domingo, 8 de novembro de 2015

O GOVERNO IRREAL


          Tal como o país, o próximo governo será um governo fundamentado na irrealidade. Tal como Portugal, que se julga independente e soberano, o próximo governo de António Costa pensa que representará a maioria da vontade dos portugueses. Nem uma nem outra destas coisas são verdades. Dsde que a troika para cá veio (e não saiu) que Portugal está entregue aos bichos. A intervenção internacional teve essa pequena consequencia. Desde 2011 que não somos livres de decidir por nós próprios o nosso próprio destino. Quem ainda não tenha dado por isso que olhe para a Grécia. Muita sorte tivemos emestar aqui coladinhos à Espanha que - essa sim - preocupa sobremeneira os europeus pelos reflexos negativos sobre o futuro da UE e do euro que eventuais aventuras esquerdistas e desenquadradas,produto das próximas eleiçõesde 20 de dezembro próximo,possam vir a ter lugar. Estivessemos nós no lugar da Eslováquia ou da Croácia e o panorama seria outro. Entalados entre a Espanha e o mar somos para os outros apenas um prolongamento histórico daquele conglomerado de Nações que se uniram politicamente sob Carlos Magno na Idade Média.
          O desfecho destas nossas eleições, que vai resultar neste governo do PS apoiado pela faixa mais intransigente e inconformada da população portuguesa, relecte apenas uma coisa. A persistência e a habilidade (perversa acrescentaria eu) dum homem inteligente mas malvado que conseguiu atingir os seus objectivos contra tudo e contra todos enganando o estupefacto e saloio Zé Povinho encabeçado pelo maior e mais saloio de todos eles: o famigerdo Cavaco que junto com a sua Maria tem pontificado neste país nos ultimos30 anos.
          Tendo começado nestas lides da politica muito cedo (já na barriga da mãe Pala ele escutava as discussões esotéricas entre a malta da esquerda na época) começou por ser ministro de Guterres aos trinta e tal anos e antevendo a queda espalhafatosa de Sócrates fez um desvio táctico do governo onde pontificava para a Câmara de Lisboa onde ensaiou uma experienciade coligação com a esquerda. Inchado pela sua prosápia logo apeou indecente e impiedosamente o jovem Seguro da liderança do partido convencido que destronava Passos à primeira. Só que não conseguiu e teve que esperar os4 anos da praxe para se impor. Mas mesmo assim a malta não lhe deu a vitória nas eleições. Apenas lhedeu licença para travar os excessos juvenis de Passos que incomodavam muita gente. Assustado o homem porem não desistiu e com o apoio dos marginais da banda esquerda conseguiu dar a volta à situação e de derrotado passou a vencedor com o beneplácito do presidente que dizia ter tudo previsto e do Zé Povinho que estupefacto assiste impávido a esta cena própria dum teatro trágico-cómico.
          Hoje em dia quem manda na Europa é a classe média e os países mais atrasados (cuja classe média ainda é neófita) ainda pensam ser possivel inverter os dados da questão. Aos países mais atrasados que ousem desafiar o poder instalado das classes médias com resultados eleitorais estapafurdios que dão maiorias incómodas quer à esquerda quer à direita do espectro politico,a UE saberá conduzi-los ao redil da mediania através de troikas que lhes imponham as condutas governativas e do manejo subtil mas eficaz das condiçoes finanaceiras a que estão submetidos. Costa não aguentará muito tempocom o apoio da esquerda ressabiada e ainda o iremos ver vir pedir o apoio ao meio da tabela quando já lá não estiver a jogar o seu adversário de estimação.
          A ver vamos!

                                    ALBINO ZEFERINO (em dia de reflexão avançada)             8/11/2015
         
       
         

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