A desastrada forma como o governo apresentou a
nova configuração da TSU veio trazer à desgraçada situação financeira
portuguesa perspectivas tenebrosas. Não vejo forma como este governo
possa continuar a sua esforçada tentativa de fazer sair Portugal deste
infindável buraco onde outros nos fizeram cair. Se recua (e não bastarão
modulações ao projecto como Passos sugeriu na televisão) nunca mais
conseguirá fazer aceitar qualquer outro sacrificio que a recuperação
financeira do país vai forçosamente exigir. Se persiste, a onda
recalcitrante que se formou engolirá o governo a curto prazo. Portas
demarcar-se-á, Seguro apresentará a anunciada moção de censura e
depois, ou Cavaco mostra os tomates que não tem, ou teremos eleições
antecipadas, de novo com o PS no horizonte e a sua endémica
incapacidade governativa em momentos de crise.
Os portugueses são um povo autofágico. Quanto mais
se revela critica a sua situação mais eles aparentam viver numa
normalidade inexistente, usando e abusando das prerrogativas que lhe
foram concedidas, sejam sociais, politicas ou económicas, sem se
preocuparem minimamente com as consequencias dessas tendencias
suicidas. O mais importante para eles é poderem manifestar as suas
frustrações mesmo que esses actos de autofagia se revelem destruidores
de uma reputação conseguida a pulso e indispensável para manter viva a
boa vontade daqueles que nos sustentam. Os pobres ainda não perceberam
que a bandalheira socio-politica resultante da revolução libertadora
chegou ao fim por incuria deles mesmos, que não souberam aproveitar as
extraordinárias e irrepetiveis condições oferecidas pela Europa a um
país desgovernado saído de um período de confusão profunda provocado
por provocadores comunistas a soldo de Moscovo cujo objectivo era
comunizar Portugal para mais facilmente tomarem conta dos ricos
territórios coloniais do Portugal de então.
Agora que os alemães parecem ter começado a ceder
nas suas intransigencias egoistas, é que os portugas resolveram
começar um processo reivindicativo à grega cujas consequencias poderão
ser-lhes fatais. Ao aproximarem Portugal da Grécia num momento onde a
esta foi miraculosamente lançada uma escada de salvação, os portugas
não percebem que com estes seus inconscientes procedimentos poderão
empurrar Portugal definitivamente para fora do sistema europeu. Com o
problema da Grécia resolvido, Portugal não interessa a ninguem. Nem
aos espanhois que arrogantemente aqui virão, já sem cerimónias ou
regras comunitárias, buscar aquilo e aqueles de que precisarem e
despejando sobre nós aquilo de que se querem ver livres.
A previsivel recomposição do sistema autonómico
espanhol, origem dos desacatos financeiros que irão forçar os nossos
poderosos vizinhos a relutantemente pedirem a intervenção financeira
da União europeia agora já munida do seu mecanismo de apoio
financeiro, será o pretexto formal de que os nossos sócios europeus se
vão valer para nos encaixarem nesse processo de recuperação, logo que
lhes tenhamos dado pretexto para suspender a ajuda financeira que
contratámos com a troika. Depois é fazer o que convenha aos nuestros
hermanos para recebermos a bucha diária do pão que o diabo amassou. E
tudo isto graças às amplas liberdades conquistadas à sombra dos cravos
abrileiros e ao dogmatismo nacional próprio dos saloios que somos. E
viva a federação das nações ibéricas!
ALBINO
ZEFERINO 16/9/2012
Além desastrada e incompreensível - eu não percebi bem o alcance do que o governo quer ... (e não sou burra, hem :-) !? ) é uma medida que, mais uma vez, atinge que nem um raio quem anda todos os dias a correr para o “emprego”... Sim, emprego! porque trabalho, com gosto e com afecto é cada vez mais difícil de fazer ou encontrar quem faça!
ResponderEliminarPor outro lado não vejo as pequenas empresas que possam vir a poupar 400 ou 500 € por mês com a dita taxa, a contratarem “desalmadamente” …
É pena que não olhem para quem de facto nos colocou nesta situação! Eu não gastei acima das minhas possibilidades …. Mas se me levam o meu ordenado todo, é provável que passe a fazê-lo..
Temos que honrar os compromissos, estou 100% de acordo; mas não há outras formas? Só se consegue fazer isso desta maneira? Encostando as pessoas à parede?
Enfim, creio que nos resta essa consolação! Vamos lá sermos paus-mandados dos nuestros hermanos? …. Já que não sabemos tomar conta de nós próprios.
Até breve:-)
PERANTE A EVIDENCIA DO CADA VEZ MAIS TIMIDO CUMPRIMENTO DAS DETERMINAÇÕES DA TROIKA PASSOS NÃO TEVE OUTRO REMEDIO DO QUE RETIRAR DA GAVETA O DISPARATADO PROJECTO DE ABAIXAMENTO DA TSU FEITO POR BRAGA E BORGES ONDE SE COMPENSAVA O ABAIXAMENTO DO IMPOSTO DOS PATRÕES COM O CORRESPONDENTE AUMENTO DO IMPOSTO A PAGAR PELOS EMPREGADOS NA IMPOSSIBILIDADE DE FAZER ESSA COMPENSAÇÃO COM O AUMENTO DO IVA CONFORME ESTAVA ESTABELECIDO NO MEMORANDO. PASSOS NÃO ESPERAVA POREM A REACÇÃO POPULAR QUE A SUA DECISÃO PROVOCOU.
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