domingo, 18 de setembro de 2011

A GRANDE MISTIFICAÇÃO

Neste momento de grande confusão nos espíritos das
pessoas resultante da incerteza que o futuro nos reserva, caberá
perguntar para que serve o Estado, a política, as instituições e tudo
o mais que rodeia a liturgia do chamado poder politico. Cada vez mais
se levantam duvidas sobre se determinadas acções que nos são impostas
pelos nossos governantes servem para alguma coisa. Apenas nos dizem
que são sacrificios necessários para melhorar o nosso futuro, o futuro
dos nossos filhos e dos filhos deles e que não temos outro remédio
senão cumprir. Mas será mesmo assim? Temos a certeza de que o dinheiro
de que nos fazem abdicar (em impostos, na diminuição das regalias que
conquistámos com esforço, nos salários que deixamos de receber, em
sobrecargas financeiras nos serviços que o Estado nos presta, etc.)
servirá mesmo para sanear a desgraçada situação em que os anteriores
governos deixaram o país, ou será simples pretexto para os que agora
lá estão poderem continuar a viver à nossa custa e a roubar-nos como
os outros fizeram? Muito se tem dito a este respeito, o que leva
alguns crédulos como eu a pensar se realmente não estaremos a ser
levados por esta corja de bandidos que se instalou nos ramos da árvore
das patacas a que se convencionou chamar Estado e que lá do alto dos
seus poleiros grasnam imbecilidades que só atrapalham quem trabalha e
quer produzir para si e para os seus.
Pensando bem, para que servem realmente tantas
instituições publicas com atribuições contraditórias e pessoal
excedentário senão para satisfazer as exigencias da liturgia do poder?
Alguem saberá explicar com precisão e sem demagogia para que servem os
deputados? E os ministros? E o famigerado presidente da Republica? E
com estes, os directores gerais, os chefes de departamento, os chefes
de serviço, os chefes de gabinete, os chefes das casas do presidente,
os chefes das comissões, os chefes dos grupos de trabalho, os
directores e vogais das direcções das chamadas empresas publicas, os
assessores e adjuntos dos chefes, os motoristas dos chefes , as
secretárias dos chefes, as ajudas de custo dos chefes, os abonos de
representação dos chefes, as viagens dos chefes, etc. etc.? Não seria
preferivel que o Estado tivesse menos e melhor gente que trabalhasse e
produzisse mais, em vez desta corja de penduras que só se mexem para
reclamar mais salários, menos horas de trabalho, mais regalias para si
e para os seus, ocupando espaço, conspurcando os locais onde se
instala, poluindo o ar em seu redor e incomodando com a sua presença e
a sua voz quem quer trabalhar em paz e sossego ?
Apesar dos memorandos da troika, das ajudas do FMI e das
declarações da Merkel, ainda não vi nenhuma reforma de fundo feita por
este nóvel governo que pudesse trazer alguma esperança de regeneração
do Estado aos pobres espiritos dos portugas que anseiam por paz e
tranquilidade. Onde estão os projectos de reconversão da economia
portuguesa? Na agricultura? Não. Em novas industrias? Quais? Em
melhores serviços? Vade retro. O que tenho visto e lido é que já
começou a vaga das substituições. Saem alguns socialistas (os que não
são da Maçonaria) e entram amiguinhos do Relvas e do Portas. Só as
moscas mudam, mas o que é preciso é limpar a merda.
Enquanto não houver coragem (e genuino interesse) em
acabar com os elefantes brancos herdados do salazarismo e
desmistificar os conceitos ressuscitados pelo abrilismo, não iremos a
lado nenhum com o sem o FMI e a UE. Haja juízo e decoro. Basta de
exploração. Chega de demagogia.

ALBINO ZEFERINO 18/9/2011

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