terça-feira, 26 de novembro de 2013
A LUTA CONTINUA - GOVERNO PARA A RUA
Com esta frase caracteristicamente revolucionária herdada dos tempos já longinquos do PREC, os manifestantes portugueses reclamam da austeridade que lhes vai ser imposta por este dificil orçamento para 2014, que hoje foi aprovado na Assembleia. Inconformados com a situação, os comunistas não desarmam e já anunciaram, pela boca do inefável Arménio da Intersindical, novas manifestações para 19 de dezembro, agora frente ao palácio presidencial, para exigir ao presidente que envie o documento para o tribunal constitucional, último recurso para a sua eliminação.
Compreende-se o desespero daqueles que genuinamente sofrem, apesar do esforço feito pelo governo para minorar os sacrificios daqueles que menos têm. Mas será que todos os manifestanes sofrem da mesma maneira? Não creio. Creio até que os que verdadeiramente sofrem são aqueles que melhor compreendem os sacrificios que lhes são exigidos. A maioria dos que se manifestam são os que nada perdem em fazê-lo. Não perdem o emprego porque não o têm; não descontam mais porque não descontam nada; não perdem tempo porque têm o tempo todo; e ainda por cima divertem-se e convivem uns com os outros enquanto a caravana passa. As manifestações são em Portugal aquilo que os "gatherings"são para os ingleses ou as festas da aldeia eram quando havia povo nas aldeias de Portugal.
E o que aconteceria se o governo fosse de facto para a rua conforme os manifestantes papagueiam o mote lançado aos gritos pelos controleiros comunistas das manifestações? Haveria eleições antecipadas, o país parava, aumentariam os juros da dívida e cessavam as ajudas externas. Depois do novo governo instalado (6 meses depois da paragem do país) já não haveria outro remédio do que pedir novo resgate financeiro, que só seria concedido (se entretanto as regras não tivessem mudado como se prevê) em condições ainda mais gravosas do que aquelas de que os manifestantes se queixam. Será isso o que a maioria dos portugueses quer? Não creio. Tenhamos juizo e não sujeitemos o país a maior pressão dos mercados numa altura em que temos muito a perder se os nossos credores não acreditarem que somos capazes por nós próprios de sair deste buraco para onde o bando de inconscientes que hoje reclama nos empurrou.
ALBINO ZEFERINO 26/11/2013
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