sexta-feira, 26 de agosto de 2011

OS EUROBONDS E O FEDERALISMO EUROPEU

Desesperados por eurobonds, os portugas não cessam de invectivar a Chanceler alemã (e com ela o pobre Presidente frances) pela sua falta de solidariedade comunitária ao recusar a emissão dos eurobonds salvadores da boa vida lusitana. Não perceberam ainda que a exigencia da constitucionalização da dívida faz parte do processo para uma maior compromisso alemão (e frances) na federalização da Europa.  Sem que os países perdulários autolimitem as suas tendencias gastadoras, não haverá mais federalismo e consequentemente os desejados eurobonds.
            Para cidadãos trabalhadores, organizados, criadores de riqueza e bem estar para si e para os outros, é perfeitamente compreensivel que imponham determinados comportamentos áqueles a quem vão ajudar (assumindo parte dos riscos que a conduta desleixada destes provocou) antes de se comprometerem com essa ajuda. E a formalização de um compromisso essencial inserindo-o na Lei fundamental (como os próprios alemães fizeram com eles mesmos) não parece ser exigencia demasiada para quem já deu sobejas provas de incapacidade na contenção do deficit. 
            A onda de protestos à exigencia franco-alemã encabeçada pelo próprio Presidente (que fala quando não deve e cala quando deve) revela assim uma atitude saloia de incompreensão da globalidade da questão, revelando uma miopia incompreensivel por parte dum país que se diz civilizado e que quer ombrear com os grandes no contexto de uma Europa unida e próspera.
Sejamos menos mesquinhos e mal-agradecidos e contentemo-nos em cumprir com denodo o plano que os nossos sócios mais esclarecidos prepararam em nossa intenção, para que possamos ser olhados como merecedores de ser ajudados em pé de igualdade com eles. De outra forma vamos mesmo pelo cano abaixo directamente para o esgoto do mundo.
                                             
                                                                ALBINO ZEFERINO em 25/8/2011   

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