sábado, 23 de janeiro de 2016

ESTÁ NO PAPO


          Com o afundamento da Maria de Belém após a noticia da imprudente (e gananciosa) reclamação contra a sábia decisão do TC sobre os subsidios aos politicos e o destapamento da careca académica do Nódoa (perdão, Nóvoa) que afinal tem curso, mas não se percebe bem qual, Marcelo entra no circo, qual César vitorioso, puxado pelos corceis da fama e aplaudido pela turba ululante dos fieis lusitanos, alarves e primitivos. Será logo à primeira, como se espera, ou então à segunda, como se teme, se houver grande abstenção. A esganiçada Marisa e o despadrado Edgar já nada podem fazer senão porem-se em bicos de pés, esganiçando os pescoços e agitando os cotos, para não desaparecerem, engolidos pela turba ululante dos que sempre estiveram ao lado do vencedor.
          Marcelo será o novo presidente desta Nação valente e imortal, quer queiram uns e não queiram outros. Dirão alguns que foi o que se poude arranjar. O certo é que "água mole em pedra dura, tanto dá até que fura". Não foi a Câmara, nem o governo, mas será a Presidencia. E como será o Marcelo malandreco, brincalhão, imprevisivel e voluvel em Belém? Certamente nenhum Jesus nas palhinhas à espera dos Reis Magos. Usará o seu feitio irrequieto e manobrador para conseguir os seus fins. E de que maneira? Sempre dentro dos limites interpretativos da famigerada Constituição que nos rege e da qual Marcelo foi um dos excelsos autores. Quem melhor do que ele para navegar entre as linhas sinuosas e contraditórias daquela manta de retalhos que abrileiros, comunoides e xuxas ignorantes nos impingiram, como testemunha duma efémera vitória contra a feroz ditadura do proletariado que os comunistas de Cunhal e alguns militares acompanhantes nos queriam impor?
          Conforme é minha convicção (as minhas convicções, de tão pobres e modestas, apenas resultam de instintos repentinos), depois de tomar o pulso ao ambiente amanteigado onde vai finalmente mergulhar, Marcelo Rebelo de Sousa, o instável, vai tentar encontrar o fio condutor do governo que permita a Costa ver-se livre do sarilho em que se meteu ao negociar o inegociável com os comunas. Precisará de se antecipar à manha dos comunas (que é velha e pesada) antes que Jerónimo e sus muchachos arménianos descubram a marosca. Para isso terá que despachar Passos para passar a mandar no PSD (através de um mandatário, tipo Rio ou Marques Mendes) de forma a substituir o PC pelo PSD no apoio parlamentar ao governo do Costa. Mas tudo isto antes que os "desperados" vermelhos descubram. Mas para Marcelo isto é que dá pica á função. Não é com avisos ao governo e recomendações à Assembleia que o Presidente faz história. E Marcelo quer definitivamente fazer parte da história. Naturalmente para vingar o seu mentor, que bem tentou e não conseguiu.

                               ALBINO ZEFERINO                            23/1/2016

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