Nestas alturas do ano é costume em Portugal todos
desejarem uns aos outros um feliz ano novo. Ou seja, que no próximo
ano os felizes continuem felizes e os infelizes passem a ser felizes.
Este desejo generalizado é tanto mais cínico quanto todos sabemos que
não é por o desejarmos que as pessoas (e nós próprios) passaremos a
gozar de mais felicidade no novo ano que está chegando. As condições
para a felicidade (nossa e dos outros) não dependem dos nossos desejos
mas dos nossos actos. Se em vez de cínica e apressadamente desejarmos
felicidades uns aos outros fizessemos propósitos ou promessas genuinas
de proporcionarmos felicidade aos outros mais do que fizemos este ano
que termina, então sim ficariamos vinculados a um esforço a favor dos
demais e proporcionariamos verdadeiramente felicidade aos outros.
Deixar esta intenção ao sabor do acaso ou do destino limitando-nos a
desejar que o acaso ou o destino proporcionem felicidade aos outros
sem que nós mexamos uma palha para isso, não é desejo verdadeiro nem
querido (de facto estamo-nos nas tintas para a felicidade dos outros)
mais parecendo desculpa para nós próprios da inveja que sentimos
quando somos confrontados com a felicidade dos outros.
Na situação aflita em que alguns de nós se
encontram seria mais útil ao país e a todos nós, que não só
desejassemos felicidades uns aos outros mas que nos dispusessemos cada
um relativamente aos outros a contribuir para a felicidade dos demais,
ajudando os mais carenciados, colaborando em tarefas sociais,
compartindo com os outros o que considerarmos ter a mais, procurando
compreender melhor os outros, fazendo o bem e esquecendo as afrontas,
numa palavra não fazendo aos outros o que não desejamos que nos façam
e fazendo-lhes o que gostariamos que os outros nos fizessem.
Não tendo outro remédio do que cumprir e fazer
cumprir as determinações que os nossos credores nos impuseram para
continuarem a ajudar-nos, o governo portugues precisa mais de apoio do
que de desejos de felicidades para o ano que vem. Saibamos ser
patriotas, pois ajudando o nosso governo estaremos a ajudar-nos uns
aos outros. Não é reclamando privilégios injustificados ou tentando
enganar os poderes publicos julgando que somos mais espertos do que os
outros (não nos esqueçamos que há sempre alguem mais esperto do que
nós) que traremos mais felicidade aos demais. Façamos mais uns pelos
outros e não nos limitemos apenas a desejar-lhes felicidades. Isso não
custa nada.
Feliz Ano Novo.
ALBINO ZEFERINO 29/12/2011
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
OS PORTUGAS SÃO UNS CHORÕES
Sem embargo dos muitos que vivem mal (embora nunca
tivessem vivido realmente bem) a maioria dos portugas que passam a
vida a queixar-se é mais porque deixaram de poder fazer a vidinha
airada que os sócretinos e companhia lhes proporcionavam com os
esquemas tipo face oculta, com a concessão de créditos indocumentados,
recebimentos de comissões por debaixo da mesa, robalos e alheiras
oferecidas não se sabe porquê nem por quem, tudo à custa do Estado ou
seja dos impostos pagos por todos aqueles que não usam off-shores, nem
esquemas conducentes a fraudes fiscais ou fugas impunes aos impostos.
Esta malta a quem o dinheiro não custava nada (porque vinha dos
outros) deixou de poder trocar os seus Mercedes e BMW todos os anos e
de viajar todos os anos à estranja por conta do Estado (ou seja à
custa dos que pagam regularmente os seus impostos) e assustados com a
situação passam a vida a queixar-se a toda a gente na esperança de que
alguem ainda lhes proporcione um esquema de fazer dinheiro fácil, que
felizmente este governo tem vindo a desmantelar.
Não nos deixemos levar em cantigas quando ouvirmos
alguem queixar-se de que tinha isto e aquilo e que por causa do
governo agora já não tem. Perguntemos-lhes antes como conseguiram
aquilo de que se queixam ter perdido por causa do governo. Se não
souberem dar-nos uma explicação fácil e cabal então não tenhamos pena
nem pensemos sequer em dar-lhes alguma ajuda sob pena de cairmos nas
teias das suas vigarices habituais e fujamos deles o mais depressa
possivel. É gente que está a mais e que foi responsável pela situação
de aperto em que hoje todos (eles e nós) vivemos. Por isso é que as
pessoas bem intencionadas recomendam aos jovens (e não só) que
demandem outras paragens para ir viver. Num período de forte
globalização, integrados numa organização de Estados que tende para
uma verdadeira união, compreende-se mal que as pessoas precisem de
estimulos para sairem do país onde nasceram. A liberdade de circulação
de pessoas consagrada na União europeia foi criada precisamente para
isso mesmo. Se alguem (independentemente do seu local de nascimento ou
de residencia habitual) entender que consegue uma vida melhor noutro
país então porque não tentar? Não foi o que fizeram a maioria dos
nossos avós quando demandaram a capital vindos de outras terras da
provincia? Sejamos francos, corajosos, sérios, trabalhadores,
sacrificados, ambiciosos, mas tambem não deixemos de ser solidários,
caridosos, orgulhosos e teimosos, como os nossos maiores nos ensinaram
e deixemos trabalhar em paz aqueles que se dispuseram ajudar os seus
concidadãos a sair deste buraco onde ainda não se consegue vislumbrar
a forma de dele sair.
ALBINO ZEFERINO 26/12/2011
tivessem vivido realmente bem) a maioria dos portugas que passam a
vida a queixar-se é mais porque deixaram de poder fazer a vidinha
airada que os sócretinos e companhia lhes proporcionavam com os
esquemas tipo face oculta, com a concessão de créditos indocumentados,
recebimentos de comissões por debaixo da mesa, robalos e alheiras
oferecidas não se sabe porquê nem por quem, tudo à custa do Estado ou
seja dos impostos pagos por todos aqueles que não usam off-shores, nem
esquemas conducentes a fraudes fiscais ou fugas impunes aos impostos.
