Portugal não tem uma grande tradição sindicalista.
A ausencia de importantes unidades industriais com massas gigantescas
de operariado que estiveram na origem do sindicalismo no sec. XIX na
maioria dos países industrializados foi sempre uma caracteristica
portuguesa no principio desse movimento. O sindicalismo nasceu como
arma de defesa colectiva dos trabalhadores contra os excessos
capitalistas do sec.XIX. Organizando o operariado como uma força de
trabalho colectiva que se opunha ao capital, os sindicatos tiveram um
papel importante na definição de regras justas na relação do trabalho
nas sociedades industriais. Portugal era nessa altura um país
essencialmente agrícola e o trabalho nesse sector sempre se regeu mais
em função das colheitas e do tempo. Só mais tarde com a organização da
agricultura surgiram os primeiros sindicatos no sector, mas nunca com
a importancia e a força que detinham os sindicatos dos sectores
industriais.
A industrialização em Portugal surgiu com Salazar
só nos anos 40 sob o regime corporativo, que organizou o trabalho em
função de sectores de actividade retirando aos sindicatos livres
qualquer capacidade reivindicativa. Foi assim só depois do 25 de abril
que nasceu em Portugal o movimento sindical que hoje conhecemos, que
utiliza as greves como arma de defesa dos interesses dos trabalhadores
e de participação activa na politica. É por isso que as duas centrais
sindicais existentes em Portugal estão intimamente ligadas (eu diria
mesmo dependentes) aos partidos politicos de base operária que as
apoiam. Foi através do movimento sindical que muitas das chamadas
"conquistas da revolução" se concretizaram, aproveitando a confusão
social que se seguiu à revolução, com a colaboração politica dos
sucessivos governos na sua maioria de esquerda. Só a partir da adesão
de Portugal à então Comunidade europeia em 1986 é que os sindicatos
começaram a agir efectivamente como organizações laborais por força da
sua inclusão nas organizações sindicais comunitárias. A UGT nasceu
nessa altura contra a vontade da CGTP que assim viu a sua hegemonia
comprometida, mantendo-se contudo como a mais importante força
sindical portuguesa. Foi através da CGTP que surgiram as primeiras
convenções colectivas de trabalho que fixaram as regras laborais em
Portugal e que ainda hoje detém uma capacidade de mobilização capaz de
paralizar sectores inteiros da economia nacional.
Num momento de viragem do panorama economico-social
em Portugal (alguns chamam-lhe "refundação") é natural que as
organizações sindicais (sobretudo a CGTP) se mostrem desesperadas ao
verem comprometido todo o esforço feito no sentido de controlar o
mundo laboral, com a eliminação progressiva dos beneficios (alguns
espurios e até imorais) que as centrais sindicais conseguiram obter
para os seus associados. Em íntima articulação com o partido comunista
(que orienta a CGTP apesar da sua escassa representação parlamentar) a
CGTP tem reagido, organizando greves e manifestações de rua sem
cessar, na tentativa de manter vivo no espírito dos portugueses a
capacidade reivindicativa do povo, sempre pronto a reagir a medidas
que lhe são objectivamente dolorosas.
Por muito que o governo deseje manter a legalidade
constitucional vigente há quase 40 anos (seria agora o momento
adequado para se fazer uma revisão constitucional que facilitasse a
necessária recuperação social e económica do país) não me parece
aceitável que se permita que um escasso numero de trabalhadores
privilegiados comprometa a acção regeneradora do governo no seu
esforço de sanear sectores produtivos essenciais para a retoma
económica de Portugal. Refiro-me concretamente aos escassos trezentos
e tal estivadores do porto de Lisboa que declararam greve ilimitada ao
trabalho (cumprem os serviços minimos indispensáveis para evitar a
requisição civil) alegando não prescindir dos acréscimos salariais de
que gozam há anos, comprometendo o enorme esforço realizado por
milhares de outros trabalhadores que conseguiram pela primeira vez
desde há dezenas de anos fazer aumentar as exportações portuguesas. Do
mesmo modo se pode argumentar relativamente aos cerca de oitocentos
trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo que, com a sua
atitude reivindicativa, impedem o saneamento duma empresa falida, que
custa milhões de euros ao erário publico. Neste contexto incluo ainda
os trabalhadores dos caminhos de ferro portugueses que igualmente
gozam de salários inflacionados e não prescindem desse privilégio, tal
como o estão fazendo a maioria dos portugueses que aceitaram
patrioticamente colaborar na regeneração financeira do país,
organizando greves sucessivas de cada vez que sentem perigo na
estabilidade dos seus chorudos ordenados . Estas e outras atitudes por
parte de cidadãos portugueses que concordam com abaixamentos salariais
para os outros mas que não estão dispostos a abdicar da totalidade dos
seus, devem ser denunciadas e combatidas, sejam simples trabalhadores
manuais, sejam técnicos altamente qualificados, sejam gestores de topo
ou titulares de orgãos de soberania. A propósito, porque razão são os
deputados poupados aos cortes salariais? Não virá o dinheiro para eles
todo do mesmo sitio?
