segunda-feira, 28 de março de 2011

A PRÓXIMA ETAPA

  Independentemente de quem venha a ganhar as próximas eleições e do formato parlamentar delas decorrente o certo é que estas eleições marcarão o inicio de uma nova etapa no espinhoso caminho que Portugal está trilhando para tentar sair deste atoleiro em que nos meteram.  Não se trata de saber quem será o novo primeiro-ministro nem sequer se o próximo governo será de coligação ou não. Sejam eles quem forem a situação deixada por Sócrates é a mesma e há que enfrentá-la.  Os remédios tambem não variarão em relação aos que Sócrates estava a aplicar. Então porque digo eu que iremos entrar numa nova etapa?  Porque o facto de Portugal ir mudar de governo (seja ele qual for) vai obrigatoriamente destapar os esgotos sobre os quais a economia portuguesa perguiçosamente se arrasta há anos e que Sócrates fingia não ver enquanto mentia descaradamente ao zé-povinho sobre as sucessivas "vitórias" que o seu governo ia conseguindo na luta permanente contra aqueles que, como a sr.ª Merkel, desejavam o mal aos portugueses. 
          Um desses esgotos infectos e mal-cheirosos sobre os quais a nossa sociedade assenta são os transportes publicos. Sector económico entregue à gestão dos comunistas logo a seguir ao 25 de abril para acalmar a sua furia revolucionária, foi por estes usado para controlar a população operária que deles depende para a sua mobilidade, sobretudo de casa para o trabalho e vice-versa. Tem sido este sector que tradicionalmente está na origem das mais controversas e dispendiosas greves nacionais e tambem aquele que mais investimentos publicos tem absorvido para a melhoria das redes e dos serviços prestados ao publico. Só que (por ser utilizado pelas camadas mais desfavorecidas da população e estar controlado pela Intersindical) tem beneficiado de fortes subsidios estatais que escondem a situação de falencia estrutural em que se encontram as empresas estatais que se encarregam da sua gerencia. Ou dito de outro modo: ao novo governo não vai ser possivel continuar a sustentar à custa de um aumento do deficit e da divida publica um sector tradicionalmente deficitário usado principalmente por uma determinada camada da população à custa de outras que dele não se servem porque não precisam (quem vai usar os cacilheiros, os autocarros ou o comboio para os suburbios senão quem lá mora?).  Não vejo outra solução que não seja a privatização das empresas do sector.
          Ora uma vez privatizadas essas empresas deixarão de beneficiar de subsidios estatais e terão que ser rentabilizadas. Para isso os novos donos irão racionalizar os custos (i,é, aumentar o preço dos transportes) e redimensionar as redes (i.é, fechar os trajectos deficitários). Habituados a fazerem greves por tudo e por nada (há mesmo po aí uns mercenários de greves por conta da Inter) o novo governo terá que prevenir-se pois é certo e seguro que os nossos amigos comunas (embora representem apenas 10 % da população) têm uma capacidade mobilizadora geral e são bem capazes de paralizar o país por dá cá aquela palha. 
         Outros sectores económicos controlados pelos comunas e que igualmente poderão provocar entraves a um desenvolvimento sustentado do país são a saúde, a educação e a segurança social, que deverão merecer especiais cuidados na abordagem das respectivas reestruturações, antes que a Intersindical pegue fogo a Portugal e depois já seja impossivel endireitar-se o país. Mas destes falaremos noutra ocasião. 
 
                                                   ALBINO  ZEFERINO    27/3/2011

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