segunda-feira, 4 de abril de 2011

OS RISCOS QUE CORREMOS SE NÃO TIVERMOS JUIZO

  Para bom entendedor meia palavra basta. Será que todos os portugueses eleitores serão bons entendedores? Espero que sim, pois de outro modo estas eleições que lá vêem poderão deixar-nos enrascados. De acordo com todas as sondagens, nenhum dos grandes partidos obterá maioria absoluta por si só. Sendo assim, os politcos vão ter que negociar coligações para conseguir formar um governo sólido que se sinta legitimado para pedir a ajuda financeira indispensável para vivermos. Ora no estado depauperado em que nos encontramos e no ambiente de crispação e de lança-culpas que se criou vai ser muito dificil formar um tal governo. Aqui entrará, debaixo de grande expectativa, o grande Elias presidente para salvar a nação das diatribes dos seus concidadãos que, pobres de espírito e incorrigivelmente incautos, não foram capazes de gerar um governo por que todos (cá dentro e lá fora) esperávamos.
          E o que fará o grande Elias? Prudentemente já deixou entender por meias palavras, lançadas uma de cada vez (para confundir) mas suficientemente claras para quem o saiba ouvir, que não daria posse a nenhuim governo minoritário saído das próximas eleições. Cavaco não quer assim chamar a si a responsabilidade do desastre que se seguiria à entrada em funções de um novo governo minoritário. Mas disse mais. Disse tambem que o presidente não tem que governar, pois essa tarefa compete constitucionalmente ao governo. Desta maneira descartou qualquer hipótese que eventualmente pairasse no espírito de alguns de se tornar num super primeiro-ministro que orientasse o novo governo nas suas grandes opções governativas. Não querendo dar posse a um eventual governo minoritário nem se responsabilizando por governos não sólidamente maioritários, Cavaco está a abrir uma grande porta para que Sócrates (desde que se aguente nas eleições) continue como chefe de um governo de gestão forçando-o a pedir a ajuda externa que recusa e humilhando-o definitivamente através de vetos sucessivos.
         Se assim fôr não nos queixemos de desgraças. Nos conturbados tempos que correm, quem continua a viver despreocupado sempre à espera que alguém resolva os problemas da sua vidinha, não se poderá depois queixar de que não teve oportunidade para ajudar a criar as condições de sairmos desta alhada em que os sócretinos nos meteram. Os credores parece que esperam até Junho. Depois já não.
 
                                                             ALBINO ZEFERINO        3/4/2011

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