sábado, 15 de agosto de 2015

EUROPA 2020


          Com esta designação 2020 quer-se apresentar a Europa à malta como uma tentativa bacoca (própria dos presidentes da Comissão, este e o anterior) de um projecto de desenvolvimento cool, à la mode, feito por jovens e para jovens, portanto, virado para o futuro.
          2020 é daqui a 5 anos. Será que daqui a 5 anos a Europa estará diferente do que é hoje? Eu diria que sim, mas não como os inventores do programa 2020 vaticinaram. Então como estará a Europa dentro de 5 anos?
          Dentro de 5 anos a crise não terá passado, os bancos continuarão em reestruturação, ainda não se terá crescido suficientemente para descolar e acima de tudo continuaremos ameaçados pela emigração cada vez mais feroz à medida que a ferocidade da guerra donde fogem aumenta. A rebelião siria ter-se-à transformado em guerra aberta contra o Ocidente cristão em consequencia da submissão xiita à pressão sunita dominante. Os russos de Putin são agora os árbitros da contenda substituindo a NATO moribunda, após o incio da presidencia americana de Hillary Clinton. A frente turca estará ao rubro com a resistencia do PKK apoiado pelos sunitas iraquianos e a velha Merkel já nada pode fazer para ajudar Erdogan. A UE continua com os seus Conselhos dedicados à salvação da Grécia, agora comandada por uma coligação mais friendly do que a do Syrisa, mas sem a convicção que as resisitencias de Schauble (já desparecido) lhes incutia.
          O problema maior já não é a Grécia, nem sequer a Espanha que (com Portugal à ilharga), parece ter regressado ao rotativismo politico costumeiro a à lenga-lenga dos subsidios comunitários. O grande problema que a Europa 2020 enfrenta é a invasão descontrolada dos pobres diabos fugidos da guerra provocada por um ISIS sem freio nos dentes (verdadeira 3ª guerra mundial) apoiado por uma Arábia saudida exângue (o preço do barril do petróleo fixou-se abaixo dos 15 dólares) e ciosa de voltar a controlar o Ocidente (sobretudo os EUA) que desde que Hillary subiu ao poder na América e os começou a votar ao desprezo.
          A NATO está em degradação acentuada (embora não declarada) e já nada pode fazer para suster os ataques do PKK apoiados pelos sunitas iraquianos contra a Turquia ameaçada de invasão. Aviões americanos provenientes das bases na Alemanha e na Turquia e dos submarinos nucleares estacionados no mar Egeu e no estreito de Ormuz sobrevoam território turco ao abrigo do artº 5º mas nada podem fazer face à ameaça velada dos MIG russos, que os observam de dedo no gatilho, voando baixinho.
         A emigração extra-europeia em direcção à costa sul da Europa (não só proveniente do Médio-oriente onde a guerra está mais acesa, mas sobretudo do norte de África (Libia, Egipto e Tunisia) onde chusmas de negros da África central se concentram lutando entre si por lugares nas barcaças que não cessam de atravessar o Mediterrâneo) prossegue em ritmo descontrolado. As escaramuças -algumas até violentas registando mortos e feridos - nas fronteiras de Ceuta e de Melilla, opondo guardia civil e emigrantes desesperados, ajudados furtivamente pela policia marroquina, acontecem diariamente. Verificam-se desembarques constantes, já não apenas em Lampedusa mas nas ilhas gregas e no Pireu e até na costa do sol espanhola e nas Rivieras francesa e italiana. Ao Algarve já começaram tambem a aportar algumas lanchas desviadas pela guarda costeira espanhola a partir de Gibraltar, com o beneplácito das autoridades britanicas locais. Já se perdeu a conta às estatisticas da emigração extra-europeia e a ocupação das grandes cidades europeias por esta população é impossivel de conter. Já não se confinam só aos bairros periféricos como dantes, mas os centros de Londres, de Paris, de Madrid, de Milão e até de Berlim regurgitam de vagabundos esfomeados e barulhentos. Os partidos politicos mais radicais já começaram a aproveitar-se desta gente (alguns nem percebem o que se lhes diz) para as manifestações de protesto que constantemente organizam nas ruas das grandes cidades. A vida na Europa deixou de ser agradável para os europeus que cada vez mais emigram para a Austrália, para a Nova Zelandia ou para o Canadá, cansados do desassossego e da insegurança em que a vida na Europa de 2020 se tornou. A UE está a marcar passo desde 2008 e cada vez mais os seus recursos são desviados para os subsidios de desemprego e de carácter social que a população envelhecida reclama e os novos emigrantes exigem. A Europa de 2020 está nas últimas!

                              ALBINO ZEFERINO                                        15/8/2015
         

2 comentários:

  1. Concordo com o geral do conteúdo deste teu texto...
    No entanto, tornando-se a Europa um sítio mau para os Europeus, mais vale começar a acabar com este projecto megalómano, irrealista e, nítidamente fora de prazo...!
    Abraço.

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    1. Obrg Zé Maria. Se isto continuar assim o melhor é bazar. Mas para onde?
      Abraço.

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