domingo, 2 de outubro de 2011

DIPLOMACIA ECONOMICA OU ECONOMIA DIPLOMATICA?

Ao cabo de extenuantes 45 dias de trabalho árduo o grupo
de ex-ministros chefiados pelo inefável Braga de Macedo, mais
conhecido pelo adiantado mental, lá conseguiu produzir um papel que
parece tem 1500 páginas (leu bem, mil e quinhentas) sobre a espinhosa
questão de saber quem deve no governo ficar com a nobre tarefa de
coordenar e apoiar a massa empresarial exportadora portuguesa. Como se
os senhores exportadores estivessem ansiosamente à espera que do Braga
e Cia. alguma ideia peregrina saisse que alterasse decisivamente a
veia exportadora dos industriais lusitanos. Para onde vender o vinho,
a cortiça e os sapatos já eles sabem. Só não sabem é onde vão buscar o
dinheiro para produzir os bens que querem exportar. Aí é que está o
busilis, como dizia o outro. E infelizmente não são as cabecinhas
pensantes dos desempregados ex-ministros que vão resolver esse magno
problema.
A questão resume-se então em desempatar a luta surda
entre Passos e Portas sobre qual dos dois irá tutelar o famigerado
ICEP (que passou a AICEP desde que o malandreco do Basilio convenceu o
Sócrates que lhe tinha que pagar mais do que a um director-geral).
Pareceria óbvio a qualquer mortal que tudo o que tivesse que ver com
diplomacia (económica, cultural, sexual, ou outra qualquer) cairia na
esfera de competencia do ministro dos Negócios Estrangeiros, que para
tratar das relações externas lá está. Mas, hélas, pas au Portugal.
Como o tal ICEP (sobretudo desde que se chama AICEP) aparentemente
mexe com massas com algum significado e ainda maior desenvoltura,
entregou-se a coisa a um tipo impoluto vagamente dependente do
ministro da Economia e com ligações formais ao MNE, não fosse alguem
mais distraido levantar a questão da dependencia funcional do
organismo. Com a nova organica governamental e o desinteresse de
Santos Pereira, Passos chamou provisoriamente a si o controle da
coisa, convencido que Braga e sus muchachos lhe iriam trazer uma
solução rapida e limpa. Porem, lidas as 1500 paginas do relatório
ficamos todos na mesma. A quem entregar o AICEP? O Martins da Cruz
tinha solução para isso. Acabar com o organismo integrando as suas
funções e o seu orçamentono MNE. Porem, antes que a pusesse em
prática, Barroso apressou-se a despedir o homem, não fosse a ideia
provocar nova revolução em Portugal.
Agora só vejo um caminho. Reconhecer o óbvio e integrar o
AICEP (já sem o A e as mordomias que o acompanham) na estrutura do
MNE, dando substancia à direcção-geral criada pelo Freitas para lá por
uma irmâ correlegionaria. E seja o que Deus e Portas queiram. A bem da
coligação e do país.

ALBINO ZEFERINO em 2/10/2011

2 comentários:

  1. Ora bem, parece que o dito grupo de trabalho andou por 1.500 páginas a debater o "sexo dos anjos", designadamente organigramas e tutelas reais ou imaginárias da diplomacia dita económica e não chegou a conclusão nenhuma. Nem o "adiantado mental" do Braga de Macedo, nem o "videirinho" do António Victor Monteiro, nem o "desempregado virtual" do Campos e Cunha , nem os demais membros da troupe. Pqp+ab. + ab? Sim, mais à burra!
    Ernesto

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  2. Em adenda ao que meu comentário, seria bom que lessem um pequeno artigo publicado recentemente pelo jornal i (http://www1.ionline.pt/conteudo/151862-passos-coelho-e-portas-vao-ter-se-entender-diplomacia-economica).
    Quanto ao insigne pensamento do MdC sobre estas matérias não me pronuncio. Ele que perore sobre o assunto. Só um brevíssimo comentário: MdC jamais inventou a pólvora...Tenho dito!

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