ALBINO ZEFERINO
30/11/2012
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
FEDERALIZAÇÃO À EUROPEIA
Pelo caminho que as coisas estão levando só vejo
uma solução para o problema da crise europeia: uma federalização à
europeia. Em vez de a Europa se instituir numa federação clássica de
Estados federados - como na Alemanha, no Brasil ou nos E.U.A., por
exemplo - a União europeia transformar-se-ia numa federação de Estados
à europeia, isto é, juntando Estados independentes uns aos outros, não
em pé de igualdade entre eles, mas conforme os interesses que uns têm
sobre os outros, subordinados a regras comuns mas aplicáveis
diferentemente a uns e a outros. Concretizando. Os países ditos
pagadores (Reino Unido, França, Itália, Suécia, etc.) absorveriam os
países beneficiários que lhes fossem mais afins ou que lhes devessem
mais dinheiro, comprando ou executando terras, bens e serviços desses
países. Por exemplo, os ingleses absorveriam os irlandeses, os alemães
integrariam os da Europa central (Polónia, Republica checa, Roménia e
outros), os franceses ocupariam a Espanha e Portugal, os suecos
ocupar-se-iam dos países bálticos, os holandeses juntar-se- iam aos
belgas, os gregos aos bulgaros, a Itália juntar-se-ia aos países
balcanicos e assim por diante, conforme os interesses dos países
integradores e os apetites que os países integrados lhes suscitassem.
Seria a Europa das Regiões baseada na teoria dos circulos
concentricos. Os chamados grandes Estados criariam zonas de influencia
englobando grupos de países, que por sua vez poderiam ou não estar
agrupados hierarquicamente entre si. A regra geral seria a da
subsidiaridade, ou seja, aquilo que pudesse ser mais bem feito
isoladamente do que em conjunto seria da responsabilidade de cada
país. Tudo o que saisse melhor feito em conjunto (ou seja, sob
orientação do país integrador) seria feito em conjunto (ou seja,
subordinado a regras comuns a esse grupo de países ditadas pelo país
integrador).
No caso de Portugal, ficariamos prioritariamente
subordinados aos interesses espanhois no que não interessasse à França
(por exemplo, o mercado ibérico da energia ou a exploração do Alqueva
e das redes fluviais) e tudo aquilo que na peninsula ibérica fosse do
interesse frances (por exemplo, a politica agricola comum ou a rede
ferroviária) dependeria da vontade francesa. A exploração mineira ou o
fornecimento de petróleo (por se tratar de politicas europeias comuns)
dependeria em primeira linha dos interesses franceses e globalmente de
Bruxelas. Tal como o sistema bancário e a gestão de Schengen, que
ficariam integrados em sistemas comuns europeus. A politica externa e
a defesa seriam politicas comuns definidas em Bruxelas e executadas
pelos países em função de planos comunitários. Para nós ficaria a
gestão das praias e dos portos portugueses (sempre e quando não fosse
incompativel com os interesses espanhois e franceses ou eventualmente
comunitários) e o ordenamento territorial de Portugal. E assim por
diante. A determinação do nível de responsabilidades nacionais era
flexivel (ou seja a determinação dos sectores a gerir e o seu nível
decisório) seria fixada caso a caso em cada Conselho europeu, que
decidiria os respectivos financiamentos anuais e plurianuais. Os
orçamentos nacionais seriam avalizados por Bruxelas em função das
responsabilidades atribuidas a cada país. Cada país seria responsável
por aquilo que lhe ficasse atribuido (exclusivamente no seu território
mas tambem em territórios de países nele integrados) ou seja, haveria
reuniões ministeriais nacionais para tratar de assuntos exclusivamente
nacionais, cimeiras ministeriais de dois ou mais países integrados
numa mesma região para tratar de assuntos que dissessem respeito a
essa região e cimeiras europeias de chefes de estado e de governo para
a definição de politicas comuns a toda a federação europeia. Em suma,
quanto melhor um país se governasse a si próprio mais competencias
nacionais lhe seriam atribuidas e vice-versa. As relações de
dependencia inter-estaduais não seriam unívicas, dependendo da
capacidade de gestão demonstrada por cada país. Os países europeus
ficariam desta maneira ligados entre si de diversas maneiras em função
das suas importancias e das suas capacidades relativas.
Os sistemas de governo de todos os países seriam
obrigatoriamente democraticos (os eleitores de cada país votavam para
os seus respectivos parlamentos em listas nacionais, mas tambem para
os orgãos europeus em listas europeias). Ou seja, nem todos os países
teriam responsáveis nacionais nas instituições comunitárias,
dependendo da sua eleição ou não nas listas europeias. Os comissários
europeus teriam que ser obrigatoriamente deputados europeus e
abandonava-se a regra de um comissário por país.
