quinta-feira, 1 de setembro de 2011

OS RICOS QUE PAGUEM A CRISE

Frase de enorme conteudo politico, foi largas vezes usada em situações de crise em todo o mundo por grupos e organizações de cariz comunista. Terá porem algum significado politico? A ideia vem dos bolchevistas sovieticos quando tomaram o poder na Russia imperial em 1917, inspirada no grande Lenine como justificação para acabar com os ricos a quem eram atribuidos todos os males que a histórica revolução combatia. Mais tarde veio a verificar-se que tudo depende da chamada classe media que hoje em dia constitui a maioria da população dos ditos países civilizados. É à classe media que os governos (seja de que cor forem) recorrem para endireitarem as respectivas finanças, seja atraves de aumentos do IRS, seja do IRC, seja do IVA. São estes os impostos que efectivamente contam em termos globais para o aumento das receitas dos Estados.
             Então porquê continuar com esta demagogia de atribuir regularmente ao reduzido grupo dos chamados milionários as culpas dos dislates governativos, poupando os verdadeiros responsáveis pelas crises do Estado com o deturpado argumento de que já foram julgados pelos eleitores. Grande julgamento!  Ficaram livres dos constrangimentos governativos e continuaram ricos e intocáveis em termos financeiros e de prestigio social. Será isto justo? Não me parece. Se houvesse uma maneira rapida e expedita (evitando o recurso aos tribunais que só complicam os assuntos) de fazer os verdadeiros responsáveis pelos dislates financeiros do Estado (os que irresponsavelmente tomaram decisões preversas e incompetentes - ex. SCUTs, TGVs, autoestradas, RSIs, SNS,ensino gratuito,bancos falidos,etc -  os que se aproveitaram das suas posições para enriquecerem à custa do Estado - BPNs,MOTA-ENGILs Visabeiras, BCPs, BPPs, patos bravos socretinos, politicos e autarcas corruptos, etc..-  e todos aqueles que se locupletaram à custa alheia - ex.Freeport,REFER,LUSOPONTE,EXPO98, estádios de futebol, etc.) a  pagar pelo mal que fizeram aos outros reembolsando o Estado das fortunas que lhe roubaram, já não seriam necessários os ditos sacrificios que diariamente os governos reformadores vêm impingindo às pessoas, obrigando o justo a pagar pelo pecador.  
              Porém, uma vez que os nossos ditos milionários vêm a publico reconhecer que devem colaborar com alguma coisinha para a desgraça nacional para alem do que já pagam a titulo de cidadãos comuns, então que se os taxe numa percentagem progressiva sobre a detenção de bens sumptuários como casas secundárias, carros de luxo, cavalos de desporto, veleiros de passeio, aviões e helicópteros, férias de luxo, detenção de contas em off-shores, participações sociais em empresas lucrativas, armas de caça de colecção, colecções de carros antigos, antiguidades catalogadas internacionalmente e não se lhes desconte nada nas materias colectáveis. Mas tudo isto de uma só vez até que os objectivos orçamentais estejam atingidos e o país volte a crescer. Nessa altura haverá em compensação, não só supressão deste esforço fiscal excepcional e voluntário, como um abaixamento dos impostos gerais (IVA, IRS e IRC) e supressão dos constrangimentos fiscais limitativos de um desenvolvimento harmoniosos da economia (ex. IMT, IMI, mais-valias indiscriminadas, liberalização dos arrendamentos urbanos, etc.).
             Só assim se justifica que se taxem os ricos que não são responsáveis pela crise. Aos outros, aos verdaderiros responsáveis, que se os faça pagar pelo mal que fizeram aos outros. Mas sem linchamentos, porque isso não é próprio de países civilizados.  
 
                                               ALBINO ZEFERINO  1/9/2011

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