Não será apenas reduzindo as admissões na função publica, eliminando isenções especiais, aumentando poderes de fiscalização, publicando documentos de estratégia, desenvolvendo medidas correctivas, avaliando programas de cortes nos custos, fazendo levantamentos de pagamentos em atraso, definindo principios de reestruturação voluntária, fixando limites ao endividamento, avaliando incentivos fiscais, fundindo unidades de cobrança, avaliando o desempenho das inspecções, reduzindo deduções fiscais, publicando normas de orientação, adoptando medidas para aumentar a concorrência, apresentando planos estratégicos, calendarizando mapas de execução de medidas, publicando relatórios sobre execução de medidas já tomadas, etc. etc. que o governo vai levar a carta a Garcia. Enquanto não forem executadas sem tergiversações e cedências as verdadeiras medidas necessárias para acabar com esta bandalheira institucionalizada que se instalou em Portugal desde que esta malta foi deixada à solta, não iremos a lado nenhum. Toda a gente sabe que os verdadeiros cortes na despesa do Estado têm que ser feitos nos custos salariais e nos subsidios. Para isso haveria que reformar o Estado em profundidade (eu diria mesmo completamente) e com determinação (eu diria mesmo com coragem). O encolhimento da organica governativa a isso sugeriria, mas o gás com que o governo iniciou funções foi-se progressivamente esbatendo até cair na modorra pesada das teias de interesses em que este governo (tal como os anteriores) foi envolvido.
Enquanto os nossos credores andarem preocupados com a saude do euro (e consequentemente com o futuro da Europa) que, a meu ver, não terminará antes das eleições presidenciais americanas do próximo ano, o governo portugues ainda terá alguma chance de voltar aos carris da linha que nos foi fixada pela troika como rumo da nossa viagem sem escalas alternativas. Para isso é necessário que se liberte de constrangimentos, enfrentando o touro com firmeza e sem tibiezas, sacudindo a poeira que os interesses instalados lhe estão a lançar aos olhos e começando de uma vez por todas a mostrar que este é o governo reformador de que Portugal precisava para sair deste fosso em que caiu empurrado pelos crápulas e ladrões que nos governaram (eu diria desgovernaram-nos, governando-se) nas ultimas decadas.
ALBINO ZEFERINO 28/8/2011
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