sábado, 17 de janeiro de 2015

O PERIGO TERRORISTA


          Neste principio de século temos que nos ir habituando àquilo a que muitos já chamam de terceira guerra mundial. Se repararmos com mais atenção verificamos que o mundo de hoje deixou de ser um local seguro para viver e que o vulgar cidadão (seja em Lisboa, Luanda, Rio, Budapeste ou Paris) já não pode passear sossegado nas ruas e nos jardins ou viajar descansado de um lado para o outro, como os seus pais antes faziam. Hoje só se está seguro em casa, entre muros ou escondido dentro de condominios fechados ou locais confinados. O homem receia o seu semelhante, como receia a fera à solta ou o inimigo oculto. Ninguem está livre de ser vitima de um atentado ou de um roubo,como ninguem está vacinado contra o cancro ou contra qualquer outra doença incurável.
          O relacionamento entre os homens (que é uma caracteristica do animal racional) deixou de ser usado como forma de desenvolvimento social e de busca da felicidade, tendo-se tornado numa simples forma de obtenção de beneficios ou de resultados. Só me relaciono com os que me poderão trazer algum beneficio e so me entrego a alguem ou a alguma coisa (fisica ou espiritualmente) se dessa entrega resultar algum beneficio ou vantagem para mim. Tudo isto é facilmente perceptivel quando saimos da nossa rotina protectora e nos lançamos na aventura duma nova descoberta, seja ela material ou tenha natureza espiritual. O homem é por natureza insaciável e nunca está satisfeito com aquilo que a sua vida lhe proporciona. Quer sempre mais, quer sempre descobrir coisas e sensações novas, quer sair da rotina mas por outro lado, quando sai, fica receoso de perder a segurança que entretanto largou.
          Esta indecisão,caracteristica do ser humano,torna-se perigosa quando o homem se lança no desconhecido sem saber exactamente porque o faz e com que objectivo o faz.Por isso fomos os primeiros a nos lançarmos ao mar desconhecido em busca de novos mundos.Entalados entre o mar e um vizinho ameaçador, fugimos para a frente. Resultou porque havia uma estratégia. A estratégia inglesa personificada no Infante (que tambem era ingles) de encontrar novos mundos foi concretizada pelos portugueses ao encontrarem novas terras e novas riquezas. Hoje não se quer descobrir nada;o que os terroristas querem é destruir o que os outros têm e eles não conseguiram ter.
          Asguerrascivisna Síria e no Iraque, que se tornaram terreno fértil para as frustrações dos islamistas, cansados do desaire que as primaveras árabes e a eliminação de Bin Laden (espécie de profeta dos nossos tempos)trouxeram,têm servido para assustar os povos ocidentais bem instalados nas suas cómodas vidas que os guerrilheiros ambicionavamantes de se tornarem guerrilheiros. A guerrilha foi transferida para o seio dos ocidentais como vingança contra eles. Já que não consigo ser como eles então vou destrui-los,parece ser o lema presente no espirito destes novos guerrilheiros do novo século. Onde, como e quando serão eles contidos é a grandeincógnitaque paira nas mentes ocidentais e o grande desafio dos governos em funções.

                                     ALBINO ZEFERINO                                     17/1/2105

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