domingo, 9 de outubro de 2011

FINALMENTE HÁ LUAR

Finalmente há luar. Finalmente e felizmente, como dizia o
Sttau Monteiro. Depois de semanas e semanas de duvidas sobre a
capacidade e a determinação do governo em nos fazer sair do buraco
onde xuxas e correlativos nos meteram, começaram a surgir sinais de
que efectivamente existe uma estratégia coerente por detrás das
pesadas medidas de austeridade que nos estão a ser impostas. A
bandalheira a que o país chegou, fruto dos desmandos socialistas e dos
seus compagnons de route, parece tão institucionalizada que confunde
os melhores espiritos. Após trinta e tantos anos de confusionismo já
parece natural que fulano de tal, por ser membro desta ou daquela
organização, ou por ter ou não ter determinada caracteristica, tenha
determinados privilégios que outros não podem ter. E assim por diante.
A detenção de certos privilégios determina a concessão automática de
outros e assim sucessivamemte. Exemplo: Por ser antigo membro do
governo, fulano de tal foi nomeado administrador por parte do Estado
para determinada empresa publica, com o inerente salário principesco e
as mordomias associadas. Outro exemplo: Por ser trabalhador da EDP,
está isento do pagamento da factura da electricidade. Outro: Por
trabalhar na TAP, ele e a familia podem viajar de graça nos aviões da
companhia. Ainda outro: Por ser juiz ou magistrado são-lhe permitidos
incumprimentos à lei que a outros determinam punição severa. Outro
ainda: Por ser funcionário publico tem direito a ajudas de custo nem
que seja para acompanhar o chefe à borla. Ou outro ainda: Por fazer
parte do agregado familiar dum beneficiário da ADSE, tambem beneficia
dessa assistencia publica sem que tenha contribuido com quaisquer
descontos para ela. Um ultimo exemplo: Por muito óbvia que tenha sido
a autoria de determinado crime, todo o arguido é presumido inocente
antes do trânsito em julgado da sentença condenatória (que pode durar
anos sem fim até à prescrição do próprio crime).
Todos estes entorses ao principio da igualdade perante a
lei são pacificamente aceites por toda a sociedade porque as pessoas
foram pura e simplesmente anestesiadas na sua capacidade de
julgamento. Dir-se-á que estas práticas já vinham de trás, de regimes
anteriores a este, que fazem parte da idiosincrasia portuguesa, que
viver de outra forma não é viver à portuguesa, que temos o fado e a
lamechice, que não conseguimos viver sem a cunha e a empenhoca, que
somos naturalmente sabujos e subservientes, numa palavra, que é assim
que estamos habituados e gostamos de viver. Esquecemo-nos porém de que
estes debochados procedimentos custam dinheiro ao Estado e aos outros.
Os privilégios, pelo facto de o serem, constituem um acréscimo aos
custos da acção em causa. Exemplo: Viajar de borla, receber ajudas de
custo sem justificação económica, ser tratado de graça sem ter
contribuido para o sistema, não pagar impostos porque se é
desgraçadinho, receber subsidios de sobrevivencia sem ter descontado
para isso, beneficiar da taxa social unica só porque se tem patrão,
etc. etc. Todos estes beneficios que não são pagos pelos respectivos
beneficiários são suportados pelo erário publico, quer dizer, pelos
impostos que os outros pagam. Ora chegou-se a um ponto onde o Estado
não tem mais capacidade para suportar estas iniquidades. E aqui é que
a porca torce o rabo.
Enquanto o governo não disser claramente estas verdades,
a malta dos sindicatos e quejandos (os vadios profissionais) fingirá
não perceber, limitando-se a proferir umas vagas palavras de ordem
numas descidas de rua ao fim da tarde, ameaçando com acções mais
violentas no futuro, eventualmente perturbadoras da ordem publica. Mas
à medida que o povão vai percebendo que chegou o momento de viragem
decisivo sem o qual deixaremos de existir como país independente e
civilizado, a malta da esquerda (Carvalho da Silva, Mário Nogueira,
Jerónimo de Sousa, Francisco Louçã, Luis Fazenda, Manuel Alegre, Ferro
Rodrigues, Ana Gomes, etc.) começará a estrebuchar receando o fim do
deboche institucional. Já faltou mais para os vermos a apoiar as
"corajosas medidas" do legitimo governo da Nação que irão contribuir
para a manutenção dos direitos dos trabalhadores e dos pequenos
empresários (os grandes não interessam, são uns miseráveis
exploradores do povo trabalhador).
Santos Pereira demorou a aparecer, mas quando o fez foi
em grande. Será com o dinheiro poupado com a supressão destes
privilégios iniquos que o governo irá montar o projecto
desenvolvementista que fará Portugal sair desta enorme crise em que
mergulhou. Mas não bastam as medidas de Santos Pereira. Há que ter
coragem para desmantelar a dispendiosissima RTP e as outras empresas
publicas que só servem para fazer perpetuar a economia de
subsidiodependencia em que vivemos. Haja coragem!

ALBINO ZEFERINO
em 9/10/2011

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