domingo, 17 de abril de 2011

O REI LEÃO

   Foi ao som da magnífica banda tocada pela West End orchestra and singers do estupendo espectáculo musical da Broadway "The Lion King" que resolvi meditar sobre a organização social deste grupo de animais cuja magestade tanto impressiona o ser humano. Os leões vivem normalmente em pequenos grupos ou manadas constituidos por machos e fêmeas de todas as idades. Embora não seja tão óbvio como nas manadas de outras espécies (p.ex. nos elefantes) o sentido da hierarquia está sempre presente no relacionamento entre os animais da mesma manada. Há sempre um chefe (macho) que decide para onde a manada se deve dirigir, quando deve descansar e quando começa a caça (exclusivamente exercida pelas fêmeas). A caça  inicia-se sempre ao pôr do sol (quando faz menos calor) e dura o tempo necessário para perseguir e matar as presas indispensáveis para dar diariamente de comer à manada. Normalmente é apenas uma fêmea de cada vez a caçar (por vezes duas quando a presa é mais dificil de caçar) e uma vez reduzida a presa, os outros membros da manada aparecem para o banquete. Dado que os leões são animais ferozes é sempre impressionante vê-los disputar entre si a presa caçada, tentando cada um deles ficar para si com o maior bocado e lançando fortes rugidos uns aos outros mas nunca se enfrentando. Mesmo o chefe (o rei leão) é contestado pelos outros leões com rugidos mas, dada a sua imponencia, consegue sempre impor-se e retirar para si o melhor bocado. Acabado o festim, os leões afastam-se uns dos outros e com as fauces ensanguentadas retiram-se calmamente para os seus covis. 
          O rei leão é normalmente o mais corpulento da manada, mas tambem o mais hábil e o de maior capacidade de liderança de entre os machos. A escolha do chefe da manada resulta de um combate violento e normalmente de desfecho fatal para o perdedor entre o presente chefe e o candidato a chefe. Se o chefe ganha a luta, o seu prestigio aumenta e desmoraliza por uns tempos quaisquer outras tentativas dos outros machos para o derrubarem. Se perde, deixa o seu lugar de chefe ao leão vitorioso que se torna o novo rei leão e abandona a manada vexado para ir morrer só (normalmente mais tarde) das feridas infligidas. Estas lutas são normalmente sem testemunhas (na altura em que os outros leões e leoas descansam) para que o vexame do vencido não seja presenciado pelos seus pares.
          No periodo do cio é o rei leão o primeiro a escolher a sua parceira sexual tendo os outros leões que procurar satisfazer os seus instintos às escondidas do chefe que se acha dono e senhor das leoas que circulam ansiosas à sua volta procurando atrair as atenções do rei leão. Depois de escolhida a feliz eleita, nem assim a tarefa do leão fica facilitada. As leoas são naturalmente púdicas e não gostam de ser cobertas em publico. A eleita afasta-se do circulo e rosnando dirige-se para local recatado por ela escolhido para se deixar cobrir. O rei leão segue-a (nem sempre logo a seguir, como que querendo castigá-la pela sua altivez) e mesmo quando, já no seu recato se prepara para a montar, a leoa reage rosnando e tenta morder o macho ao mesmo tempo que se agacha e oferece o ventre à penetração violenta dele. O acto sexual é rápido, brutal e sem preliminares, como se de uma obrigação se tratasse, mas discreto e digno, como convém ao rei da selva.
         
                                    ALBINO ZEFERINO   algures em África   17/4/2011

Sem comentários:

Enviar um comentário