Qual movimento salvador do caos instalado no país
pela troika e seus "esbirros" governativos que estão levando Portugal
para a desgraça colectiva, nasceu um grupo de descontentes que
produziu um documento de reflexão que consubstancia uma proposta de
esquerda para salvar Portugal da crise que o assola e que vai ser
debatido no chamado congresso das alternativas, a realizar
simbolicamente no próximo 5 de outubro.
O que dizem os esquerdistas alternativos no tal
documento salvador? Na intenção ultima de despedir a troika
definitivamente dos seus conturbados espíritos, os promotores
salvadores defendem:
a) busca de meios para cortar a fuga de capitais
para os bancos estrangeiros; promoção da poupança interna e aumento do
financiamento de curto prazo do Estado, diminuindo a sua dependência
dos fundos de resgate; criação de um sistema de titulos fiscais que
permitam ao contribuinte pagar impostos contra um beneficio;
b) quaisquer impostos extraordinarios deverão
incidir sobre os capitais, os lucros das PPP e os grandes rendimentos;
aumento da progressividade no sistema de impostos;
c) criação de um fundo soberano a alimentar
através de contribuições do Estado e de receitas de concessões
nacionais que permita estancar a crise orçamental e garantir a
independencia que permita avançar com uma renegociação da divida.
Após o cancelamento do memorando de entendimento
em vigor através das medidas atrás enunciadas, a esquerda (uma vez
liderante) pretende promover a negociação de um memorando de
desenvolvimento com o povo, uma espécie de novo contrato social (o new
deal portugues) através de um amplo debate nacional, cívico e
político, mobilizador da vontade popular. Nesse novo contrato social,
a obsessão pela diminuição dos chamados custos unitários do trabalho
deve ser substituida por um esforço continuado de capacitação da força
de trabalho, de qualificação do empreendorismo e de potenciação do
sector cooperativo. Dão exemplos, como seja a criação de um banco de
operações mutualistas assente na conjunção de esforços do Estado, das
fundações e de investidores a título pessoal; transição de um país de
mão de obra para um país de cerebros de obra, estancando a fuga de
jovens licenciados para o estrangeiro; reinstituição do ministerio da
cultura e do patrimonio com vastas competencias que iriam do turismo à
reabilitação urbana.
No campo politico, os artistas salvadores propõem
as medidas seguintes: criação de uma bolsa-escola para combater o
impacto da pobreza na infância e fixação legislativa de um estatuto do
idoso com garantias estatais; politicas tendentes ao pleno emprego e
ao combate à precariedade. Propõem ainda que o parlamento realize um
estudo de impacto social sobre estas propostas.
Quanto ao sistema judicial, pretendem-no próximo
do cidadão e íntegro, privilegiando um sistema generalizado de juri,
agindo de forma coadjuvante à acção dos juizes. Finalmente advogam
para a eleição dos deputados a introdução de um sistema de listas
aberto a todos os cidadãos a fim de aumentar o grau de qualidade e
responsabilização do sistema politico.
Se estes artistas não estivessem a falar a sério,
este programa poderia servir de argumento para um sketch televisivo de
humor, daqueles que se servem do ridiculo para fazer graça com a
desgraça alheia. Como quererão aquelas almas evitar coercivamente a
fuga de capitais, se há liberdade de circulação de capitais? Como
querem estes tipos promover a poupança se a malta não tem dinheiro
sequer para o essencial? Com que fundos iria o Estado criar um fundo
soberano? Cancelado o memorando de entendimento que nos alimentaria,
quem nos sustentaria? Como se passa de um país de mão de obra para um
país de cérebros de obra? Como se atinge o pleno emprego? Dando
emprego a toda a gente? Para fazerem o quê? Como se lhes pagaria? Como
se aproxima a justiça dos cidadãos? Com tribunais populares? Com que
critério se estabeleceriam listas abertas de candidatos a deputados?
Seriam admitidos apenas os companheiros da esquerda apoiantes desta
bambuchata? Tudo isto não passa de uma brincadeira de mau gosto,
própria de épocas passadas que serviria para reinstalar em Portugal um
sistema felizmente morto desde 1989 e que nos ameaçou durante o
famigerado PREC dirigido pelo inefável Cunhal e os seus esbirros
marxistas-leninistas. Vade-retro, como se diz ao diabo. E que o diabo
os carregue!
ALBINO ZEFERINO 1/10/2012
Longe dos esquerdismos, uma proposta alternativa:
ResponderEliminarhttp://notaslivres.blogspot.pt/2012/09/medida-2-criacao-de-condicoes-para.html
ResponderEliminarMAIS EXPERIMENTALISMOS NÃO POR FAVOR!!!