sábado, 29 de junho de 2013

DE VITÓRIA EM VITÓRIA ATÉ À DERROTA FINAL


          A forma escandalosa como o governo cedeu aos professores nas suas incríveis reivindicações, revelou uma inadmissivel ausencia de força animica na condução do país em direcção a uma reforma decisiva do Estado, indispensável para a sua desejável recuperação financeira.  Nuno Crato, que até agora mostrara alguma capacidade regeneradora, demonstrou nestas cedências uma completa falta de determinação na sua acção governativa, formalmente comprovada pela reacção da troika, que se deslocou a Lisboa para verificar in loco o resultado destas decisivas negociações.  O precedente que criou com esta atitude para o desenrolar das outras negociações com o restante sector publico, poderá constituir um ponto de viragem na apreciação positiva da troika na acção deste governo e assim lançar o país numa escalada de greves e manifestações populares que nos farão aproximar da situação desesperada da Grécia.
          Também a aprovação pela maioria parlamentar de algumas das medidas propostas pelo PS para a saída da crise não foram bem vistas pela troika, demonstrando a debilidade governamental em conduzir as reformas indispensáveis para a reestruturação do Estado. O receio endémico que se criou no espírito do governo de que poderia fazer reformas estruturais negociando com os diversos sectores a reformar e assim evitando reacções populares, demonstrou uma completa ausencia de visão por parte da coligação e criando no espírito de todos a indispensabilidade de uma mudança radical na orientação governativa. Será agora, depois disto, muito mais dificil fazer aceitar as reformas necessárias a todos os agentes publicos afectados, não restando outro remédio ao Presidente do que mudar o governo. Se através de eleições antecipadas, se através duma recomposição governamental mais profunda dentro da actual coligação, competirá a Cavaco decidir. O certo é que com este deslize na Educação se criou um ambiente de tensão politica no país, que mais cedo ou mais tarde vai aprofundar a austeridade que todos desejavam ver ultrapassada.
          Sem a dispensa dos funcionários excedentários e a redução dos gastos do Estado nos apoios sociais, não será possivel endireitar as finanças publicas e assim promover o desenvolvimento económico do país, a fim de suster o crescimento do desemprego e a erradicação do clima de austeridade e de pobreza generalizada na população. Enquanto não forem tomadas medidas fortes no sentido da erradicação da desestruturação economico-social do país, herdada da Abrilada e das suas consequencias marxizantes, que ficaram plasmadas na Constituição elaborada em pleno PREC, não será possivel sairmos desta situação de submissão que o pedido de ajuda financeira externa provocou. Não nos convençamos, como o PS nos quer fazer crer, que será possivel relançar a economia sem antes sanear as finanças. Tudo aquilo que a economia nos fizer eventualmente ganhar (mais produção, mais exportações e mais desenvolvimento) será consumido pelo Estado, enquanto não se vir livre das despesas a que o sistema politico-constitucional o obriga.

                               ALBINO ZEFERINO                     29/672013

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