Esta malta a quem o dinheiro não custava nada (porque vinha dos
outros) deixou de poder trocar os seus Mercedes e BMW todos os anos e
de viajar todos os anos à estranja por conta do Estado (ou seja à
custa dos que pagam regularmente os seus impostos) e assustados com a
situação passam a vida a queixar-se a toda a gente na esperança de que
alguem ainda lhes proporcione um esquema de fazer dinheiro fácil, que
felizmente este governo tem vindo a desmantelar.
Não nos deixemos levar em cantigas quando ouvirmos
alguem queixar-se de que tinha isto e aquilo e que por causa do
governo agora já não tem. Perguntemos-lhes antes como conseguiram
aquilo de que se queixam ter perdido por causa do governo. Se não
souberem dar-nos uma explicação fácil e cabal então não tenhamos pena
nem pensemos sequer em dar-lhes alguma ajuda sob pena de cairmos nas
teias das suas vigarices habituais e fujamos deles o mais depressa
possivel. É gente que está a mais e que foi responsável pela situação
de aperto em que hoje todos (eles e nós) vivemos. Por isso é que as
pessoas bem intencionadas recomendam aos jovens (e não só) que
demandem outras paragens para ir viver. Num período de forte
globalização, integrados numa organização de Estados que tende para
uma verdadeira união, compreende-se mal que as pessoas precisem de
estimulos para sairem do país onde nasceram. A liberdade de circulação
de pessoas consagrada na União europeia foi criada precisamente para
isso mesmo. Se alguem (independentemente do seu local de nascimento ou
de residencia habitual) entender que consegue uma vida melhor noutro
país então porque não tentar? Não foi o que fizeram a maioria dos
nossos avós quando demandaram a capital vindos de outras terras da
provincia? Sejamos francos, corajosos, sérios, trabalhadores,
sacrificados, ambiciosos, mas tambem não deixemos de ser solidários,
caridosos, orgulhosos e teimosos, como os nossos maiores nos ensinaram
e deixemos trabalhar em paz aqueles que se dispuseram ajudar os seus
concidadãos a sair deste buraco onde ainda não se consegue vislumbrar
a forma de dele sair.
ALBINO ZEFERINO 26/12/2011
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
PORTUGAL NO FIO DA NAVALHA
Está aproximando-se o momento da verdade para a
salvação de Portugal como país autónomo e formalmente independente dos
seus vizinhos com os quais se vem relacionando de igual para igual nos
ultimos 350 anos. Já não é mais possivel ao governo empurrar com a
barriga os verdadeiros problemas que é mister resolver para a reforma
do país que a troika exige para nos continuar a sustentar. Entalado
entre a consciencialização da necessidade de tomar medidas que em
ultima análise poderão atirar o país para uma guerra civil e
consequentemente para o percipicio e as enormes pressões e chantagens
de que está a ser alvo por parte dos fortes interesses instalados (eu
diria mesmo arreigados) em certos (eu diria até demasiados) sectores
da população, o governo atingiu o ponto de não retorno no fim de
semana passado com a reunião informal mas muito mediatizada do
Conselho de ministros em S.Julião da Barra. A partir de agora o
governo não terá mais alternativas: ou empreende de forma clara e
determinada as reformas necessárias à regeneração do país ou os
portugueses deixam de receber ajuda externa como ocorre com os gregos.
Se Passos opta como espero no vai ou racha, terá a meu ver que se
desfazer de alguns ministros cuja prestação tem deixado muito a
desejar. Refiro-me por exemplo ao da Economia, que não percebeu ainda
o que tem pela frente, desde os aguerridos sindicatos dos
trabalhadores aos patrões amalandrados, que ainda não empreendeu
qualquer reforma no sentido do crescimento económico, que abandonou o
abaixamento da TSU sem dar alternativas crediveis, que inventou uma
inverosimil linha ferroviária para substituir o TGV para Madrid
desejado pela Europa e que manifestamente não está à altura do
importante lugar que lhe foi confiado. Tambem o famigerado Relvas nada
ainda fez a não ser negócios para ele e para os seus. O audio-visual e
as Câmaras municipais são sectores vitais para a regeneração do país e
Passos já foi alertado para isso. Não estamos em tempos de fazer
política. Há que enfrentar abertamente os sectores disfuncionais do
Estado. Num país ao borde da insolvencia, é óbvio para todos (excepto
para os exploradores) que televisões e autarquias a mais são nefastas.
Tambem na Segurança Social a coisa não arranca. Os reformados têm sido
injustamente flagelados e não se vê um plano de sustentação dos apoios
sociais necessários nestes momentos de crise. Saude, Educação e as
pastas institucionais têm mostrado algum serviço, mas é preciso mais
determinação. Quanto aos outros, há anuncios de reformas. Vamos lá a
ver como e quando sairão.
Com um PS amorfo e paralizado pela vinculação ao
programa da troika (cuidado com tantas rectificações ao plano que
poderão dar pretexto aos socialistas para se desvincularem) não se vê
motivo para tanta prudencia reformista por parte do governo. A luta
está definida. Será entre os que terão algo a perder (empregos,
aforros, imóveis, seguros, lucros, casas) e aqueles que nada têm a
perder (indigentes, devedores, desempregados, biscateiros,
inquilinos). Os partidos já contam pouco. A democracia está em crise e
já a poucos interessa. A luta pela sobrevivencia impõe-se às
ideologias. Ganham aqueles que souberem conduzir mais convictamente um
verdadeiro programa reformista que permita a Portugal sair deste
atoleiro onde está metido com a cabeça erguida. E não se pense que
isto tem que ver com soberanias e independencias nacionais que tambem
já não mobilizam ninguem. A "thin red line" que separa o purgatório do
inferno chama-se "zona euro". Ou Portugal consegue permanecer na UEM e
sobrevive (de que maneira veremos) ou então somos empurrados para fora
do sistema onde ninguem nos ajudará e passaremos todos para o grupo
dos países párias como Cuba, o Kosovo, a Albânia, o Zimbabwe, a
Guatemala, Timor e muitos outros mais infelizmente. Nessa altura já
não haverá nada a fazer senão esperar a morte debaixo duma ponte. Deus
nos livre desse inferno.
