sexta-feira, 8 de março de 2013



                       
                                                      PORTUGAL E A VENEZUELA

O recente desaparecimento do líder venezuelano Hugo Chavez após quase vinte anos de chefia da revolução bolivariana (espécie de marxismo-leninismo latino-americano inspirado na teoria da libertação dos bispos católicos brasileiros) pôs a descoberto o subdesenvolvimento intelectual do povo venezuelano que chora infantilmente a morte do seu adorado líder, levado pela doença instalada no seu corpo pela aleivosia yankee.
Chavez não foi mais do que um Lenine índio que aproveitou a demagogia fácil e o excesso de auto-estima que possuia para controlar e dirigir um povo miserável e ignorante em direcção a uma utópica revolução guevariana que libertaria a América latina da influência malévola norte-americana, instalada no sub-continente desde Monroe. 
A sua própria forma errática de governar, sempre dependente dos conselhos mais políticos do seu camarada Fidel Castro, a troco do petróleo venezuelano que Chavez mandava para Cuba e que sustentou o regime maldito desde a queda dos sovietes russos, demonstra à saciedade o lastimável estado em que o revolucionário coronel deixou aquele que é considerado talvez o país mais belo da Ibero-américa.  Sem cultura, sem dinheiro e sem desenvolvimento, a Venezuela é hoje um país à deriva, que vive exclusivamente da exportação do seu petróleo em fase adiantada de esgotamento das suas reservas em hidrocarburetos e sem futuro à vista. O ex-camionista Maduro, sem a demagogia natural e fácil de Chavez, não vai conseguir evitar que a Venezuela caia numa   depressão profunda, quiçá até, numa revolução regional que arrastaria o golfo das Bermudas para as trevas profundas do subdesenvolvimento.
Portugal, que desde que Sócrates estabeleceu com a Venezuela chavista uma identidade politico- ideológica muito própria, assente na numerosa comunidade portuguesa instalada naquele país (carinhosamente conhecida pelos padeiros) e consubstanciada na negociata dos famosos computadores Magalhães que fez enriquecer muitos amigos sócretinos, encontra-se hoje curiosamente numa situação semelhante.  Sem dinheiro e tambem sem cultura e sem esperança, o povo portugues vive momentos de amargura, entalado entre a recordação das larguezas proporcionadas pelos fundos perdidos comunitários e o esfumar do utópico estado social criado pelos demagogos da politica portuguesa do 25 de abril.  
Igualmente ignorante e tambem muito vulnerável às demagogias baratas dos politicos sem escrupulos, o povo portugues está hoje confrontado, tal como o venezuelano, entre a aceitação duma realidade que se revela dura e dificil ou a recusa em reformar o Estado de acordo com os parametros actuais que a sociedade de hoje impõe. O adiamento da partida de Lisboa dos examinadores troikianos não satisfeitos com os resultados desta avaliação (sobretudo no que toca à indefinição dos sectores onde o governo irá buscar os 4 mil milhões necessários à continuidade da ajuda financeira excepcional de que necessitamos) aproxima Portugal da Venezuela, orfã do Pai que a conduzia alegremente para o abismo, tal como o Estado social abrilista portugues irá conduzir Portugal, alegremente cantando a Grândola vila morena, para fora do sistema que nos tem sustentado nos últimos 30 anos.

                                       ALBINO ZEFERINO                 8/3/2013    

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