Talvez assim a Europa se salvasse da exaustão para
onde caminha a passos largos vai para 5 anos.
uma solução para o problema da crise europeia: uma federalização à
europeia. Em vez de a Europa se instituir numa federação clássica de
Estados federados - como na Alemanha, no Brasil ou nos E.U.A., por
exemplo - a União europeia transformar-se-ia numa federação de Estados
à europeia, isto é, juntando Estados independentes uns aos outros, não
em pé de igualdade entre eles, mas conforme os interesses que uns têm
sobre os outros, subordinados a regras comuns mas aplicáveis
diferentemente a uns e a outros. Concretizando. Os países ditos
pagadores (Reino Unido, França, Itália, Suécia, etc.) absorveriam os
países beneficiários que lhes fossem mais afins ou que lhes devessem
mais dinheiro, comprando ou executando terras, bens e serviços desses
países. Por exemplo, os ingleses absorveriam os irlandeses, os alemães
integrariam os da Europa central (Polónia, Republica checa, Roménia e
outros), os franceses ocupariam a Espanha e Portugal, os suecos
ocupar-se-iam dos países bálticos, os holandeses juntar-se- iam aos
belgas, os gregos aos bulgaros, a Itália juntar-se-ia aos países
balcanicos e assim por diante, conforme os interesses dos países
integradores e os apetites que os países integrados lhes suscitassem.
Seria a Europa das Regiões baseada na teoria dos circulos
concentricos. Os chamados grandes Estados criariam zonas de influencia
englobando grupos de países, que por sua vez poderiam ou não estar
agrupados hierarquicamente entre si. A regra geral seria a da
subsidiaridade, ou seja, aquilo que pudesse ser mais bem feito
isoladamente do que em conjunto seria da responsabilidade de cada
país. Tudo o que saisse melhor feito em conjunto (ou seja, sob
orientação do país integrador) seria feito em conjunto (ou seja,
subordinado a regras comuns a esse grupo de países ditadas pelo país
integrador).
No caso de Portugal, ficariamos prioritariamente
subordinados aos interesses espanhois no que não interessasse à França
(por exemplo, o mercado ibérico da energia ou a exploração do Alqueva
e das redes fluviais) e tudo aquilo que na peninsula ibérica fosse do
interesse frances (por exemplo, a politica agricola comum ou a rede
ferroviária) dependeria da vontade francesa. A exploração mineira ou o
fornecimento de petróleo (por se tratar de politicas europeias comuns)
dependeria em primeira linha dos interesses franceses e globalmente de
Bruxelas. Tal como o sistema bancário e a gestão de Schengen, que
ficariam integrados em sistemas comuns europeus. A politica externa e
a defesa seriam politicas comuns definidas em Bruxelas e executadas
pelos países em função de planos comunitários. Para nós ficaria a
gestão das praias e dos portos portugueses (sempre e quando não fosse
incompativel com os interesses espanhois e franceses ou eventualmente
comunitários) e o ordenamento territorial de Portugal. E assim por
diante. A determinação do nível de responsabilidades nacionais era
flexivel (ou seja a determinação dos sectores a gerir e o seu nível
decisório) seria fixada caso a caso em cada Conselho europeu, que
decidiria os respectivos financiamentos anuais e plurianuais. Os
orçamentos nacionais seriam avalizados por Bruxelas em função das
responsabilidades atribuidas a cada país. Cada país seria responsável
por aquilo que lhe ficasse atribuido (exclusivamente no seu território
mas tambem em territórios de países nele integrados) ou seja, haveria
reuniões ministeriais nacionais para tratar de assuntos exclusivamente
nacionais, cimeiras ministeriais de dois ou mais países integrados
numa mesma região para tratar de assuntos que dissessem respeito a
essa região e cimeiras europeias de chefes de estado e de governo para
a definição de politicas comuns a toda a federação europeia. Em suma,
quanto melhor um país se governasse a si próprio mais competencias
nacionais lhe seriam atribuidas e vice-versa. As relações de
dependencia inter-estaduais não seriam unívicas, dependendo da
capacidade de gestão demonstrada por cada país. Os países europeus
ficariam desta maneira ligados entre si de diversas maneiras em função
das suas importancias e das suas capacidades relativas.
Os sistemas de governo de todos os países seriam
obrigatoriamente democraticos (os eleitores de cada país votavam para
os seus respectivos parlamentos em listas nacionais, mas tambem para
os orgãos europeus em listas europeias). Ou seja, nem todos os países
teriam responsáveis nacionais nas instituições comunitárias,
dependendo da sua eleição ou não nas listas europeias. Os comissários
europeus teriam que ser obrigatoriamente deputados europeus e
abandonava-se a regra de um comissário por país.
