando. Rezemos à Senhora de Fátima para que a conversão que já chegou à Russia venha agora para cá que muita falta nos faz.

       ALBINO  ZEFERINO                                                                                                  22/9/2017

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