segunda-feira, 6 de agosto de 2012

OU VAI OU RACHA

Chegados a este ponto, creio que atingimos o 
limite temporal daquilo a que se pode chamar a paciencia do santo que 
espera pelo milagre que nunca mais vem. Primeiro eram os PREC´s. Foram 
necessários quatro para se chegar à conclusão de que Sócrates e 
Teixeira eram uns aldrabões incompetentes. Despedidos como quaisquer 
mulheres a dias, vieram depois Passos y sus muchachos cheios de sangue 
na guelra e de boas intenções. Um ano passado e quatro exames da 
troika depois, o que se verifica? Estamos mais pobres, mais 
atarantados e mais desesperados. Continuamos sem saber o que nos vai 
acontecer, quando terminam estas indecisões sobre o nosso futuro e 
sobretudo quando nos veremos livres destes sacrificios inuteis. 
Quando o espectro da desgraça anunciada para breve 
parecia afastar-se depois das ultimas eleições gregas, surge agora o 
premier italiano ( o aparentemente sensato Monti) a vaticinar de novo 
o desmenbramento do euro e a consequente implosão da União europeia. 
Os espanhois de Rajoy tambem tardam em pedir o resgate necessário para 
evitar a queda abrupta do nosso poderoso vizinho e o nosso consequente 
arrastamento. En España los toros se matan, como soi dizer-se. Por lá 
não há fingimentos bacocos como por estes lados. Guerra é guerra e a 
amizade (como o ódio) são até à morte. O mal é que com tanto orgulho e 
presunção, a demora espanhola no pedido de resgate poderá comprometer 
de vez esta paz podre inventada pelos alemães. 
E se isto rebentar mesmo? Eu diria que entrariamos 
então numa nova fase da nossa existência. Sem enquadramento económico 
e financeiro, com uma produção incipiente e sem recursos, dificilmente 
a independência a que nos habituamos (sobretudo desde 1640) se poderá 
manter. Á provável implosão da Europa seguir-se-á um periodo de novos 
alinhamentos estratégicos dependentes dos laços comerciais e 
económicos já estabelecidos, que no nosso caso são com as Espanhas 
(sobretudo com a Galiza), com Angola e com o Brasil. Passariamos a ser 
um entreposto dos interesses destes nossos amigos a troco destes não 
nos deixarem morrer à fome (enquanto e na medida em que lhes formos 
úteis). Para os espertalhões novas portas se abririam, mas para os 
madraços (a maioria) seria a completa indigência. 
Esperemos assim que os vaticinios italianos não se 
confirmem e que a sensatez espanhola consiga vencer o orgulho endémico 
daquele povo guerreiro. Só assim e com a paciencia que já nos vai 
faltando poderemos augurar algum futuro (pouco risonho malgré tout) 
para este jardim à beira mar plantado. 

ALBINO 
ZEFERINO 6/8/2012 

Sem comentários:

Enviar um comentário