ALBINO ZEFERINO 22/12/2011
salvação de Portugal como país autónomo e formalmente independente dos
seus vizinhos com os quais se vem relacionando de igual para igual nos
ultimos 350 anos. Já não é mais possivel ao governo empurrar com a
barriga os verdadeiros problemas que é mister resolver para a reforma
do país que a troika exige para nos continuar a sustentar. Entalado
entre a consciencialização da necessidade de tomar medidas que em
ultima análise poderão atirar o país para uma guerra civil e
consequentemente para o percipicio e as enormes pressões e chantagens
de que está a ser alvo por parte dos fortes interesses instalados (eu
diria mesmo arreigados) em certos (eu diria até demasiados) sectores
da população, o governo atingiu o ponto de não retorno no fim de
semana passado com a reunião informal mas muito mediatizada do
Conselho de ministros em S.Julião da Barra. A partir de agora o
governo não terá mais alternativas: ou empreende de forma clara e
determinada as reformas necessárias à regeneração do país ou os
portugueses deixam de receber ajuda externa como ocorre com os gregos.
Se Passos opta como espero no vai ou racha, terá a meu ver que se
desfazer de alguns ministros cuja prestação tem deixado muito a
desejar. Refiro-me por exemplo ao da Economia, que não percebeu ainda
o que tem pela frente, desde os aguerridos sindicatos dos
trabalhadores aos patrões amalandrados, que ainda não empreendeu
qualquer reforma no sentido do crescimento económico, que abandonou o
abaixamento da TSU sem dar alternativas crediveis, que inventou uma
inverosimil linha ferroviária para substituir o TGV para Madrid
desejado pela Europa e que manifestamente não está à altura do
importante lugar que lhe foi confiado. Tambem o famigerado Relvas nada
ainda fez a não ser negócios para ele e para os seus. O audio-visual e
as Câmaras municipais são sectores vitais para a regeneração do país e
Passos já foi alertado para isso. Não estamos em tempos de fazer
política. Há que enfrentar abertamente os sectores disfuncionais do
Estado. Num país ao borde da insolvencia, é óbvio para todos (excepto
para os exploradores) que televisões e autarquias a mais são nefastas.
Tambem na Segurança Social a coisa não arranca. Os reformados têm sido
injustamente flagelados e não se vê um plano de sustentação dos apoios
sociais necessários nestes momentos de crise. Saude, Educação e as
pastas institucionais têm mostrado algum serviço, mas é preciso mais
determinação. Quanto aos outros, há anuncios de reformas. Vamos lá a
ver como e quando sairão.
Com um PS amorfo e paralizado pela vinculação ao
programa da troika (cuidado com tantas rectificações ao plano que
poderão dar pretexto aos socialistas para se desvincularem) não se vê
motivo para tanta prudencia reformista por parte do governo. A luta
está definida. Será entre os que terão algo a perder (empregos,
aforros, imóveis, seguros, lucros, casas) e aqueles que nada têm a
perder (indigentes, devedores, desempregados, biscateiros,
inquilinos). Os partidos já contam pouco. A democracia está em crise e
já a poucos interessa. A luta pela sobrevivencia impõe-se às
ideologias. Ganham aqueles que souberem conduzir mais convictamente um
verdadeiro programa reformista que permita a Portugal sair deste
atoleiro onde está metido com a cabeça erguida. E não se pense que
isto tem que ver com soberanias e independencias nacionais que tambem
já não mobilizam ninguem. A "thin red line" que separa o purgatório do
inferno chama-se "zona euro". Ou Portugal consegue permanecer na UEM e
sobrevive (de que maneira veremos) ou então somos empurrados para fora
do sistema onde ninguem nos ajudará e passaremos todos para o grupo
dos países párias como Cuba, o Kosovo, a Albânia, o Zimbabwe, a
Guatemala, Timor e muitos outros mais infelizmente. Nessa altura já
não haverá nada a fazer senão esperar a morte debaixo duma ponte. Deus
nos livre desse inferno.
ALBINO ZEFERINO 22/12/2011
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
UM BANDO DE MENINOS VESTIDOS DE PALERMAS CHEFIADOS POR UM PALERMA VESTIDO DE MENINO
Antigamente dizia-se isto dos "escuteiros"
criados por Baden Powell para enquadrar a juventude do principio do
seculo passado. Hoje poderia aplicar-se aos professores em Portugal.
O bando de professores (sobretudo de professoras) sem empregabilidade
em Portugal é imenso. Com o decréscimo dos jovens o numero de alunos
do primário e do secundário baixou significativamente desde que esta
gente se formou. Grande numero de licenciados em Letras e em Ciencias
(cujo destino era maioritariamente o ensino secundário) deixou assim
de ter emprego automático à saída da Faculdade, ingressando
directamente no desemprego mal terminam os estudos. Depois é
filiarem-se no sindicato do palerma-mor Nogueira e seguirem-no
avenidas abaixo gritando impropérios contra o governo.