Talvez assim a Europa se salvasse da exaustão para
onde caminha a passos largos vai para 5 anos.
sábado, 24 de novembro de 2012
AS INCONSTITUCIONALIDADES PORTUGUESAS
A propósito da utilização recorrente da ameaça de
inconstitucionalidade relativamente a todos e quaisquer diplomas
anunciados pelo governo que desagradem às forças de bloqueio,
situem-se elas politicamente onde se situem, convirá deixar aqui
constância da diferença entre aquilo que deve ser classificado de
verdadeiramente inconstitucional e portanto corrigido, daquilo que
convém classificar de inconstitucional porque é simplesmente incómodo
para uma certa classe de gente e que portanto deve ser combatido.
Não será necessário ter-se formação juridica para
se perceber da vantagem das constituições politicas na normal gestão
da coisa publica. Parece óbvio que, sem uma cartilha onde estejam
fixados genericamente os principios pelos quais determinada sociedade
deverá ser regida, será muito dificil conduzir convenientemente um
país a caminho do desenvolvimento. Dir-se-à porém que em certos países
não há constituição escrita e eles não deixam de ser governados
adequadamente de acordo com os principios que regem as sociedades
desenvolvidas. Eu direi que, não havendo constituição escrita nesses
países, há porém uma série de regras de sociedade baseadas no costume
que estão genuinamente interiorizadas no espírito colectivo dos
respectivos cidadãos e cuja aceitação é por assim dizer automática, ou
seja incontestável.
Em Portugal não há infelizmente essa consciencia
cívica colectiva, que baliza automaticamente as condutas politicamente
relevantes dos seus cidadãos (sejam eles governantes, legisladores,
julgadores ou simples destinatários das decisões destes) permitindo
aos mais ousados (eu diria melhor, desavergonhados) usar
despudoradamente do recurso fácil à fiscalização da
constitucionalidade para evitar a entrada em vigor de certas leis que
eles consideram limitativas ou eliminatórias de privilégios de classe,
instituidos há dezenas de anos atrás no rescaldo da anarquia
esquerdista que se seguiu ao 25 de abril. É por isso necessário e até
indispensável que em países como o nosso exista uma constituição onde
estejam plasmados os principios fundamentais que regem a sociedade
portuguesa no seu conjunto. Mas apenas esses. Se, por esperteza
saloia, alguns ditos constitucionalistas resolveram fazer da
constituição portuguesa uma espécie de road map a caminho do
socialismo (como alegremente os abrileiros apregoavam há 30 anos,
agitando o cravo e trauteando os amanhãs que cantam) então há que
expurgá-la desses excessos que só a desvirtuam e lhe conferem uma
natureza meramente regulamentar. A constituição portuguesa de 1976
mais parece um regulamento camarário. São dezenas de capitulos e
sub-capitulos, centenas de artigos e de excepções, que misturam
principios com determinações particulares e que limitam o carácter
hegemónico que uma lei fundamental deve possuir.
A apreciação da inconstitucionalidade das leis
pode revestir na nossa ordem constitucional diversas formas: a
fiscalização preventiva, a fiscalização abstracta e a fiscalização
concreta, que necessita de tres decisões do tribunal constitucional
para que a inconstitucionalidade seja declarada. Como se vê, a
constituição portuguesa em vez de facilitar o caminho em direcção do
desenvolvimento do país, constitui pelo contrário um travão a esse
desenvolvimento, limitando a capacidade de decisão do legislador na
procura de soluções que conduzam a um maior e mais rápido progresso
económico e social do país. Permitindo um constante e detalhado exame
a todas as iniciativas legislativas, coartando a margem de manobra dos
governos na prossecução de medidas tendentes à modernização das
estruturas do Estado, a constituição portuguesa constituiu um
obstáculo ao progresso do país em vez de cumprir a sua missão de
balizar o caminho de acordo com as regras e principios genericamente
aceites por todos os países civilizados onde o nosso país se insere.
ALBINO ZEFERINO
24/11/2012
inconstitucionalidade relativamente a todos e quaisquer diplomas
anunciados pelo governo que desagradem às forças de bloqueio,
situem-se elas politicamente onde se situem, convirá deixar aqui
constância da diferença entre aquilo que deve ser classificado de
verdadeiramente inconstitucional e portanto corrigido, daquilo que
convém classificar de inconstitucional porque é simplesmente incómodo
para uma certa classe de gente e que portanto deve ser combatido.
Não será necessário ter-se formação juridica para
se perceber da vantagem das constituições politicas na normal gestão
da coisa publica. Parece óbvio que, sem uma cartilha onde estejam
fixados genericamente os principios pelos quais determinada sociedade
deverá ser regida, será muito dificil conduzir convenientemente um
país a caminho do desenvolvimento. Dir-se-à porém que em certos países
não há constituição escrita e eles não deixam de ser governados
adequadamente de acordo com os principios que regem as sociedades
desenvolvidas. Eu direi que, não havendo constituição escrita nesses
países, há porém uma série de regras de sociedade baseadas no costume
que estão genuinamente interiorizadas no espírito colectivo dos
respectivos cidadãos e cuja aceitação é por assim dizer automática, ou
seja incontestável.
