quinta-feira, 5 de outubro de 2017

O ABSURDO


          Suponhamos por um instante o seguinte cenário: Na sequência do agitado referendo do passado domingo na Catalunha, o governo autonómico da região decidira, na sequência das suas promessas, apresentar ao governo central em Madrid, uma declaração unilateral de independência. De imediato, o governo Rajoy mandaria as tropas espanholas avançar sobre a região, que seria ocupada militarmente, declarando-se o estado de sitio em Barcelona e nas principais cidades catalãs (Tarragona, Lleida, Stiges, etc.) com o pretexto da manutenção da integralidade do território espanhol e com o apoio da maioria dos espanhois. A situação assim criada colocaria o país num impasse politico grave e inédito, desde que a democracia fora restaurada em Espanha, em 1977.
          Contra todas as expectativas que previam tomadas de decisão semelhantes noutras regiões tradicionalmente independentistas, como no País Basco e na Galiza, seria porém a Andaluzia a autonomia seguinte a proclamar tambem unilateralmente e sua independência do Estado espanhol. Baseava o governo autonómico da Andaluzia a sua declaração de independência em direitos históricos derivados da pertença do território ao antigo califado de Córdova e contava com o apoio de vários países árabes comandados pela Arábia Saudita e pelo Daesh por si financiado. Imediatamente a Andaluzia foi declarada território do Estado Islâmico e ocupada por tropas informais provenientes da Libia e dos enclaves espanhois do Marrocos (Ceuta e Melilla).  Reunido à pressa o Conselho de Seguarança da ONU para tentar dar solução a tão delicada e inesperada situação, os vetos russo e chines (cada um fundamentando-se em razões diferentes) paralizaram de imediato quaisquer tentativas europeias para a resolução rapida da situação.  Entretanto, os ferries do estreito de Gibraltar não cessavam de despejar em Algeciras e em Tarifa hordas ululantes de árabes norte-africanos que começaram imediatamente a ocupar casas vazias nas zonas turisticas andaluzas, ocupações essas que iam progressivamente aumentando à medida que os europeus nelas residentes fugiam em direcção a Madrid. O governo autonómico andaluz, que zelosamente tinha declarado a independencia unilateral, fora substutido passados escassos dias (à bruta e sem contemplações) por energumenos barbudos e de jilaba que instituiram o árabe como lingua exclusiva e obrigatória na região.  Tropas espanholas preparavam-se para invadir com tanques e aviões a Andaluzia, quando uma bomba de alta potencia explode na Moncloa, matando todo o governo espanhol e criando o caos generalizado no país.
          Enquanto a invasão da peninsula para norte se preparava, hordas ululantes de mouros cantando e gritando (alguns até disparando para o ar) ocupavam a autopista de Sevilha e em viaturas roubadas e vandalizadas dirigiam-se em alta velocidade para o Algarve, atravessando a ponte de Vila Real de Sto António e destruindo tudo e todos à sua passagem. O governo portugues, saindo da sua estupefacção inicial, dá ordens às Forças Armadas portuguesas para conterem a invasão árabe informal e tomarem conta da situação.  Aos primeiros tiros a malta larga as armas e junta-se aos primos vindos do sul, confraternizando e rindo com eles sem entender nada do que diziam, mas juntando-se à festa.
         A reconquista árabe prosseguia rapida e em força. Alguns diziam até Madrid já ter sido ocupada.

                  ALBINO  ZEFERINO                                                                   5/10/2017

2 comentários:

  1. Delirante, meu caro, simplesmente delirante! Mas tudo é possível neste universo de loucura!

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    1. O delirio por vezes revela-se real quando se recusa aceitá-lo pelo menos como hipótese.
      Albino Zeferino dixit

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