segunda-feira, 20 de junho de 2011

PARECE QUE TEMOS HOMEM

     Constituido o novo governo de coligação num prazo record, verifica-se que Passos Coelho afinal conseguiu não só não ser engolido na voragem centrista como atirar para cima do CDS as tarefas mais espinhosas impostas pelo memorando de entendimento da troika estrangeira. Aparentando cedência ao parceiro entregando-lhe a pasta da Agricultura (que vai ser a prova de fogo do fenómeno Cristas) e juntando-lhe alem do inofensivo Ambiente tambem o perigoso Ordenamento do Território, Passos livrou-se de uma das mais espinhosas incumbencias que se vai traduzir na reorganização das autarquias (feudo tradicional do PSD e do PS) que já anunciaram através dos seus caciques locais a sua oposição à medida.
          Tambem entregando a Segurança Social ao CDS, Passos viu-se livre da espinhosa tarefa de gerir o dificil tratamento de um dos mais delicados sectores do Estado (que sustenta o politicamente sensivel subsidio social de inserção, as reformas e o subsidio de desemprego) que só por si pode comprometer o sucesso do futuro governo.
          Finalmente entregando ao próprio Portas o ministério que ele desejava (e que lhe tinha sido recusado por Barroso para não ofuscar o PM no seu desempenho exterior) atirou para cima dele a responsabilidade de promover o sector das exportações (com a anexação do AICEP) indispensável à recuperação económica do país.
          Ficando com as pastas que gerem os militares e os policias para o PSD e entregando-as a seus fieis, Passos garante a segurança nacional (tema caro a Portas que queria as policias) bem como entregando o controle da execução das medidas impostas pela troika a um homem de Barroso,  Passos Coelho demonstrou em tres dias que não só sabe o que quer como tambem que sabe como fazê-lo.
          Se Passos consegue impôr hoje o seu candidato à presidencia da Assembleia (contra a maioria dos deputados) então poderemos ter esperanças de que teremos homem para nos ajudar a sair deste infernal buraco no qual fomos lançados pelos facínoras que nos governaram nos últimos dez anos.
 
                                              ALBINO ZEFERINO  em  20/6/2011

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