Em Portugal não há infelizmente essa consciencia
cívica colectiva, que baliza automaticamente as condutas politicamente
relevantes dos seus cidadãos (sejam eles governantes, legisladores,
julgadores ou simples destinatários das decisões destes) permitindo
aos mais ousados (eu diria melhor, desavergonhados) usar
despudoradamente do recurso fácil à fiscalização da
constitucionalidade para evitar a entrada em vigor de certas leis que
eles consideram limitativas ou eliminatórias de privilégios de classe,
instituidos há dezenas de anos atrás no rescaldo da anarquia
esquerdista que se seguiu ao 25 de abril. É por isso necessário e até
indispensável que em países como o nosso exista uma constituição onde
estejam plasmados os principios fundamentais que regem a sociedade
portuguesa no seu conjunto. Mas apenas esses. Se, por esperteza
saloia, alguns ditos constitucionalistas resolveram fazer da
constituição portuguesa uma espécie de road map a caminho do
socialismo (como alegremente os abrileiros apregoavam há 30 anos,
agitando o cravo e trauteando os amanhãs que cantam) então há que
expurgá-la desses excessos que só a desvirtuam e lhe conferem uma
natureza meramente regulamentar. A constituição portuguesa de 1976
mais parece um regulamento camarário. São dezenas de capitulos e
sub-capitulos, centenas de artigos e de excepções, que misturam
principios com determinações particulares e que limitam o carácter
hegemónico que uma lei fundamental deve possuir.
A apreciação da inconstitucionalidade das leis
pode revestir na nossa ordem constitucional diversas formas: a
fiscalização preventiva, a fiscalização abstracta e a fiscalização
concreta, que necessita de tres decisões do tribunal constitucional
para que a inconstitucionalidade seja declarada. Como se vê, a
constituição portuguesa em vez de facilitar o caminho em direcção do
desenvolvimento do país, constitui pelo contrário um travão a esse
desenvolvimento, limitando a capacidade de decisão do legislador na
procura de soluções que conduzam a um maior e mais rápido progresso
económico e social do país. Permitindo um constante e detalhado exame
a todas as iniciativas legislativas, coartando a margem de manobra dos
governos na prossecução de medidas tendentes à modernização das
estruturas do Estado, a constituição portuguesa constituiu um
obstáculo ao progresso do país em vez de cumprir a sua missão de
balizar o caminho de acordo com as regras e principios genericamente
aceites por todos os países civilizados onde o nosso país se insere.
ALBINO ZEFERINO
24/11/2012
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
A EUROPA DO NOSSO DESCONTENTAMENTO
Desiludam-se aqueles que esperavam a salvação
através de acções de solidariedade vindas da UE, fosse através de
excepções às estritas regras dos financiamentos comunitários, fosse
através duma política de maior integração institucional onde os países
beneficiários poderiam diluir os seus défices e as suas dívidas
externas num orçamento comunitário mais vasto e mais rico. O Conselho
europeu extraordinário dos próximos 22 e 23 de novembro vai decidir
sobre o orçamento plurianual da Europa de 2014 a 2020. Não num sentido
ecuménico de promover um maior crescimento europeu face aos grandes
desafios que os novos grandes países lhe lançam, ou num reforço da
coesão europeia, muito enfraquecida pela forma como as crises se têm
desenvolvido no seio de alguns dos países membros, mas sim num
exercício egoísta e pragmático de fixar concretamente quanto custará a
UE a cada país membro e para fazer o quê. Será assim, à sombra de
qualquer debate nacional que o futuro da Europa vai ser definido até
ao fim da década. Em Bruxelas ninguem fala de crescimento, apesar dos
bonitos projectos sobre a reorientação da Europa fundada num pacto de
crescimento que os socialistas franceses apregoaram na sequência da
eleição do seu novo presidente. O PM ingles, empurrado pela sua
maioria receosa de que retirem à GB o regime de favor de que goza,
exige uma diminuição global do projecto orçamental comunitário,
ameaçando com um veto. A França promete a mesma coisa, se os créditos
da política agricola comum forem amputados dando satisfação à
indignação dinamarquesa pelo peso excessivo das despesas agricolas. A
Alemanha insiste no condicionamento das ajudas ao respeito da
disciplina orçamental dos Estados beneficiários. O próximo orçamento
plurianual europeu será assim um orçamento dos anos 50, sem apoio ao
emprego e deixando de lado a inovação. Na melhor das hipóteses haverá
uma estagnação orçamental prenunciadora de uma austeridade prolongada
e o reconhecimento de que a crise ainda está no horizonte.
