quarta-feira, 17 de agosto de 2011

PARA ONDE VAI O DINHEIRO QUE RECEBEMOS?

   Com surpresa fiquei a saber pelas declarações da Sr.ªMerkel transmitidas pela televisão portuguesa de que Portugal não estava usando as verbas que o FEE/FMI está mandando para cá. E mais. A dita Sr.ª acrescentou com ar abespinhado que a Comissão viria cá ajudar-nos a aplicar esse dinheiro convenientemente. A ser verdade, isto parece incrivel. Já não basta passarmos pela vergonha de virem cá uns gajos dizer-nos o que temos que fazer para nos endireitarmos. Agora dizem que nem sequer sabemos como aplicar as esmolas que nos lançam no regaço. Realmente atingimos o fundo do poço. Não nos admiremos pois de que quem por engano cá investiu as suas poupanças esteja a expatriá-las rapidamente e em força. 
          A forma cordata com que o governo aborda as várias frentes de combate que diariamente se lhe apresentam como se estivessemos a viver no melhor dos mundos não parece ser aquela que os nossos credores esperavam. Concertações sociais, negociações sindicais, compensações financeiras, complexos de direita, tiques esquerdistas e outras fantasias ideologicas herdadas de 40 anos de democracia parapopular, não são certamente a melhor forma de abordar a situação desesperada em que nos encontramos. Ou cortamos a direito (ou seja, pomos na rua aqueles que nunca deveriam estar empregados) ou os estrangeiros virão cá fazer isso por nós. E acreditem que não serão meiguinhos (lembrem-se do Gomes Freire de Andrade, morto pelos ingleses que em nós mandavam no seculo 19, por ter levantado cabelo contra eles).
         O actual governo deve deixar-se de pruridos democráticos e avançar decididamente para as reformas que nos mandaram fazer. Começando por fechar lojas improdutivas separando o trigo do joio (Administração Publica, Segurança Social, Saúde e Educação) e aplicando o dinheiro que não é nosso (não nos esqueçamos disso) em sectores produtivos, aliviando impostos e suprimindo entraves burocraticos. E sobretudo não bater naqueles de quem precisamos, senão então deitaremos tudo a perder.
 
                                                 ALBINO ZEFERINO   17/8/2011 

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