quarta-feira, 20 de julho de 2011

COMEÇOU A GUERRA

  Ao cabo de mais de um mês de reflexão, o governo começou finalmente a mexer-se. Foram anunciadas medidas conducentes à execução do programa da troika que já suscitaram reacções por parte dos sindicatos. Foi o sinal. Até agora o novo governo apenas se entreteve com medidas ridiculas para a galeria, parecendo querer evitar pôr-se à frente do touro, quiçá com medo de o enraivecer. Finalmente, num assomo de insuspeitada coragem (ou teria sido mera resignação, conformada com a classificação da Moody´s?) o governo lá lançou a primeira medida séria para conter a despesa: Redução das garantias laborais em caso de despedimento. E ainda só estamos na fase da conversa. Com o rastilho comprido por dezenas de anos de regabofe, nem imagino como os Carvalhos da Silva desta terra reagirão quando começarem as vagas de despedimentos que necessariamente se terão que fazer antes e depois das privatizações já anunciadas. É que sem ovos não se podem fazer omoletes. Pois se o nosso mal é termos muitas despesas inuteis e se a maioria dessas despesas provêm de ordenados pagos a gente dispensável, não vejo outro modo de reduzir essas despesas senão dispensando (ou menos prosaicamente, despedindo) essas pessoas que nunca deveriam ter sido contratadas. O papel do Estado não é o de sustentar as pessoas arranjando-lhes trabalho onde não são necessárias, como defende o partido comunista, mas pelo contrário, aliviar o Estado das pessoas que nele foram penduradas precisamente pelos comunistas e seus capangas, quando por cá mandavam. E quando começar verdadeiramente a reforma do Estado, dando forma à redução do numero de Ministérios, concentrando funções, suprimindo as redundancias funcionais e os organismos inuteis e reduzindo necessariamente o pessoal excedentário resultante dessas reformas? E sempre se vai reduzir o numero de municipios, de freguesias e de empresas municipais como o memo prevê, apesar do Ruas?  Há que preparar as pessoas de espíritos mais simples para tudo isto antes que os Carvalhos da Silva desta terra os incendeiem. É sempre mais fácil prevenir um fogo (que uma vez ateado pode ser facilmente circunscrito e depois apagado sem dramatismos) do que reagir às chamas quando já estiverem alterosas e poderem até queimar os bombeiros. Boa sorte é o que eu desejo.
 
                                                ALBINO ZEFERINO  20/7/2011

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