sábado, 24 de dezembro de 2016

OS IMIGRANTES


          Desde que o mundo é mundo e desde que o homem começou a pensar, que existem os imigrantes. Imigrantes são aqueles que, descontentes, inquietos ou aventureiros, resolvem abandonar o local onde vivem (onde nasceram ou para onde os levaram) e demandar novas paragens mais propicias (no seu imaginário sempre rico de emoções) ao seu desenvolvimento e ao seu progresso social e economico. Muitos soçobram porque se enganaram a si próprios, outros desiludidos regressam, outros resignam-se ( a maioria) e alguns (poucos) rejubilam porque conseguiram prosperar. É assim a vida e aos homens foi dada essa possibilidade de a viver.
          Com a globalização em marcha acelerada, natural é que o fenómeno migratório tambem se manifeste com maior veemência. Em todo o lado a circulação de pessoas aumenta em numero e em locais de destino (antigamente emigrava-se para as Américas ou de África para a Europa, agora vai-se para o Golfo, para a Austrália ou para o Sueste asiático). A Europa foi porém sempre local de imigração e continuará ainda a sê-lo nos próximos tempos. Repositário dos antigos colonizadores, natural é que os antigos colonizados (agora livres) demandem as antigas metrópoles, movidos pelos imaginários que já não existem e atraidos por vidas que já lá vão.
          Fala-se hoje mais em imigração porque a guerra na Siria desencadeou um movimento migratório macisso, sem precedentes desde a 2ª guerra mundial, que abafa o velho continente e proporciona a expansão do terrorismo nas pacatas e organizadas cidades europeias. Não há semana em que não se verifique um atentado numa qualquer afadigada cidade europeia, normalmente perpetrado por individuos oriundos da imigração mas a quem as liberais leis comunitárias deram a nacionalidade europeia. Esta situação explosiva tem estado na origem de acaloradas discussões no âmbito dos vários países europeus e está a ser fonte de forte contestação à própria integração europeia. Os vários referendos lançados por alguns Estados membros aos seus cidadãos sobre a permanência dos seus países na UE, bem como o crescimento de movimentos politicos extremistas nos vários países afectados tem sido motivo de preocupação no âmbito europeu. As ultimas eleições nacionais têm registado vitórias inesperadas em vários estados membros da UE por parte de partidos anti-europeus que acusam a politica de liberdade de circulação na Europa como culpada desta situação. Mas a verdade é que o tratado de Schengen, que orienta esta problemática, existe precisamente para evitar a imigração ilegal e descontrolada de extra-europeus, impondo aos imigrantes certos procedimentos para a entrada na UE. A questão não é assim a liberdade de circulação na UE. O que causa estes problemas é a circunstancia dos terroristas já serem cidadãos europeus porque já cá nasceram de pais imigrantes. A questão é portanto uma questão de maior ou menor controle securitário dentro dos diversos Estados membros da UE, para evitar que terroristas se desloquem à vontade a coberto das leis europeias que se aplicam a eles da mesma forma do que aos autóctones.
          Julgo assim que esta momentosa questão deverá ser encarada como uma questão de politica interna europeia e não externa e que deverá ser energicamente combatida por uma policia federal a criar a nivel europeu, com acesso a todo o território comunitário e com competencias de âmbito europeu, que possa vigiar, perseguir e prevenir terroristas (mesmo europeus) de prepetrarem actos terroristas na UE. Tal como o FBI faz nos EUA. O FBI não evita tudo, mas previne mais.

                            ALBINO  ZEFERINO                                               24/12/2016

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