sábado, 19 de abril de 2014

O BLOCO CENTRAL


          Se duvidas houvesse sobre a vontade maioritária do povo portugues sobre quem deseja que governe este pobre país intervencionado (com ou sem troika à vista), a recente sondagem da Universidade Católica é reveladora. PS e PSD juntos ficam perto da maioria qualificada necessária para modificar a Constituição politica feita no tempos do PREC e que só a matarruanice lusa não tem permitido que se actualize.
          A quase certa vitória socialista nas próximas eleições europeias determinará uma viragem à esquerda no Parlamento europeu, atirando o seu dinamico presidente para chefe da Comissão europeia e proporcionando ali tambem uma guinada à esquerda na gestão da Europa.  Tudo isto aliado à já visivel recuperação da economia portuguesa vai certamente proporcionar uma maior estabilidade politica e social em Portugal.
          Falta porém ainda desmontar a crispação com que os actuais lideres do PSD e do PS se encaram mutuamente como se de ferozes inimigos se tratassem, transferindo para os respectivos seguidores e apoiantes uma animosidade inexistente entre as hostes socialistas e social-democratas, que não só é preversa como contraproducente.
          Efectivamente, ambos partidos concordam no essencial (forma de governo, europeismo, liberdades fundamentais, construcção europeia, cooperação internacional, nacional e regional, etc.etc.) apenas divergindo entre uma maior ou menor intervenção estatal na economia. Não têm assim qualquer fundamento (a não ser eleitoralista) as divergencias abertas com que Passos e Seguro se apresentam aos portugueses, defendendo as suas damas como se de uma luta fratricida se tratasse.
          Creio que, uma vez realizadas as eleições europeias no próximo mes, será altura para enterrar os machados de guerra e não prolongar por mais um ano (tempo marcado por Cavaco para consultar de novo a população, nessa altura para a eleição dos deputados portugueses) as guerrinhas entre PS e PSD, nem que para isso tenham que ser dispensados os respectivos chefes de tribo. Seria útil que os dois maiores partidos portugueses tomassem juizo e se entendessem de facto no essencial dando mostras aos portugueses, à Europa e ao mundo que algo aprenderam com a intervenção da troika e com a confiança que os credores têm demonstrado na recuperação de Portugal duma crise inédita e profunda que abalou a Europa e o mundo.

                                    ALBINO ZEFERINO                                19/4/2014
         

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