Falhos de argumentos que os mantenham vivos, os
socialistas vêm agora indignar-se com as declarações do primeiro
ministro ao ter aconselhado os professores desempregados (que são cada
vez mais) a irem pregar para outras paragens onde a sua ciencia é mais
necessária. A ideia é boa pois dá emprego a esta malta e leva-a daqui
onde não faz falta nenhuma e só perturba. O mesmo fizeram os
comunistas logo a seguir às descolonizações quando tomaram conta do
sector da cooperação e encheram as ex-colónias de "cooperantes"
disfarçados de professores que para lá iam cantando a Internacional
para ensinar o marxismo aos pretinhos analfabetos. Nessa altura não me
lembro de ter havido qualquer reacção negativa do PS.
Se queremos que a lingua e a cultura portuguesas
não desapareçam de vez dos compendios escolares dos PALOPs então será
melhor que ouçam bem estes conselhos avisados do primeiro ministro e
partam quanto antes para África, que os deseja, lhes dá trabalho e
dinheiro. O problema contudo é que a maioria dos professores
desempregados são gajas que faziam biscates para arredondar os
vencimentos dos maridos e não estão dispostas a largar o bem bom da
av.de Roma para fazer a vontade ao Passos. E depois o que ficava o
Nogueira a fazer enquanto o Carvalho da Silva não se decide a
abandonar a Intersindical?
ALBINO ZEFERINO 19/12/2011
criados por Baden Powell para enquadrar a juventude do principio do
seculo passado. Hoje poderia aplicar-se aos professores em Portugal.
O bando de professores (sobretudo de professoras) sem empregabilidade
em Portugal é imenso. Com o decréscimo dos jovens o numero de alunos
do primário e do secundário baixou significativamente desde que esta
gente se formou. Grande numero de licenciados em Letras e em Ciencias
(cujo destino era maioritariamente o ensino secundário) deixou assim
de ter emprego automático à saída da Faculdade, ingressando
directamente no desemprego mal terminam os estudos. Depois é
filiarem-se no sindicato do palerma-mor Nogueira e seguirem-no
avenidas abaixo gritando impropérios contra o governo.
Falhos de argumentos que os mantenham vivos, os
socialistas vêm agora indignar-se com as declarações do primeiro
ministro ao ter aconselhado os professores desempregados (que são cada
vez mais) a irem pregar para outras paragens onde a sua ciencia é mais
necessária. A ideia é boa pois dá emprego a esta malta e leva-a daqui
onde não faz falta nenhuma e só perturba. O mesmo fizeram os
comunistas logo a seguir às descolonizações quando tomaram conta do
sector da cooperação e encheram as ex-colónias de "cooperantes"
disfarçados de professores que para lá iam cantando a Internacional
para ensinar o marxismo aos pretinhos analfabetos. Nessa altura não me
lembro de ter havido qualquer reacção negativa do PS.
Se queremos que a lingua e a cultura portuguesas
não desapareçam de vez dos compendios escolares dos PALOPs então será
melhor que ouçam bem estes conselhos avisados do primeiro ministro e
partam quanto antes para África, que os deseja, lhes dá trabalho e
dinheiro. O problema contudo é que a maioria dos professores
desempregados são gajas que faziam biscates para arredondar os
vencimentos dos maridos e não estão dispostas a largar o bem bom da
av.de Roma para fazer a vontade ao Passos. E depois o que ficava o
Nogueira a fazer enquanto o Carvalho da Silva não se decide a
abandonar a Intersindical?
ALBINO ZEFERINO 19/12/2011
domingo, 18 de dezembro de 2011
O PORTUGAL DOS PEQUENINOS
Há dias ouvi ou li um desabafo de uma destas
comentadoras políticas que abundam na comunicação social falando
acerca da famosa crise que atravessamos, dizendo bacocamente do alto
da sua pesporrência que "...a Alemanha está-se borrifando para nós
portugueses." Mas porque razão não deveria a Alemanha estar a
borrifar-se para nós portugueses? Não estaremos nós portugueses a
borrifar-nos para a Alemanha? Não estaremos todos a borrifar-nos uns
nos outros? Eu acho que é precisamente por nos estarmos todos a
borrifar uns nos outros que se chegou à situação em que actualmente
nos encontramos. Quando o borrifanço é geral como hoje sucede, são
naturalmente os mais débeis quem mais sofre. Mas curiosamente todos
sofrem. Tambem os mais fortes que precisam dos mais fracos para serem
mais fortes sofrem. E quanto mais fracos estão estes mais fazem sofrer
os mais fortes. Vem tudo isto a propósito da salvação do euro e em
último caso da União europeia como a conhecemos. Lá diz o velho ditado
portugues que "casa onde não há pão, todos ralham e ninguem tem
razão". Parece que hoje todos ralham uns com os outros, porque ninguem
ajuda ninguem, todos querem é governar-se a si próprios e atirar as
culpas das desgraças para cima do vizinho. Assim não chegaremos a lado
nenhum e sem que alguem ponha ordem nos países desavindos e dentro
destes nas cabeças das pessoas, será inevitável a descida aos infernos
como alguns profetas da desgraça já vaticinam.
Como bem assinalou o anterior Presidente da
Republica num avisado comentário feito há dias, não existe hoje
alternativa ao capitalismo. É dentro desta permissa que temos que
encontrar conjuntamente, primeiro entre nós e depois entre os países
do euro, a solução para os nossos problemas. Quer queiramos quer não,
estamos endividados até à raiz dos cabelos. De quem foi a culpa? De
todos dirão os mais culpados. De alguns dirão todos. Eu direi mais
simplesmente que a culpa foi de todos nós. Daqueles que contrairam as
dívidas, quiçá levianamente, mas tambem dos que através do voto lhes
deram essa possibilidade. Agora há que trabalhar em conjunto para
encontrar soluções viáveis para cumprir as metas a que nos
comprometemos com os nossos credores. À oposição (refiro-me à
responsável, a outra não conta, é residual e sobrevive à conta da
democracia que paradoxalmente repudia) cabe um papel fundamental de
moderador das decisões governativas tomadas por vezes com demasiada
temeridade ou ao contrário com excessiva prudencia. O doseamento do
processo regenerador das contas publicas deverá decorrer a um ritmo
certo e sustentado tendo em atenção as verdadeiras carencias da
população e a necessidade de relançamento da economia. Será pela forma
como esta acção moderadora se fará que o PS será julgado nas urnas
dentro de 4 anos. Do mesmo modo PSD e CDS serão julgados pela forma
como conseguirem fazer sair ou não Portugal desta crise avassaladora
que não poupa ninguem, ricos e pobres, empregados e desempregados,
doutores e trabalhadores manuais, velhos e novos, mulheres e homens.
