Com a institucionalização da crise, que é como quem diz
que jamais recuperaremos desta palmada, há que fazer uma projecção
futura da nossa existencia. Assumindo como todos parece acreditarmos
que Portugal por muito que não consiga reagir aos efeitos da crise não
vai sair do mapa, chega-se facilmente a duas conclusões óbvias. A
primeira é que a gente jovem que presta está toda a sair na busca de
futuro mais longe e depois que inversamente estamos a importar cada
vez mais indesejaveis provenientes de outras paragens. Só cá ficam os
que não conseguem sair por incapacidade fisica, intelectual ou
material, ou seja os velhos, os ignorantes e os indigentes.
Com estas permissas é fácil concluir que o futuro de
Portugal venha a ser o de um país para velhos. Para os que cá fiquem
(os portugueses de origem ou indígenas) e para os que para cá venham
viver atraídos pelas praias e pela amenidade climática, mas tambem
pela insegurança e pelos brandos costumes. Os jovens ou aqueles que
sendo já menos jovens consigam arranjar ocupações mais rentáveis e com
melhor futuro aproveitar-se-ão da liberdade de circulação europeia
para escaparem do atraso de vida em que Portugal se está
transformando.
A integração europeia (a possivel já não a desejável)
far-se-á por necessidade e já não por solidariedades continentais,
proporcionando uma comunidade de regiões (mais do que de países) com
índices de desenvolvimento distintos e qualidades de vida
diferenciadas. Tal como se passou durante os impérios romano,
carolíngio, austríaco, napoleónico ou hitleriano. Havia os Estados
independentes, os associados, os protectorados, os ocupados (hoje
serão os intervencionados) e as colónias. Cada um deles com graus de
autonomia e de desenvolvimento distintos. Uns dependiam dos outros em
maior ou menor grau consoante os interesses dos maiores, que mandavam
directa ou indirectamente em todos os outros. Em qualquer destas
modalidades Portugal ficará sempre mais ou menos dependente da
Espanha, vizinha única. A Espanha joga noutro campeonato diferente do
nosso, já cá esteve a mandar, já cá está hoje implantada e sobretudo
já faz parte do esquema mental dos grandes de que nós pertencemos à
area de influencia espanhola.
Quando a crise passar, Portugal estará transformado não
na California da Europa como muitos apregoavam mas na Flórida da
Europa, cheia de reformados e incapacitados, agarrados às suas
cadeiras de rodas e às suas manias, sujeitos aos roubos constantes
feitos pelos imigrados do Leste e da África, organizados em gangues
infiltrados pela polícia e imunes à justiça por incapacidade desta se
reformar. O SNS e os restantes serviços publicos funcionarão cada vez
pior e o único sector em expansão serão os serviços funebres, já hoje
nas mãos dos americanos da Servilusa. Portugal, país de patos-bravos
e de promotores imobiliários, passará de um país que tem vivido de
rendas ou de negócios protegidos ou tutelados pelo Estado, para uma
espécie de Caparica dos espanhois que afluirão nos seus AVE até Huelva
e Badajoz e depois de camioneta até às praias carregados com os seus
farneis, filharada e gritaria castelhana. Se não fôr assim será
certamente muito parecido.
ALBINO ZEFERINO 30/10/2011
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