A 5ª visita da troika com as vicissitudes que
trouxe (apresentação precipitada da medida sobre o abaixamento da TSU,
manifestação popular de repudio contra as medidas de austeridade e
concessão de mais um ano para atingir os 3% de défice orçamental)
marcou o final do período de carência que a populaça deu ao governo
para ver se conseguia endireitar o país dos desequilibrios em que tem
vivido nos últimos 40 anos. Tarefa dificil pois não é em 3 escassos
anos que alguem consegue repôr pacificamente uma situação que nasceu
torta quase duas gerações depois. O balanço contudo não abona muito a
favor da competência do governo. Vejamos pois. No ano que passou os
ministros calcularam uma diminuição da despesa efectiva do Estado para
2012 em 5,9%. A execução orçamental em Agosto passado mostrava porem
que em vez de ter diminuido, a despesa do Estado aumentara em 1,1%. Um
desvio portanto de 7% nos cálculos governamentais. Porque razão
aconteceu isto? Essencialmente por tres ordens de razões que o governo
ingenuamente não previu: um aumento desmesurado do subsidio de
desemprego (da ordem dos 24%), um abaixamento inesperado das
contribuições para a segurança social (quase 5%) e uma diminuição
abrupta das receitas fiscais, ou seja dos impostos cobrados aos
cidadãos (mais de 5%). Significa isto que a situação dos portugueses
piorou em relação ao ano passado sem que a esse sacrificio
correspondesse algum índicio de melhoria do país a curto prazo. Esta
conclusão simples mas aterradora deixou as mentes dos pobres portugas
ainda mais confusa, abrindo caminho a todas as manobras demagógicas
dos políticos encartados. O que fazer? Reclamar, reclamar, reclamar. E
foi o que esta pobre gente fez. A partir de agora ao mais pequeno
desagravo, começarão a partir montras e se animados exibirão
anarquicamente a sua raiva com cada vez mais veemência. A reacção dos
desesperados já se fez notar: opção pela procura de novas vidas
noutras paragens. Por cá ficarão os desgraçados que nada sabem fazer
nem ninguem os quer. São alem de inuteis, os mais reagentes a mudanças
que os obriguem a trabalhar ou a levar uma vida regrada. O destino
portugues ficou assim definitiva e inexoravelmente traçado neste verão
que agora termina. Por muito boa vontade que se encontre neste ou em
futuros governos não será humanamente possivel endireitar este país de
forma a que retome o lugar que ocupou no concerto das nações
civilizadas nos últimos 20 anos. Os que por cá ficarem terão que se
habituar a um retrocesso civilizacional próprio das nações toleradas,
servindo de sustentáculo social aos seus credores que os sustentarão
na medida em que lhes forem úteis aos seus desígnios. Não será a
primeira vez que os portugueses serão subjugados por outros nem se
calhar a última. O crime nunca compensa!
ALBINO ZEFERINO
27/9/2012
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