Aos poucos e poucos o governo Passos - Portas
prossegue penosa mas prudentemente a sua estratégia de recuperação do
desenvolvimento nacional perdido por anos de desgovernos corruptos e
incompetentes. Tal como em 1755, o 25 de abril de 1974 trouxe ao país
o caos e a confusão social que só após muitos anos de politicas
regeneradoras empreendidas por Pombal foi possivel recuperar. Foi
necessário uma crise financeira internacional para destapar a caixa de
Pandora em que o regime portugues se transformou depois da revolução
dos cravos. Passadas mais de duas gerações de portugueses sobre o
cataclismo, torna-se mais dificil para o governo mostrar a gente que
nunca viveu de outra maneira que a liberdade se merece pelo civismo, a
igualdade se conquista pelo trabalho árduo e a fraternidade se recebe
sem esbulhos. A grande questão é saber se o governo consegue reformar
o Estado e a sociedade sem criar anti-corpos suficientemente fortes
que o forcem a desviar-se decisivamente da missão a que se propuseram
com o apoio de 80% dos portugueses. A seu favor o governo tem o
guarda-chuva da troika que marca o caminho a seguir mas que não pode
substituir-se aos poderes publicos na execução rigorosa e atempada das
medidas indispensáveis à nossa recuperação como país livre e
independente. Seria um crime de lesa-pátria indesculpável aos olhos da
Nação se o governo baixasse os braços e se deixasse levar no lânguido
fadinho lamechas da demagogia socialista enraizada nas cabeças dos
pobres portugueses cada vez mais confundidos.
Nas vésperas do Conselho europeu que vai deixar
definidos os parâmetros pelos quais os países em falta (default em
ingles técnico) devem pautar as suas acções regeneradoras, a margem de
manobra dos governos dos países faltosos como o nosso vai-se
estreitando. Já não há tempo para procurar hipotéticos consensos, nem
oportunidade para negociações sem conteúdo. Há que cumprir com denodo
o que foi estabelecido, sem hesitações nem recuos. Acabaram os tempos
dos passos para trás e para a frente (o marxismo já lá vai). A despesa
tem que ser efectivamente contida contra tudo e contra todos. O
governo não tem que justificar um inesperado ganho nas receitas (de
resto irrepetivel) mas sim promover uma contenção efectiva da despesa
que passa necessariamente por despedimentos na função publica e nas
empresas publicas deficitárias (transportes colectivos e empresas
municipais inuteis). Não se podem fazer omoletas sem partir os ovos.
Os ministros da saúde e da educação já perceberam, mas os da economia
e da função publica parece que ainda não. Nem os nossos
excelentíssimos autarcas ainda perceberam que as autarquias existem
para simplificar a vida aos munícipes e não para enriquecer ou dar
visibilidade política aos autarcas. Isto ou vai ou racha mesmo.
ALBINO
ZEFERINO 6/12/2011
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