Após 37 meses de hesitações, dúvidas, recriminações, acusações e demais mostras de incompetencia, o maldito banco BPN foi finalmente vendido. É inconcebível como se esperou tanto tempo e consequentemente se gastou tanto dinheiro para tomar a única decisão possivel. Depois de uma muito duvidosamente legítima nacionalização (nada indicava que a natural falência do banco no seguimento da detenção do responsável máximo pela fraude bancária trouxesse risco sistémico ao sistema) o então governo socialista ficou sem saber o que fazer. As equipas de gestão sucederam-se sem que qualquer uma delas desse uma solução satisfatória para o futuro do banco (talvez Cadilhe tivesse sido o único a apresentar alguma coisa de consistente) até que Teixeira dos Santos, vulgo o ministro albino, resolveu introduzir o banco maldito na Caixa para que fosse esta e não o orçamento do Estado a suportar as despesas resultantes dele não ter deixado o banco abrir naturalmente falencia. Empurrou-se o problema com a barriga como de costume, sem olhar às consequencias desastrosas que tal conduta traria (como trouxe, como hoje se constata).
Dos 2 mil milhões de euros de gastos (perfeitamente evitáveis se o assunto tivesse sido atempada e convenientemente tratado) o Estado vai recuperar 40 milhões e é preciso que sejam efectivamente pagos (com os angolanos nunca se sabe). Feitas as contas, verifica-se que a manutenção dos postos de trabalho de cada um dos empregados do banco (preocupação maior do governo Sócrates) por mais 37 meses, custou ao erário público dez vezes mais do que custaria pagar a cada um o máximo de indemnização legal por despedimento. Agora que vão ser mesmo despedidos pelos angolanos (faz parte do pacote) o Estado portugues comprometeu-se a indemnizá-los. Não sei se os 40 milhões que vai receber (irá?) chegarão. Ou seja, Sócrates e o seu ministro das Finanças (só aqui) deram um prejuizo aos contribuintes de 2 mil milhões de euros (em 37 meses). Se os tivessem roubado, encapuçados e pela calada da noite, o que lhes teria acontecido? Ficariam em prisão preventiva ou deixava-se-lhes que circulassem com pulseira electrónica? Agora se percebe a bizarra mudança de Sócrates para Paris. E o albino. Por onde andará?
ALBINO ZEFERINO 1/8/2011
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