Sem embargo dos muitos que vivem mal (embora nunca
tivessem vivido realmente bem) a maioria dos portugas que passam a
vida a queixar-se é mais porque deixaram de poder fazer a vidinha
airada que os sócretinos e companhia lhes proporcionavam com os
esquemas tipo face oculta, com a concessão de créditos indocumentados,
recebimentos de comissões por debaixo da mesa, robalos e alheiras
oferecidas não se sabe porquê nem por quem, tudo à custa do Estado ou
seja dos impostos pagos por todos aqueles que não usam off-shores, nem
esquemas conducentes a fraudes fiscais ou fugas impunes aos impostos.
Esta malta a quem o dinheiro não custava nada (porque vinha dos
outros) deixou de poder trocar os seus Mercedes e BMW todos os anos e
de viajar todos os anos à estranja por conta do Estado (ou seja à
custa dos que pagam regularmente os seus impostos) e assustados com a
situação passam a vida a queixar-se a toda a gente na esperança de que
alguem ainda lhes proporcione um esquema de fazer dinheiro fácil, que
felizmente este governo tem vindo a desmantelar.
Não nos deixemos levar em cantigas quando ouvirmos
alguem queixar-se de que tinha isto e aquilo e que por causa do
governo agora já não tem. Perguntemos-lhes antes como conseguiram
aquilo de que se queixam ter perdido por causa do governo. Se não
souberem dar-nos uma explicação fácil e cabal então não tenhamos pena
nem pensemos sequer em dar-lhes alguma ajuda sob pena de cairmos nas
teias das suas vigarices habituais e fujamos deles o mais depressa
possivel. É gente que está a mais e que foi responsável pela situação
de aperto em que hoje todos (eles e nós) vivemos. Por isso é que as
pessoas bem intencionadas recomendam aos jovens (e não só) que
demandem outras paragens para ir viver. Num período de forte
globalização, integrados numa organização de Estados que tende para
uma verdadeira união, compreende-se mal que as pessoas precisem de
estimulos para sairem do país onde nasceram. A liberdade de circulação
de pessoas consagrada na União europeia foi criada precisamente para
isso mesmo. Se alguem (independentemente do seu local de nascimento ou
de residencia habitual) entender que consegue uma vida melhor noutro
país então porque não tentar? Não foi o que fizeram a maioria dos
nossos avós quando demandaram a capital vindos de outras terras da
provincia? Sejamos francos, corajosos, sérios, trabalhadores,
sacrificados, ambiciosos, mas tambem não deixemos de ser solidários,
caridosos, orgulhosos e teimosos, como os nossos maiores nos ensinaram
e deixemos trabalhar em paz aqueles que se dispuseram ajudar os seus
concidadãos a sair deste buraco onde ainda não se consegue vislumbrar
a forma de dele sair.
ALBINO ZEFERINO 26/12/2011
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