segunda-feira, 13 de julho de 2015

A VITÓRIA EUROPEIA


          Mais uma vez Merkel levou a UE à vitória. Qual nova Thatcher, a actual "Dama de ferro" do sec. 21 conseguiu contra tudo e contra todos (Syrisa, Schauble, arautos da desgraça e até Schultz) salvar a Grécia dela própria. Levados pela onda de indignação contra os desmandos da politica que surgiu na Grécia, os gregos foram resgatados por uma simples alemã do Leste, filha de um pastor protestante que, com denodo, inteligencia, determinação e firmeza levou a água comunitária ao seu moinho. Apesar dos vários arautos da desgraça que infelizmente pululam de e em todas as direcções (desde as costas atlânticas até às ilhas do mar Egeu) os vários Conselhos europeus que se reuniram sucessivamente durante 3 dias em Bruxelas (a 28, a 19 e até a 2) foram pacientemente conduzidos ao redil pela mão de ferro desta nova paladina europeia que conseguiu destronar a rainha Thatcher no altar desta velha Europa caduca e problemática, cada vez mais dificil de dirigir.
          83 mil milhões é muito dinheiro para juntar aos 300 mil milhões duma dívida incobrável, só para manter os indomáveis gregos dentro dum projecto virtuoso, mas utópico. É preciso muita fé para acreditar que a UE ainda poderá constituir a salvação da velha Europa como continente de referencia, destino desejado duma emigração de desesperados e capaz ainda de se impor aos grandes falcões do mundo moderno (EUA e BRICs). É certo que a Alemanha deixaria de ser a Alemanha unida que pretende ser o país condutor da Europa, se a UE deixasse de ser a UE comunitária como hoje a conhecemos. Sem a Grécia no redil europeu, a UE arriscar-se-ia a um desmembramento a prazo, prenunciador duma catástrofe ainda maior do que a resultante da 2ª guerra mundial. Merkel percebeu isto e Tsirpas tambem.
          Foi preciso o telefonema de Obama e a sala de espera de Putin para que a chusma descontrolada dos hierarcas de Bruxelas percebesse que era preciso fazer como Merkel dizia. Agora só falta Tsirpas convencer os obstinados gregos, desesperados, cépticos e assustados, da inevitabilidade deste desfecho. Será que o processo seguirá pacatameente os seus termos, ou teremos novo capitulo desta tragédia grega quando o Parlamento da praça Sintagma chumbar este acordo nocturno conseguido com pinças e através do sono?

                        ALBINO ZEFERINO                                               13/7/2015

3 comentários:

  1. Prezado Amigo,
    o ACORDO com a Grécia
    ...
    Esta “solução” encontrada esta madrugada, penso ser muito deficiente e propicia o extremar de posições nos cidadãos dos diversos Estados.
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    Ao contrário dos nossos modestos “analistas” fico com a sensação de que se foi longe de mais na atitude de “encostar um Governo á parede”.
    Tal facto nunca foi bom, na já longa história da Europa.
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    É, por outro lado, uma vitória incontestável da linha Federalista que defende uma Europa como Federação, que governará os diversos países centralmente.
    Isto contra os que, como eu, defendem uma Europa de Cooperação Inter Estados, Inter Governos - a Europa das Nações.
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    Não é uma questão de esquerda ou direita.
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    Esta questão - Federação (Estados Unidos da Europa) ou Cooperação (A Europa das Nações Soberanas) - atravessa ambos os pólos e tem adeptos de cada linha da costrução europeia em ambos os quadrantes.
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    Sendo uma vitória para os defensores da linha Federal da Europa, creio que este “acordo”, a ser implementado, (falta a aprovação do Parlamento e dos Partidos Gregos) dará força aos protestos dos anti-europeístas, dos Eurocépticos e dos diversos extremos políticos dos diversos países.
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    Isto apesar de a União Europeia ter concedido uma reestruturação da dívida grega - alongamento do tempo para a pagar - e um novo financiamento de 86 mil milhões de euros à Grécia.
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    Mas a exigência pública (se tivesse ficado em privado seria melhor para este acordo) de em 3 dias mudar Leis internas parece-me excusado e é uma demonstração de força que me faz lembrar o acordo entre a Alemanha e os Aliados no final da 1ª Grande Guerra Mundial que acabou por provocar a 2ª Grande Guerra Mundial.
    ...
    Na minha opinião, tal facto não é bom, e não augura nada de muito positivo no médio prazo.
    Fico com a sensação de que se trata de uma "vitória de Pirro".
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    Deus queira que me engane nesta minha análise.
    Vamos ver.
    ...
    Melhores cumprimentos
    Miguel Mattos Chaves

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  2. Meu caro, fico feliz por ainda acreditares no Pai Natal... Bem que eu também gostaria de acreditar.
    Dou menos de 3 meses a este Governo Grego, depois... Vai voltar tudo ao mesmo, no entanto,esse teu amor pelo projecto Europeu, não deixa de me enternecer...!

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  3. Merkel savou a Grécia naquela e só naquela maratona. Vamos ter certamente muitas mais. Até quando a UE aguentará? Eis a questão.
    AZ

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