segunda-feira, 13 de abril de 2015

O NOVO CICLO


          Com a chegada da Primavera iniciou-se o preâmbulo do novo ciclo politico que irá definir o Portugal dos próximos anos. É a despedida dos Cavacos, dos Passos e dos Portas, já que os Sócrates, os Guterres e os Barrosos há tempo que estão arrumados. Marcelos e Santanas ainda mexem, mas só até ao Verão. Depois de férias, outros galos cantarão. Um deles, mais apressado e talvez mais ousado, já saiu da capoeira. Refiro-me ao tal Nóvoa (que até já tem cognome, o Reitor) sob cuja candidatura vão dançar, xuxas, comunas e blogueiros, uns agarridinhos aos outros numa orgia de alegria enebriante e de bebedeira épica, sonhando com o novo Prec, que se adivinha após o duo eleitoral da época. Outros aparecerão, mas cedo passarão à história engolidos pela onda solidária que se formará atrás do nóvel Nóvoa que, aos ombros do trio dos velhotes Soares, Sampaio e Eanes, dará o tom aos novos amanhãs que cantam. Cá mais em baixo, sorrindo matreiramente, Costa exulta, pois sabe que, sem a sua iniciativa, nada se fará. E o que fará ele?
          Depois de unificado o partido, desmembrado pelas vergastadas dos inconformados seguristas (agora já todos costistas), o novo PM avançará sozinho, à Guterres, com apoios à esquerda (com quem à cautela fez acordos secretos) e à direita (agora com o amigo Rio a comandar o que ficou do PSD) e a única oposição do CDS (sob o comando de Pires de Lima, agora que Portas foi de sabática) empenhado em cescer à séria, ambicionando tornar-se no Front National portugues. Sempre com os olhos postos no Syrisa, Costa manobrará (nisso ele é mestre) para evitar os escolhos onde Tsirpas ia encalhando e, embalando na sua voz suave o pateta do Juncker, lá o irá convencer a mandar para cá os fundinhos com os quais vai "epâter le bourgeois" lusitano. Com o apoio aberto do bloco e a abstenção encapotada do PC e do PSD do amigo Rio, Costa aguentará o tempo que Nóvoa determinar, ou seja, até às eleições legislativas seguintes (2019). Até lá, enquanto o pau vai e vem, folgam as costas.

                                       ALBINO ZEFERINO                                            13/4/2015

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