quinta-feira, 27 de julho de 2017

PORTUGAL ESTÁ A ARDER


          Portugal está a arder. Literal e supostamente. Enquanto o fogo ardente consome as matas lusitanas, o governo da geringonça continua preclitante e desajeitadamente o seu caminho sinuoso em direcção ao precipicio.  Tal como não é possivel combater eficazmente o fogo que as alterações climáticas empurram desapiedadamente para este cantinho da peninsula ibérica (estou em crer que dentro de alguns anos o território que hoje - e desde Afonso Henriques - é vulgarmente conhecido por Portugal será um deserto como o Sahará ou como o Mojave) tambem não é possivel governar um povo hibrido, hesitante, voluvel e ignorante duma forma arrevesada, incerta, dependente das circunstâncias do momento e refém de cedências tácticas a franjas da sociedade que nada representam senão as frustrações e os extremismos dum povo imberbe mas velho de séculos. Estamos condenados ao desaparecimento a prazo como Nação (sem território viável nem população homogénea) entregues aos caprichos duma natureza impiedosa e voraz e às manhas e façanhas dum aventureiro de pacotilha vindo do oriente, cuja desenfreada ambição não conhece limites nem entraves éticos ou morais.
          Já não há nada a cuidar nem a oferecer (a não ser arranjinhos para os amigos venham de onde vierem) nem nada a defender ou a conquistar (como no passado). Tudo está vendido ou para vender e o dinheiro daí resultante dissipado em prebendas para os vendedores e para os seus intermediários. Enquanto que a turba ululante dos novos pobres reclama por comida para os seus filhos, os novos nababos passeiam os seus saques despudoradamente defronte das televisões. Desde juizes austeros e distantes, a enfermeiras cuidadosas e atentas, todos reclamam por melhores condições de vida e de trabalho. O país organizado está-se desorganizando. A linha ténue que separa a civilização da anarquia está a dissipar-se. Já se torna dificil distinguir entre o que é permitido e o que é tolerado. Ou entre o que se deve e o que não deve fazer-se. Hoje os fins (dar de comer aos filhos) justificam os meios (roubar ou até matar).  A ideologia venceu a contenção. A fantasia ganhou à realidade. Tudo o que se imagina é possivel. Porque não?
          Quando um país arde todo, há fogos em todo o lado, mesmo em sitios onde nunca tinha ardido, então é porque algo está a correr mal. Já não é só incompetência, negligência, amadorismo, nepotismo ou inconsciência. É tambem malandrice, dolo, erro imperdoável ou crime organizado. Todos estão pagando os erros de alguns. Não seria já tempo de se tentar apurar a verdade mesmo que ela doa a quem tem que doer? O que é feito das imparidades da CGD? Por onde anda o Espirito Santo? Quando é que o Sócrates vai de vez para Évora? O que querem os chineses de Portugal? E os europeus? E os angolanos? Tudo são perguntas que, continuando sem resposta, proporcionam a propagação dos fogos e a consequente degradação de Portugal. Será isto o que queremos?

             ALBINO  ZEFERINO                                                                                 27/7/2017

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