quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
A DESINTEGRAÇÃO DA GERINGONÇA
Duma forma definitiva, mas através de palavras doces, o Comissário europeu,o socialistafrances de nome moscovita, encarregado dos assuntos financeiros da UE, foi claro nas criticas ao fraco desempenho (eu chamar-lhe-ia errático) do actual governo portugues da geringonça. Pondo o dedo na ferida (ou seja, atingindo o governo socialista portugues no seu contraditório apoio parlamentar) Moscovici acusou Costa de não ter prosseguido com as reformas estruturais iniciadas (dir-se-á timidamente, é certo) pelo governo Passos durante a famigerada visita da troika a Portugal. Mas como poderia o homem prosseguir as reformas dum sistema implantado há anos precisamente por aqueles que hoje o apoiam e que constituem o sustentáculo do aborto governativo que a inteligencia preversa do ambicioso Costa inventou?
Vamos então por partes. Começando pelo principio, dir-se-á que a reforma base (ou seja, a bancária) ainda não começou em Portugal. Para além da venda de algumas unidades a capitais estrangeiros (sobretudo a espanhois, não viessem chineses ou angolanos invadir território comunitário) o essencial ainda não foi feito: o desmantelamento definitivo dos destroços do grupo BES e a privatização da Caixa (CGD). Num sistema liberal não faz sentido existir um banco do Estado nem se justifica protecção estatal a falencias fraudulentas. O ministro das Finanças está na berlinda e não fora a inexplicável vitória do défice já o homem estaria a pastar noutras pastagens. Continuamos todos iludidos quanto à bondade do aborto governativo que está no poder em Portugal e que só a passividade bovina do povo portugues tolera, sem perceber que não é possivel andar para a frente com as rodas travadas. Como é possivel dizer-se que se está no bom caminho se ainda não saimos da linha de partida? Os socialistas afirmam-se europeus, porem, dependendo dos comunistas e afins para não desaparecer do mapa, nada podem fazer de essencial no sentido de implementar as politicas europeias em Portugal. Parece uma contradição e é mesmo.
Continuando nas Finanças, mas agora no Fisco, é extraordinário como esta malta finge que avança, recuando e diz reformar, conservando. Agora o grande tema é a fuga ao Fisco. Só faz sentido falar-se em fuga quando há limitações à circulação de capitais. A transferencia de capitais para outras áreas onde o regime fiscal é mais favorável é perfeitamente legitima e legal e é baseada na livre concorrencia, principio base da politica economica e social europeia. É uma fraude falar-se em fuga ao Fisco quando o que há a fazer para evitar a transferencia legitima de capitais é dar condições aos seus detentores iguais às dadas pelas administrações dos locais para onde esses capitais foram transferidos. Só assim se promove o investimento e só assim se atraem capitais para a criação de emprego e para o desenvolvimento sustentado. Apostaria que a maior parte do capital transferido pertence a multinacionais sem dono e não a hipotéticos milionários portugueses que já desapareceram na voragem socio-comunista que governou este país nos ultimos anos.
Noutra áreas da governação a bandalheira é a mesma. Por exemplo, na Justiça. Estas almas não descansaram enquanto não reverteram as reformas iniciadas (tardiamente e parcialmente, é certo) pelo governo anterior. O redesenho do novo mapa judiciário voltando a criar tribunais onde já não se justificava, apenas para dar satisfação aos eleitorados locais de maioria comunista ou afim, veio comprometer a politica de reorganização do território iniciada pelo governo anterior e que obedecia a uma estratégia integrada de descentralização adminsitrativa (e não politica como esta malta agora pretende, opondo regiões umas às outras em vez de as integrar) envolvendo vastas áreas da administração publica (educação, cultura, transportes, saude, etc.etc.) como previsto nos tratados europeus e se espera de governos de países empenhados no desenvolvimento duma Europa progressiva e forte.
Por outro lado, a cada vez maior independencia que se vem dando à Procuradoria da Republica, deixando ao critério errático e laxista dos seus agentes a investigação dos cada vez mais numerosos e complexos casos de corrupção jamais alguma vez vistos em território nacional (operação Furacão, por exemplo) não abona em nada a administração da Justiça em Portugal, prejudicando o investimento estrangeiro e a atractividade turistica por parte de agentes mais sofisticados. O turismo portugues tem efectivamente crescido mas á custa de uma maior rotatividade de turistas de baixo consumo e de curta duração, quando o que se pretende é precisamente o aumento dos turistas ricos que se fixem em Portugal através de investimentos duráveis e estruturantes.
Na área da Segurança Social e do Trabalho o logro é o mesmo. A injustificada fama de salvador do sistema de segurança social vigente em Portugal de que goza o actual responsável politico do sector é outro embuste. O sistema está falido a prazo e enquanto não se abandonar a dicotomia do emprego estável/emprego precário, mais depressa a segurança social fica sem disponibilidades para tantas solicitações. As várias tentativas para a reforma do sistema têm caido em saco roto pela teimosia intransigente do partido comunista que controla a área desde 1974 e que se agarra como uma lapa aos sectores ainda sob seu contole (alem deste os transportes e comunicações) com quem é impossivel negociar seja o que for. Atente-se na novela da privatização da TAP e na concessão privada dos transportes urbanos, por exemplo. Não é por acaso que a Intersinindical nunca comparece na Concertação social. É para não haver hipótese de ceder seja no que for. Os comunistas são preversos não por constituirem uma raça à parte, mas porque a sua ideologia é uma religião na qual estão embebidos e tal como os jihadistas são capazes de dar a vida por ela. Por isso é que a geringonça nunca teve hipóteses de vingar. E agora está cada vez mais à vista. Marcelo sabe disto mas disfarça enquanto pode. Pela primeira vez abriu uma fresta a este seu pensamento na entrevista meio a brincar meio a sério que deu como antigo comentador televisivo na festa dos 40 anos da TVI.
Outras áreas governativas estão na mesma: Educação (o ministro mais parece um sindicalista às ordens do Nogueira da Inter), Interior (a Constancinha é cavalgada alternadamente pela GNR e pela PSP), Ambiente (o palhaço do ministro é embarretado dia sim dia não pelos ambientalistas e agora pelos espanhois da Endesa e da Fenosa, concessionários de Almaraz), Defesa (a maçonaria prepara-se para entrar em força no Estado Maior General das forças armadas a partir do próximo ano), Cultura não existe,Obras Publicas não há, FundosEstruturais tardam em chegar. Porque será?).
ALBINO ZEFERINO 23/2/2017
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Bravo Albino, panorama bem esquematizado, mas estamos completamente dependentes do exterior para qualquer alteração à ordem existente. Ou: 1. Geert e Marine vencem, euro vai passear, fim dos resgates, geringonça pró galheiro; 2. Ambos perdem, statuo quo mantém, geringonça vai à revisão, muda óleo,filtros e platinados, mais 15.000 discursos e sessões do parlamento, PSD e CDS a calmantes....
ResponderEliminarQue mais nos irá acontecer!!! Amaral Neto 23/2/2017