segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

OS PORTUGAS SÃO UNS CHORÕES

Sem embargo dos muitos que vivem mal (embora nunca 
tivessem vivido realmente bem) a maioria dos portugas que passam a 
vida a queixar-se é mais porque deixaram de poder fazer a vidinha 
airada que os sócretinos e companhia lhes proporcionavam com os 
esquemas tipo face oculta, com a concessão de créditos indocumentados, 
recebimentos de comissões por debaixo da mesa, robalos e alheiras 
oferecidas não se sabe porquê nem por quem, tudo à custa do Estado ou 
seja dos impostos pagos por todos aqueles que não usam off-shores, nem 
esquemas conducentes a fraudes fiscais ou fugas impunes aos impostos. 
Esta malta a quem o dinheiro não custava nada (porque vinha dos 
outros) deixou de poder trocar os seus Mercedes e BMW todos os anos e 
de viajar todos os anos à estranja por conta do Estado (ou seja à 
custa dos que pagam regularmente os seus impostos) e assustados com a 
situação passam a vida a queixar-se a toda a gente na esperança de que 
alguem ainda lhes proporcione um esquema de fazer dinheiro fácil, que 
felizmente este governo tem vindo a desmantelar. 
Não nos deixemos levar em cantigas quando ouvirmos 
alguem queixar-se de que tinha isto e aquilo e que por causa do 
governo agora já não tem. Perguntemos-lhes antes como conseguiram 
aquilo de que se queixam ter perdido por causa do governo. Se não 
souberem dar-nos uma explicação fácil e cabal então não tenhamos pena 
nem pensemos sequer em dar-lhes alguma ajuda sob pena de cairmos nas 
teias das suas vigarices habituais e fujamos deles o mais depressa 
possivel. É gente que está a mais e que foi responsável pela situação 
de aperto em que hoje todos (eles e nós) vivemos. Por isso é que as 
pessoas bem intencionadas recomendam aos jovens (e não só) que 
demandem outras paragens para ir viver. Num período de forte 
globalização, integrados numa organização de Estados que tende para 
uma verdadeira união, compreende-se mal que as pessoas precisem de 
estimulos para sairem do país onde nasceram. A liberdade de circulação 
de pessoas consagrada na União europeia foi criada precisamente para 
isso mesmo. Se alguem (independentemente do seu local de nascimento ou 
de residencia habitual) entender que consegue uma vida melhor noutro 
país então porque não tentar? Não foi o que fizeram a maioria dos 
nossos avós quando demandaram a capital vindos de outras terras da 
provincia? Sejamos francos, corajosos, sérios, trabalhadores, 
sacrificados, ambiciosos, mas tambem não deixemos de ser solidários, 
caridosos, orgulhosos e teimosos, como os nossos maiores nos ensinaram 
e deixemos trabalhar em paz aqueles que se dispuseram ajudar os seus 
concidadãos a sair deste buraco onde ainda não se consegue vislumbrar 
a forma de dele sair. 

ALBINO ZEFERINO 26/12/2011 

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