Desde a nossa independência do reino de Leão em 1140 que a expansão territorial do país se fez para sul inicialmente à custa dos muçulmanos que ocupavam o sul da península ibérica e mais tarde já mesmo em território norte-africano com as incursões henriquinas que depois do desastre de Alcácer- Quibir se transformaram na epopeia marítima imortalizada por Camões. As consortes reais portuguesas só raramente vieram de para além dos Prinéus e a própria idiossincracia dos portugueses assenta num misto de árabe, castelhano e judeu que nos aproxima mais dos povos mediterranicos do que do clássico homem europeu, cínico, puritano e interesseiro. Os nossos interesses para alem da Espanha estão nos países norte-africanos com quem partilhamos o sangue, a história e o comércio.
Poderemos assim classificar Portugal como um país periférico. Mas sêlo-á apenas em relação à Europa? Não se poderá tambem dizer que Portugal está na periferia da África tal como os países mediterranicos do sul estão na periferia da Europa? Não será curial dizer-se que Portugal é um país geo-estratégicamente situado entre a Europa e a África e que assim, juntamente com os seus vizinhos norte-africanos, está no centro de um eixo geo-estratégico permanente constituido pela Europa e pela África, continentes complementares e dependentes um do outro?
Visto por este prisma Portugal, continuando periférico relativamente a uns, está para outros no centro de um espaço maior, mais rico e diversificado e portanto mais promissor.
ALBINO ZEFERINO 1/372011
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