Temos oportunidade de mostrar agora que não somos
pequenos mas sim grandes na determinação e no génio para vencer esta
adversidade pela qual estamos a passar, valorizando a ajuda que nos
está a ser proporcionada e aproveitando-a da melhor maneira para
transformar um país velho e atrasado num Estado Membro moderno e
decisivo duma União Europeia forte e influente capaz de ombrear com as
novas potencias do sec. 21. Não deixemos passar esta oportunidade como
os descobridores do mundo tambem não deixaram nos sec 15 e 16.
ALBINO ZEFERINO 18/12/2011
comentadoras políticas que abundam na comunicação social falando
acerca da famosa crise que atravessamos, dizendo bacocamente do alto
da sua pesporrência que "...a Alemanha está-se borrifando para nós
portugueses." Mas porque razão não deveria a Alemanha estar a
borrifar-se para nós portugueses? Não estaremos nós portugueses a
borrifar-nos para a Alemanha? Não estaremos todos a borrifar-nos uns
nos outros? Eu acho que é precisamente por nos estarmos todos a
borrifar uns nos outros que se chegou à situação em que actualmente
nos encontramos. Quando o borrifanço é geral como hoje sucede, são
naturalmente os mais débeis quem mais sofre. Mas curiosamente todos
sofrem. Tambem os mais fortes que precisam dos mais fracos para serem
mais fortes sofrem. E quanto mais fracos estão estes mais fazem sofrer
os mais fortes. Vem tudo isto a propósito da salvação do euro e em
último caso da União europeia como a conhecemos. Lá diz o velho ditado
portugues que "casa onde não há pão, todos ralham e ninguem tem
razão". Parece que hoje todos ralham uns com os outros, porque ninguem
ajuda ninguem, todos querem é governar-se a si próprios e atirar as
culpas das desgraças para cima do vizinho. Assim não chegaremos a lado
nenhum e sem que alguem ponha ordem nos países desavindos e dentro
destes nas cabeças das pessoas, será inevitável a descida aos infernos
como alguns profetas da desgraça já vaticinam.
Como bem assinalou o anterior Presidente da
Republica num avisado comentário feito há dias, não existe hoje
alternativa ao capitalismo. É dentro desta permissa que temos que
encontrar conjuntamente, primeiro entre nós e depois entre os países
do euro, a solução para os nossos problemas. Quer queiramos quer não,
estamos endividados até à raiz dos cabelos. De quem foi a culpa? De
todos dirão os mais culpados. De alguns dirão todos. Eu direi mais
simplesmente que a culpa foi de todos nós. Daqueles que contrairam as
dívidas, quiçá levianamente, mas tambem dos que através do voto lhes
deram essa possibilidade. Agora há que trabalhar em conjunto para
encontrar soluções viáveis para cumprir as metas a que nos
comprometemos com os nossos credores. À oposição (refiro-me à
responsável, a outra não conta, é residual e sobrevive à conta da
democracia que paradoxalmente repudia) cabe um papel fundamental de
moderador das decisões governativas tomadas por vezes com demasiada
temeridade ou ao contrário com excessiva prudencia. O doseamento do
processo regenerador das contas publicas deverá decorrer a um ritmo
certo e sustentado tendo em atenção as verdadeiras carencias da
população e a necessidade de relançamento da economia. Será pela forma
como esta acção moderadora se fará que o PS será julgado nas urnas
dentro de 4 anos. Do mesmo modo PSD e CDS serão julgados pela forma
como conseguirem fazer sair ou não Portugal desta crise avassaladora
que não poupa ninguem, ricos e pobres, empregados e desempregados,
doutores e trabalhadores manuais, velhos e novos, mulheres e homens.
Temos oportunidade de mostrar agora que não somos
pequenos mas sim grandes na determinação e no génio para vencer esta
adversidade pela qual estamos a passar, valorizando a ajuda que nos
está a ser proporcionada e aproveitando-a da melhor maneira para
transformar um país velho e atrasado num Estado Membro moderno e
decisivo duma União Europeia forte e influente capaz de ombrear com as
novas potencias do sec. 21. Não deixemos passar esta oportunidade como
os descobridores do mundo tambem não deixaram nos sec 15 e 16.
ALBINO ZEFERINO 18/12/2011
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
A AJUDA AMERICANA
A crise europeia está cada vez mais a parecer-se
com a crise de 1930. Recessão crescente com ameaça de alastrar a nível
mundial, inflação sem controle a despontar, níveis de endividamento
gigantescos, produtividades a diminuirem, crises politicas a
rebentarem por todo o lado, desvalorização das democracias, lideranças
débeis sem capacidade para dar a volta à situação, tudo sinais de que
poderemos estar a entrar numa crise de proporções incontroláveis
propícias ao surgimento de experiencias governativas musculadas, em
geral conducentes a situações perigosas para a liberdade e o bem-estar
das populações.
