domingo, 24 de março de 2013

VOLTA SÓCRATES QUE ESTÁS PERDOADO



          O anunciado regresso a Portugal do antigo primeiro ministro socialista, José Sócrates, que fugiu para França na sequência da intervenção externa a que Portugal ficou sujeito como consequência da sua inábil governação, vai marcar um novo ciclo político na vida portuguesa. Dois anos após a saída de Sócrates, os seus sucessores no governo não conseguiram ainda equilibrar o país, apesar das condições excepcionais em que estão governando. As sucessivas investidas comunistas contra o que eles chamam o desmantelamento das conquistas revolucionárias do 25 de abril, a oposição sem sentido definido (mas atrapalhadora apesar disso) do PS de Seguro (embrulhado no esforço de se impôr aos amigos do fugitivo que ainda pontificam no partido) e o desapoio do parceiro da coligação CDS/PP nos momentos de maior melindre politico, lançaram o PSD (e o governo) para uma situação de extrema vulnerabilidade da qual já não poderá sair normalmente.
          Sociologicamente interiorizados na classe politica portuguesa os inconvenientes dumas eleições antecipadas (o que ocorreria em condições de não ameaça de bancarrota como aquela que atravessamos), resta ao governo (com o apoio do presidente) encontrar uma forma de continuar governando sem que o país  se desmembre em grupos de pressão cada um puxando para seu lado até ao completo esfrangalhamento do Estado. Não resta outra solução que não seja remodelar profundamente o actual governo (na sua composição, nas pessoas e nos partidos que o apoiam). Nova estrutura orgânica deve ser negociada entre Passos Coelho e Portas, associando o PS na empreitada. Seguro concorda? Muito bem. Continua a não concordar. Avança Sócrates.
          Chegou o momento em que as aparencias já não contam e onde os verdadeiros problemas do país têm que ser enfrentados com pragmatismo e com a coragem que tem faltado a esta governo. Sem uma grande coligação onde caibam todos os partidos democráticos que defendem uma maior integração europeia como única forma de fazer sair a UE do marasmo, dando-lhe as condições de poder tornar-se num verdadeiro polo de desenvolvimento a par da China e dos EUA, não será possivel a Portugal continuar a pertencer à linha da frente da UE (isto é, a pertencer à zona euro) e a poder continuar a gozar dos beneficios da civilização como tem acontecido até agora. Haja coragem, pargmatismo e determinação para isso no espírito e na vontade daqueles que nos governam (ou que venham a governar) é o que sinceramente desejo.

                                              ALBINO ZEFERINO                         24/3/2013

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