Não nos esqueçamos que em Portugal nunca vivemos
daquilo que produzimos. Sempre houve algo que nos permitiu viver acima
das nossas possibilidades. Primeiro foi o comercio de especiarias do
Oriente, depois o ouro do Brasil, mais tarde o petróleo de Angola e
finalmente os fundos comunitários. Agora que tudo isso acabou, temos a
troika. Mas com estes a coisa fia mais fino. Já não podemos fazer o
que nos dá na veneta. Temos que perguntar se concordam. E os chatos
insistem sempre na disciplina orçamental. O que nos espera então? Na
falta de apoios comunitários suficientes para continuarmos a viver ao
nivel dos outros parceiros, só nos resta baixar de nivel de vida. É o
que infelizmente já se vai notando por aí. Aos poucos e poucos a vida
em Portugal vai-se tornando mais dificil e mais precária, com faltas
pontuais e serviços cada vez mais deficientes. A evasão fiscal
aumenta, acompanhando a emigração dos mais prestáveis e dos mais
jovens, deixando para trás os párias e os velhos. Portugal está-se
transformando num país de anciãos pobres com cada vez menos
assistencia e dinheiro que, em vez de progredir, regride até à
exaustão. Depois virão os abutres para comer o que resta, se alguma
coisa tiver ficado.
ALBINO ZEFERINO
19/11/2012
através de acções de solidariedade vindas da UE, fosse através de
excepções às estritas regras dos financiamentos comunitários, fosse
através duma política de maior integração institucional onde os países
beneficiários poderiam diluir os seus défices e as suas dívidas
externas num orçamento comunitário mais vasto e mais rico. O Conselho
europeu extraordinário dos próximos 22 e 23 de novembro vai decidir
sobre o orçamento plurianual da Europa de 2014 a 2020. Não num sentido
ecuménico de promover um maior crescimento europeu face aos grandes
desafios que os novos grandes países lhe lançam, ou num reforço da
coesão europeia, muito enfraquecida pela forma como as crises se têm
desenvolvido no seio de alguns dos países membros, mas sim num
exercício egoísta e pragmático de fixar concretamente quanto custará a
UE a cada país membro e para fazer o quê. Será assim, à sombra de
qualquer debate nacional que o futuro da Europa vai ser definido até
ao fim da década. Em Bruxelas ninguem fala de crescimento, apesar dos
bonitos projectos sobre a reorientação da Europa fundada num pacto de
crescimento que os socialistas franceses apregoaram na sequência da
eleição do seu novo presidente. O PM ingles, empurrado pela sua
maioria receosa de que retirem à GB o regime de favor de que goza,
exige uma diminuição global do projecto orçamental comunitário,
ameaçando com um veto. A França promete a mesma coisa, se os créditos
da política agricola comum forem amputados dando satisfação à
indignação dinamarquesa pelo peso excessivo das despesas agricolas. A
Alemanha insiste no condicionamento das ajudas ao respeito da
disciplina orçamental dos Estados beneficiários. O próximo orçamento
plurianual europeu será assim um orçamento dos anos 50, sem apoio ao
emprego e deixando de lado a inovação. Na melhor das hipóteses haverá
uma estagnação orçamental prenunciadora de uma austeridade prolongada
e o reconhecimento de que a crise ainda está no horizonte.
Não nos esqueçamos que em Portugal nunca vivemos
daquilo que produzimos. Sempre houve algo que nos permitiu viver acima
das nossas possibilidades. Primeiro foi o comercio de especiarias do
Oriente, depois o ouro do Brasil, mais tarde o petróleo de Angola e
finalmente os fundos comunitários. Agora que tudo isso acabou, temos a
troika. Mas com estes a coisa fia mais fino. Já não podemos fazer o
que nos dá na veneta. Temos que perguntar se concordam. E os chatos
insistem sempre na disciplina orçamental. O que nos espera então? Na
falta de apoios comunitários suficientes para continuarmos a viver ao
nivel dos outros parceiros, só nos resta baixar de nivel de vida. É o
que infelizmente já se vai notando por aí. Aos poucos e poucos a vida
em Portugal vai-se tornando mais dificil e mais precária, com faltas
pontuais e serviços cada vez mais deficientes. A evasão fiscal
aumenta, acompanhando a emigração dos mais prestáveis e dos mais
jovens, deixando para trás os párias e os velhos. Portugal está-se
transformando num país de anciãos pobres com cada vez menos
assistencia e dinheiro que, em vez de progredir, regride até à
exaustão. Depois virão os abutres para comer o que resta, se alguma
coisa tiver ficado.