As recentes declarações publicas do presidente da
Reserva federal americana de que os europeus não esperassem qualquer
ajuda dos E.U.A. para a resolução das suas crises veio afastar
quaisquer esperanças de novos planos Marshal e o desalinhamento
britanico das decisões do ùltimo Conselho europeu de apoio aos países
mais endividados da UE mostrou que as fidelidades à Nação são ainda o
que move os politicos sobre quaisquer solidariedades continentais por
muito institucionalizadas que estejam. Tambem a indisponibilidade do
FMI de alargar os montantes e as formas de ajuda aos países europeus
em dificuldades anunciada pela sua directora geral em Nova Yorque
apontam no mesmo sentido. A própria América, a braços com problemas de
desenvolvimento da sua produção, face à emergência dos novos países em
crescimento acelerado, está cada vez mais a repousar a sua ligação
europeia no antigo colonizador britanico, agora que a NATO está a
perder força e até razão de existir. Para os americanos o futuro está
na Ásia e a aposta na Europa, velha e caduca, é coisa do passado e já
deu os frutos que tinha a dar.
Não se pense que haverá alternativas ao plano de
resgate UE/FMI em execução na Grécia, na Irlanda e em Portugal. O
drama reside no facto de os outros países europeus com possibilidades
de ajudarem os mais débeis (ou mais gastadores conforme os ângulos)
não terem capacidade para socorrer a Itália ou a Espanha se porventura
estes países entrarem em dificuldades mais sérias. Aí a crise, que
começou por ser imobiliária, passou a financeira e depois a económica
e social, passará a ser global e então nem a alma se nos aproveitará.
Não se pense que a salvação reside nos eurobonds ou na tomada de
dívida pelo BCE. Se não houver cobertura para o buraco ninguem nos vem
salvar. Façamos o que nos cabe e que consta do MdE e não pensemos em
salvar a Europa e o euro porque para isso estão lá outros com mais
capacidades do que nós. Se cada um fizer o que lhe cabe e não se
preocupar tanto com o que os outros fazem ou não fazem, talvez nos
consigamos safar desta alhada sem muita dor. De contrário vamos todos
para o galheiro.
ALBINO ZEFERINO 16/12/2011
com a crise de 1930. Recessão crescente com ameaça de alastrar a nível
mundial, inflação sem controle a despontar, níveis de endividamento
gigantescos, produtividades a diminuirem, crises politicas a
rebentarem por todo o lado, desvalorização das democracias, lideranças
débeis sem capacidade para dar a volta à situação, tudo sinais de que
poderemos estar a entrar numa crise de proporções incontroláveis
propícias ao surgimento de experiencias governativas musculadas, em
geral conducentes a situações perigosas para a liberdade e o bem-estar
das populações.
As recentes declarações publicas do presidente da
Reserva federal americana de que os europeus não esperassem qualquer
ajuda dos E.U.A. para a resolução das suas crises veio afastar
quaisquer esperanças de novos planos Marshal e o desalinhamento
britanico das decisões do ùltimo Conselho europeu de apoio aos países
mais endividados da UE mostrou que as fidelidades à Nação são ainda o
que move os politicos sobre quaisquer solidariedades continentais por
muito institucionalizadas que estejam. Tambem a indisponibilidade do
FMI de alargar os montantes e as formas de ajuda aos países europeus
em dificuldades anunciada pela sua directora geral em Nova Yorque
apontam no mesmo sentido. A própria América, a braços com problemas de
desenvolvimento da sua produção, face à emergência dos novos países em
crescimento acelerado, está cada vez mais a repousar a sua ligação
europeia no antigo colonizador britanico, agora que a NATO está a
perder força e até razão de existir. Para os americanos o futuro está
na Ásia e a aposta na Europa, velha e caduca, é coisa do passado e já
deu os frutos que tinha a dar.
Não se pense que haverá alternativas ao plano de
resgate UE/FMI em execução na Grécia, na Irlanda e em Portugal. O
drama reside no facto de os outros países europeus com possibilidades
de ajudarem os mais débeis (ou mais gastadores conforme os ângulos)
não terem capacidade para socorrer a Itália ou a Espanha se porventura
estes países entrarem em dificuldades mais sérias. Aí a crise, que
começou por ser imobiliária, passou a financeira e depois a económica
e social, passará a ser global e então nem a alma se nos aproveitará.
Não se pense que a salvação reside nos eurobonds ou na tomada de
dívida pelo BCE. Se não houver cobertura para o buraco ninguem nos vem
salvar. Façamos o que nos cabe e que consta do MdE e não pensemos em
salvar a Europa e o euro porque para isso estão lá outros com mais
capacidades do que nós. Se cada um fizer o que lhe cabe e não se
preocupar tanto com o que os outros fazem ou não fazem, talvez nos
consigamos safar desta alhada sem muita dor. De contrário vamos todos
para o galheiro.
ALBINO ZEFERINO 16/12/2011
sábado, 10 de dezembro de 2011
O DRAMA DA EUROPA
O drama da Europa chama-se União Europeia. Quando
os fundadores da então Comunidade Económica Europeia se lembraram de
criar um sistema que juntasse os países europeus numa mesma
organização com o objectivo de impedir novas guerras entre eles, a
grande motivação aglutinadora residia precisamente na ideologia
subjacente. A única condição para ser aceite no grupo era de natureza
política: os países candidatos tinham que ser democráticos. Assim se
foram juntando aos seis fundadores, primeiro os membros da EFTA,
depois a Grécia, Portugal e Espanha (logo que se viram livres das
respectivas ditaduras) e por fim os chamados países do Leste europeu
na sequência da queda do muro de Berlim. Tudo no melhor dos mundos
como se a associação de países cada vez mais diferentes uns dos outros
tanto do ponto de vista antropológico como sobretudo no do
desenvolvimento económico não contasse para nada. Nessa altura
pensava-se que a política sobrepunha-se a tudo. Acreditava-se que a
economia seguiria a politica e não o inverso como hoje se verifica. Os
países mais ricos puxariam pelos mais pobres através dos investimentos
e da abertura dos mercados. Tudo muito simples e automático. Assim se
chegou a Maastricht e mais tarde a Lisboa. Com o que os líderes não
contavam era com a grande crise que entretanto estalou e que levou a
União Europeia ao estado desesperado em que hoje se encontra: Estados
falidos pelo excesso de dívida impossivel de cumprir por falta de
produtividade e ausencia de solidaridade dos ricos que acusam os
outros de má gestão e despesismo.
