sexta-feira, 18 de julho de 2014
SENT OF WAR
O cheiro a guerra paira no ar poluído deste mundo de contradições e de conflitos. Por todo o lado se vêm e ouvem focos de discórdia entre os homens, sejam de natureza politica ou religiosa, social ou étnica, económica ou financeira. Discórdia entre os homens existe desde que há humanidade. Mas para combater esse flagelo inventou-se a concertação e a negociação. Sem estas, as discórdias entre os homens conduzem ao confronto e à guerra. Verifica-se porém, neste principio de século, que a intransigencia instalada nos espíritos dos homens vem dificultando cada vez mais o uso da moderação e da inteligencia para dirimir os conflitos que constantemente afluem nas relações entre as pessoas, as sociedades, as nações, as etnias ou mesmo os extractos sociais e económicos donde provêm os contendores.
À constituição de grandes grupos de Estados em organizações internacionais destinadas à prossecução de interesses comuns, como a União europeia por exemplo, esteve subjacente a ideia de concertação ou negociação permanente entre os seus membros como forma de se evitarem as guerras e os confrontos entre as nações e as socieedades. Do mesmo modo, o nascimento da NATO, como organização militar internacional, no rescaldo das duas mais mortíferas e destruidoras guerras mundias do século passado, obedeceu a intenção semelhante. Hoje, porém, mais de 70 anos decorridos sobre esses trágicos acontecimentos, parece que as gerações que não os viveram se esqueceram (ou nunca aprenderam) que não há outra forma de dirimir pacificamente os conflitos entre os homens que não seja pela negociação e pela a concertação dos interesses em confronto.
O eterno conflito no Médio-Oriente, as escaramuças territoriais na Ucrânia, o impassse na federalização indispensável da Europa, o aumento do fosso entre ricos e pobres no mundo, a "invasão" pacífica dos muçulmanos em França e nos países limitrofes, o desaire das primaveras árabes na África do Norte, o descalabro étnico e social no Iraque e na Síria, o alastramento do negócio da droga no México, a desilusão de Dilma no Brasil e a de Obama nos EUA, o crescimento economico assustador da China, o regresso aos métodos sovieticos de Putin na nova Russia, a transferencia dos grandes negócios mundiais para o eixo Hong-Kong, Singapura e Xangai, em detrimento de NovaYorque, Londres e Frankfurt, etc. etc. tudo isto são sinais de que as relações entre os homens e as nações experimentam hoje perigosa viragem prenunciadora de conflitos regionais passiveis de se transformarem num conflito mundial de incalculáveis consequencias.
E nas grandes cidades europeias? Como vivem hoje as pessoas? Ao progresso científico indiscutivel verificado nestes ultimos anos desde a viragem do século, quer na informática, quer na medicina ou na robótica, quer no ambiente ou na energia, não correspondeu um acréscimo na qualidade de vida das pessoas. Pelo contrário, o que se nota é uma cada vez maior "guetização" das populações urbanas, que se agregam por classes (já não sociais no sentido vitoriano do termo, mas mais pelo nível de vida de que disfrutam) empurrando os chamados imigrantes (e equiparados) para os suburbios das grandes cidades, onde vivem pior do que os seus progentitores viviam no século passsado, no campo tratando das couves e das galinhas. Será que este equilibrio instável, que gera incompreensões e injustiças, acirrando invejas e vinganças recalcadas, não degenará num conflito de natureza social e economica, impulsionado pelos sucessivos escandalos financeiros que a comunicação social engrandece na sua ânsia de procurar audições, e poderá vir a ser o prenuncio do fim desta civilização que conhecemos e que está dando sinais de evidente derrocada? Queira Deus que não!
ALBINO ZEFERINO 18/7/2014
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