ALBINO ZEFERINO
19/11/2012
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
A VISITA DA SRª MERKEL
Apesar das excitadas notícias que a nossa
comunicação social comunica, que provocam nos espíritos simples dos
portugas confusões comprometedoras, a visita da chanceler alemã veio
trazer uma certa acalmia ao ambiente conturbado das últimas semanas. É
que mau grado os convénios esquerdistas apelando à morte da senhora e
as cartas abertas que nenhum dos subscritores teria coragem de
subscrever sozinho maldizendo a sua visita, o amor-próprio lusitano
sentiu-se afagado com a importancia que a "gnaedige Frau" deu aos
portugas, dignando-se aterrar na Portela, mesmo que por escassas
horas.
O reflexo da entrevista concedida à repórter
portuguesa em Berlim e passado à exaustão nas televisões portuguesas,
salientando ela não ter nada que ver com a elaboração do programa da
troika (que como se sabe é da responsabilidade das entidades
interventoras e do governo portugues - este e o anterior) deu aos
portugas uma certa noção de injustiça feita relativamente à senhora,
perpetrada nos comentários negativos na imprensa dos ultimos dias e
nas manifestações orquestradas pelas esquerdas nas ruas. Os
portugueses reconhecem os seus erros e são suficientemente humildes
para o fazerem, infelizmente sempre muito tarde e sem qualquer
proveito. A vinda da senhora até junto deles (ou de quem os
representa) deu-lhes a oportunidade para fazerem falar os sentimentos
antes de darem largas aos seus instintos. Compreende-se (e ela mais do
que ninguem pelas responsabilidades que tem) que portugueses, gregos e
quejandos estejam desesperados por serem obrigados a pagar pelos
disparates que cometeram durante décadas, mas seria mais dificilmente
compreensivel aceitar culpas, quando uma pessoa se sente mordida na
mão que alimenta a besta. De mal-agradecidos está o inferno cheio,
como diz sabiamente o povo. E ao contrário dos gregos, os portugas não
querem passar por mal-agradecidos.
O pequeno grupo de empresários alemães que
acompanha Frau Merkel já vem com planos (ao contrário das hordas de
empresários portugueses que geralmente acompanham os presidentes da
Republica nas suas visitas turisticas) preparados com antecedencia e
dentro dos apertados limites que a capacidade de desenvolvimento
portugues hoje oferece. Saibam os seus congéneres lusitanos e o
governo que os representa estabelecer com eles os laços económicos
necessários para fazer finalmente sair Portugal deste enorme fosso
para onde inconscientes e aldrabões empurraram os portugas sérios e
trabalhadores que ainda há em Portugal. Saibamos aproveitar esta
visita com espírito aberto e construtivo e não nos deixemos levar nas
cantigas destrutivas e fantasistas dos amanhãs que cantam e das
solidariedades bacocas.
ALBINO ZEFERINO 12/11/2012
comunicação social comunica, que provocam nos espíritos simples dos
portugas confusões comprometedoras, a visita da chanceler alemã veio
trazer uma certa acalmia ao ambiente conturbado das últimas semanas. É
que mau grado os convénios esquerdistas apelando à morte da senhora e
as cartas abertas que nenhum dos subscritores teria coragem de
subscrever sozinho maldizendo a sua visita, o amor-próprio lusitano
sentiu-se afagado com a importancia que a "gnaedige Frau" deu aos
portugas, dignando-se aterrar na Portela, mesmo que por escassas
horas.
O reflexo da entrevista concedida à repórter
portuguesa em Berlim e passado à exaustão nas televisões portuguesas,
salientando ela não ter nada que ver com a elaboração do programa da
troika (que como se sabe é da responsabilidade das entidades
interventoras e do governo portugues - este e o anterior) deu aos
portugas uma certa noção de injustiça feita relativamente à senhora,
perpetrada nos comentários negativos na imprensa dos ultimos dias e
nas manifestações orquestradas pelas esquerdas nas ruas. Os
portugueses reconhecem os seus erros e são suficientemente humildes
para o fazerem, infelizmente sempre muito tarde e sem qualquer
proveito. A vinda da senhora até junto deles (ou de quem os
representa) deu-lhes a oportunidade para fazerem falar os sentimentos
antes de darem largas aos seus instintos. Compreende-se (e ela mais do
que ninguem pelas responsabilidades que tem) que portugueses, gregos e
quejandos estejam desesperados por serem obrigados a pagar pelos
disparates que cometeram durante décadas, mas seria mais dificilmente
compreensivel aceitar culpas, quando uma pessoa se sente mordida na
mão que alimenta a besta. De mal-agradecidos está o inferno cheio,
como diz sabiamente o povo. E ao contrário dos gregos, os portugas não
querem passar por mal-agradecidos.
O pequeno grupo de empresários alemães que
acompanha Frau Merkel já vem com planos (ao contrário das hordas de
empresários portugueses que geralmente acompanham os presidentes da
Republica nas suas visitas turisticas) preparados com antecedencia e
dentro dos apertados limites que a capacidade de desenvolvimento
portugues hoje oferece. Saibam os seus congéneres lusitanos e o
governo que os representa estabelecer com eles os laços económicos
necessários para fazer finalmente sair Portugal deste enorme fosso
para onde inconscientes e aldrabões empurraram os portugas sérios e
trabalhadores que ainda há em Portugal. Saibamos aproveitar esta
visita com espírito aberto e construtivo e não nos deixemos levar nas
cantigas destrutivas e fantasistas dos amanhãs que cantam e das
solidariedades bacocas.