Os sucessivos Conselhos Europeus que se têm
realizado na tentativa desesperada de manter o edificio comunitário em
pé não conseguiram ainda suster os ataques ferozes que os insaciáveis
mercados têm lançado sobre as economias dos Estados Membros, em
particular sobre os mais débeis. Sucessivos planos de austeridade
impostos aos maiores devedores não oferecem ainda garantia aos
credores da solvabilidade financeira dos devedores, para acalmar a
crise que se prolonga. Em contrapartida, desenha-se um novo mapa
comunitário com países agrupados pelo seu nível de solvabilidade
financeira (classificados segundo hierarquias indicadas pelas agencias
de rating de origem norte-americana) que está a desvirtuar o principio
do igualitarismo entre os Estados Membros, ideia base dos fundadores
do Mercado Comum Europeu. O nascimento de um Directório de Estados que
impõe unilateralmente a outros as regras de conduta estatais
necessárias para se atingirem níveis aceitáveis para continuar no
clube europeu está a criar no espírito de muitos europeus (sobretudo
em cidadãos dos países intervencionados) fenómenos crescentes de
rejeição dessas medidas de austeridade. Está-se assim a entrar num
processo perverso e portanto muito perigoso para o futuro da Europa
como ela foi desenhada e tem vindo a funcionar desde há 60 anos para
cá. É certo que a arquitectura europeia peca ainda pela ausencia de
instrumentos válidos para que se possa considerar uma organização
perfeita capaz de ombrear de igual para igual com os grandes blocos
saídos da globalização económica mundial, que se está afirmando cada
vez mais no início deste século. Contudo, considero extremamente
perigoso para o futuro da Europa que esses movimentos de contestação
não sejam contidos, sob pena de destruir um projecto iniciado por
alguns visionários esclarecidos que desejavam que o centro do mundo
continuasse a situar-se no continente europeu.
ALBINO ZEFERINO 10/12/2011
os fundadores da então Comunidade Económica Europeia se lembraram de
criar um sistema que juntasse os países europeus numa mesma
organização com o objectivo de impedir novas guerras entre eles, a
grande motivação aglutinadora residia precisamente na ideologia
subjacente. A única condição para ser aceite no grupo era de natureza
política: os países candidatos tinham que ser democráticos. Assim se
foram juntando aos seis fundadores, primeiro os membros da EFTA,
depois a Grécia, Portugal e Espanha (logo que se viram livres das
respectivas ditaduras) e por fim os chamados países do Leste europeu
na sequência da queda do muro de Berlim. Tudo no melhor dos mundos
como se a associação de países cada vez mais diferentes uns dos outros
tanto do ponto de vista antropológico como sobretudo no do
desenvolvimento económico não contasse para nada. Nessa altura
pensava-se que a política sobrepunha-se a tudo. Acreditava-se que a
economia seguiria a politica e não o inverso como hoje se verifica. Os
países mais ricos puxariam pelos mais pobres através dos investimentos
e da abertura dos mercados. Tudo muito simples e automático. Assim se
chegou a Maastricht e mais tarde a Lisboa. Com o que os líderes não
contavam era com a grande crise que entretanto estalou e que levou a
União Europeia ao estado desesperado em que hoje se encontra: Estados
falidos pelo excesso de dívida impossivel de cumprir por falta de
produtividade e ausencia de solidaridade dos ricos que acusam os
outros de má gestão e despesismo.
Os sucessivos Conselhos Europeus que se têm
realizado na tentativa desesperada de manter o edificio comunitário em
pé não conseguiram ainda suster os ataques ferozes que os insaciáveis
mercados têm lançado sobre as economias dos Estados Membros, em
particular sobre os mais débeis. Sucessivos planos de austeridade
impostos aos maiores devedores não oferecem ainda garantia aos
credores da solvabilidade financeira dos devedores, para acalmar a
crise que se prolonga. Em contrapartida, desenha-se um novo mapa
comunitário com países agrupados pelo seu nível de solvabilidade
financeira (classificados segundo hierarquias indicadas pelas agencias
de rating de origem norte-americana) que está a desvirtuar o principio
do igualitarismo entre os Estados Membros, ideia base dos fundadores
do Mercado Comum Europeu. O nascimento de um Directório de Estados que
impõe unilateralmente a outros as regras de conduta estatais
necessárias para se atingirem níveis aceitáveis para continuar no
clube europeu está a criar no espírito de muitos europeus (sobretudo
em cidadãos dos países intervencionados) fenómenos crescentes de
rejeição dessas medidas de austeridade. Está-se assim a entrar num
processo perverso e portanto muito perigoso para o futuro da Europa
como ela foi desenhada e tem vindo a funcionar desde há 60 anos para
cá. É certo que a arquitectura europeia peca ainda pela ausencia de
instrumentos válidos para que se possa considerar uma organização
perfeita capaz de ombrear de igual para igual com os grandes blocos
saídos da globalização económica mundial, que se está afirmando cada
vez mais no início deste século. Contudo, considero extremamente
perigoso para o futuro da Europa que esses movimentos de contestação
não sejam contidos, sob pena de destruir um projecto iniciado por
alguns visionários esclarecidos que desejavam que o centro do mundo
continuasse a situar-se no continente europeu.
