segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

BARALHAR E DAR DE NOVO


          Com o anuncio da chegada da troika de novo a Portugal, estamos outra vez debaixo dos holofotes dos terriveis credores que não desarmam. A recente eleição que nos devolveu a dignidade perdida por 4 anos de humilhante submissão aos ditames estrangeiros, parece estar a fazer derrapar a anunciada recuperação da soberania perdida. O maldito controle orçamental (sempre ele) está a levantar duvidas em Bruxelas acerca da aceitação do tal orçamento de custo nulo para 2016, onde o aumento de despesa previsto não iria ter efeitos no defice. Afinal, o aumento do consumo das familias resultante das devoluções das sobretaxas e da reposição das benesses retiradas aleivosamente aos portugueses em consequencia da amaldiçoada austeridade, não chegou, nem chega, para cobrir o aumento da despesa resultante dessas justissimas devoluções. Onde se viu já isto? Lembram-se do Tsirpas e do seu Syrisa? Dirão os mais renitentes que foi o buraco do Banif ou a perda progressiva de valor do Banco Novo (que afasta os eventuais compradores) os verdadeiros culpados deste desaire. Mas será que o actual governo pensava que, duma penada, conseguiria absorver os custos astronómicos das sucessivas aleivosias que o sistema financeiro portugues sofreu nos ultimos anos, desde que Sócrates e os seus sócretinos tomaram conta do poder? A timida tentativa que Passos e Portas ensaiaram (com a ajuda da troika, bem entendido) no sentido de reformar um Estado falido há décadas, foi insuficiente para isso. Qual foi o montante da despesa do Estado que se conseguiu diminuir? Qual foi a percentagem de aumento do PIB que se verificou nos ultimos anos? Eu diria que nenhum. Será que as promessas socialistas de estabilidade governativa, com o apoio do PC e do Bloco, foi o melhor caminho para Portugal sair da espiral depressiva? Não creio, nem os credores de Portugal o creem. Daí a nova visita inspectiva da troika.
          A uma semana da eleição presidencial, os nossos amigos da estranja começaram já a colocar-se em posição de combate, não venha a ser preciso dar mais um alento animador à governação lusa (que, como na Grécia, se viu forçada a fazer aquilo que prometera nunca mais acontecer). Marcelo já percebeu que não será com paninhos quentes (leia-se promessas vãs) que lá iremos. Ninguem o viu fazer promessas como os outros candidatos fazem, ou atacar alguem por muita vontade que tenha de o fazer. A solução está à vista. E Costa tambem já percebeu. O namoro (ainda às escondidas) com Passos e o afastamento da politica (por alegado cansaço) de Portas indicam que, sem um bloco central de interesses (pode não ser necessário uma coligação formal), onde assente uma verdadeira vontade politica maioritaria de reforma do Estado indispensável para sairmos deste lodaçal onde nos encontramos, não será possivel recuperarmos económica e socialmente. Não é fazendo uma fantasiosa frente de esquerda anti-credores, nem açulando os pobres tugas contra uma austeridade necessária à renovação das mentalidades e dos anquilosados processos governativos, que Costa lá vai e que consegue impedir que Portugal vá pelo cano abaixo. Esperemos que Marcelo use os seus dotes de persuasão e os seus jogos de cintura para proporcionar ao governo de Costa um ambiente propicio à necessária recuperação economica e social que o país precisa como de pão para a boca.
          Assim seja!

                                    ALBINO ZEFERINO                                       18/1/2016
         

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