ALBINO ZEFERINO 12/11/2012
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
O GRANDE DESENGANO
Desenganem-se os optimistas, pois a situação
desesperada na Grécia não augura nenhum futuro grandioso para a
resolução pacifica da crise. Mesmo depois da visita de inspecção da
Grande Chefe a Atenas (e talvez por causa dela) desatou-se de novo a
furia grega, provocando novas derrapagens, desta vez impossiveis mesmo
de controlar. A juntar a esta desgraça, a situação espanhola, longe de
se compor, está cada vez mais desesperada com apelos constantes às
independencias autonomicas e portanto no limiar de uma desagregação
nacional. Por aqui, esperando a chegada da Grande Senhora, como
leitmotif para a lamechice por um lado e para a maledicencia por
outro, o povo portugues aguarda sereno o desenvolvimento dos
acontecimentos como se nada tivesse a ver com a origem deles e tudo
com as suas consequencias.
Os arautos da desgraça centram agora as suas
criticas na necessidade da preservação do chamado estado social,
espécie de grande misericordia sempre pronta a absolver os fracos e
desvalidos dos seus pecados, dando-lhes a sopa diária para que
sobrevivam e a manta esburacada para que não morram de frio. Para
isso, defendem o alargamento do prazo para o reembolso das dividas que
fizemos, acompanhado do abaixamento (alguns até falam em supressão)
dos juros dos emprestimos que contraimos, como se os nossos credores
tivessem obrigação de suportar as nossas faltas e de acarinhar as
nossas debilidades. Será que o leitor destas linhas estaria disposto a
perdoar um qualquer calote que tivesse sofrido por parte dum vizinho
descuidado ou perdulário, à custa de sacrificios da sua parte ou da
sua familia? Eu por mim não. E creio que a maioria das pessoas tambem
não.
O caminho aponta pois cada vez com maior nitidez
para uma desgraça nacional resultante da desagregação da União
europeia e do seu euro e do salve-se quem puder que se lhe seguirá,
logo que alemães, finlandeses, holandeses e outros nórdicos concluirem
que, por muito espremidos, os sulistas já não deitam nenhuma gota
mais. Depois é fazer fila em frente dos centros de acolhimento, a ver
se nos toca algo do estado social que orgulhosamente criamos com o
dinheiro dos outros.
ALBINO
ZEFERINO 8/11/2012
desesperada na Grécia não augura nenhum futuro grandioso para a
resolução pacifica da crise. Mesmo depois da visita de inspecção da
Grande Chefe a Atenas (e talvez por causa dela) desatou-se de novo a
furia grega, provocando novas derrapagens, desta vez impossiveis mesmo
de controlar. A juntar a esta desgraça, a situação espanhola, longe de
se compor, está cada vez mais desesperada com apelos constantes às
independencias autonomicas e portanto no limiar de uma desagregação
nacional. Por aqui, esperando a chegada da Grande Senhora, como
leitmotif para a lamechice por um lado e para a maledicencia por
outro, o povo portugues aguarda sereno o desenvolvimento dos
acontecimentos como se nada tivesse a ver com a origem deles e tudo
com as suas consequencias.
Os arautos da desgraça centram agora as suas
criticas na necessidade da preservação do chamado estado social,
espécie de grande misericordia sempre pronta a absolver os fracos e
desvalidos dos seus pecados, dando-lhes a sopa diária para que
sobrevivam e a manta esburacada para que não morram de frio. Para
isso, defendem o alargamento do prazo para o reembolso das dividas que
fizemos, acompanhado do abaixamento (alguns até falam em supressão)
dos juros dos emprestimos que contraimos, como se os nossos credores
tivessem obrigação de suportar as nossas faltas e de acarinhar as
nossas debilidades. Será que o leitor destas linhas estaria disposto a
perdoar um qualquer calote que tivesse sofrido por parte dum vizinho
descuidado ou perdulário, à custa de sacrificios da sua parte ou da
sua familia? Eu por mim não. E creio que a maioria das pessoas tambem
não.
O caminho aponta pois cada vez com maior nitidez
para uma desgraça nacional resultante da desagregação da União
europeia e do seu euro e do salve-se quem puder que se lhe seguirá,
logo que alemães, finlandeses, holandeses e outros nórdicos concluirem
que, por muito espremidos, os sulistas já não deitam nenhuma gota
mais. Depois é fazer fila em frente dos centros de acolhimento, a ver
se nos toca algo do estado social que orgulhosamente criamos com o
dinheiro dos outros.
ALBINO
ZEFERINO 8/11/2012
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