ALBINO ZEFERINO 10/12/2011
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
O DESMANTELAMENTO DO ESTADO SOCIALISTA
Aos poucos e poucos o governo Passos - Portas
prossegue penosa mas prudentemente a sua estratégia de recuperação do
desenvolvimento nacional perdido por anos de desgovernos corruptos e
incompetentes. Tal como em 1755, o 25 de abril de 1974 trouxe ao país
o caos e a confusão social que só após muitos anos de politicas
regeneradoras empreendidas por Pombal foi possivel recuperar. Foi
necessário uma crise financeira internacional para destapar a caixa de
Pandora em que o regime portugues se transformou depois da revolução
dos cravos. Passadas mais de duas gerações de portugueses sobre o
cataclismo, torna-se mais dificil para o governo mostrar a gente que
nunca viveu de outra maneira que a liberdade se merece pelo civismo, a
igualdade se conquista pelo trabalho árduo e a fraternidade se recebe
sem esbulhos. A grande questão é saber se o governo consegue reformar
o Estado e a sociedade sem criar anti-corpos suficientemente fortes
que o forcem a desviar-se decisivamente da missão a que se propuseram
com o apoio de 80% dos portugueses. A seu favor o governo tem o
guarda-chuva da troika que marca o caminho a seguir mas que não pode
substituir-se aos poderes publicos na execução rigorosa e atempada das
medidas indispensáveis à nossa recuperação como país livre e
independente. Seria um crime de lesa-pátria indesculpável aos olhos da
Nação se o governo baixasse os braços e se deixasse levar no lânguido
fadinho lamechas da demagogia socialista enraizada nas cabeças dos
pobres portugueses cada vez mais confundidos.
Nas vésperas do Conselho europeu que vai deixar
definidos os parâmetros pelos quais os países em falta (default em
ingles técnico) devem pautar as suas acções regeneradoras, a margem de
manobra dos governos dos países faltosos como o nosso vai-se
estreitando. Já não há tempo para procurar hipotéticos consensos, nem
oportunidade para negociações sem conteúdo. Há que cumprir com denodo
o que foi estabelecido, sem hesitações nem recuos. Acabaram os tempos
dos passos para trás e para a frente (o marxismo já lá vai). A despesa
tem que ser efectivamente contida contra tudo e contra todos. O
governo não tem que justificar um inesperado ganho nas receitas (de
resto irrepetivel) mas sim promover uma contenção efectiva da despesa
que passa necessariamente por despedimentos na função publica e nas
empresas publicas deficitárias (transportes colectivos e empresas
municipais inuteis). Não se podem fazer omoletas sem partir os ovos.
Os ministros da saúde e da educação já perceberam, mas os da economia
e da função publica parece que ainda não. Nem os nossos
excelentíssimos autarcas ainda perceberam que as autarquias existem
para simplificar a vida aos munícipes e não para enriquecer ou dar
visibilidade política aos autarcas. Isto ou vai ou racha mesmo.
ALBINO
ZEFERINO 6/12/2011
prossegue penosa mas prudentemente a sua estratégia de recuperação do
desenvolvimento nacional perdido por anos de desgovernos corruptos e
incompetentes. Tal como em 1755, o 25 de abril de 1974 trouxe ao país
o caos e a confusão social que só após muitos anos de politicas
regeneradoras empreendidas por Pombal foi possivel recuperar. Foi
necessário uma crise financeira internacional para destapar a caixa de
Pandora em que o regime portugues se transformou depois da revolução
dos cravos. Passadas mais de duas gerações de portugueses sobre o
cataclismo, torna-se mais dificil para o governo mostrar a gente que
nunca viveu de outra maneira que a liberdade se merece pelo civismo, a
igualdade se conquista pelo trabalho árduo e a fraternidade se recebe
sem esbulhos. A grande questão é saber se o governo consegue reformar
o Estado e a sociedade sem criar anti-corpos suficientemente fortes
que o forcem a desviar-se decisivamente da missão a que se propuseram
com o apoio de 80% dos portugueses. A seu favor o governo tem o
guarda-chuva da troika que marca o caminho a seguir mas que não pode
substituir-se aos poderes publicos na execução rigorosa e atempada das
medidas indispensáveis à nossa recuperação como país livre e
independente. Seria um crime de lesa-pátria indesculpável aos olhos da
Nação se o governo baixasse os braços e se deixasse levar no lânguido
fadinho lamechas da demagogia socialista enraizada nas cabeças dos
pobres portugueses cada vez mais confundidos.
Nas vésperas do Conselho europeu que vai deixar
definidos os parâmetros pelos quais os países em falta (default em
ingles técnico) devem pautar as suas acções regeneradoras, a margem de
manobra dos governos dos países faltosos como o nosso vai-se
estreitando. Já não há tempo para procurar hipotéticos consensos, nem
oportunidade para negociações sem conteúdo. Há que cumprir com denodo
o que foi estabelecido, sem hesitações nem recuos. Acabaram os tempos
dos passos para trás e para a frente (o marxismo já lá vai). A despesa
tem que ser efectivamente contida contra tudo e contra todos. O
governo não tem que justificar um inesperado ganho nas receitas (de
resto irrepetivel) mas sim promover uma contenção efectiva da despesa
que passa necessariamente por despedimentos na função publica e nas
empresas publicas deficitárias (transportes colectivos e empresas
municipais inuteis). Não se podem fazer omoletas sem partir os ovos.
Os ministros da saúde e da educação já perceberam, mas os da economia
e da função publica parece que ainda não. Nem os nossos
excelentíssimos autarcas ainda perceberam que as autarquias existem
para simplificar a vida aos munícipes e não para enriquecer ou dar
visibilidade política aos autarcas. Isto ou vai ou racha mesmo.
ALBINO
ZEFERINO 6/12/2011
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