Então porquê continuar com esta demagogia de atribuir regularmente ao reduzido grupo dos chamados milionários as culpas dos dislates governativos, poupando os verdadeiros responsáveis pelas crises do Estado com o deturpado argumento de que já foram julgados pelos eleitores. Grande julgamento! Ficaram livres dos constrangimentos governativos e continuaram ricos e intocáveis em termos financeiros e de prestigio social. Será isto justo? Não me parece. Se houvesse uma maneira rapida e expedita (evitando o recurso aos tribunais que só complicam os assuntos) de fazer os verdadeiros responsáveis pelos dislates financeiros do Estado (os que irresponsavelmente tomaram decisões preversas e incompetentes - ex. SCUTs, TGVs, autoestradas, RSIs, SNS,ensino gratuito,bancos falidos,etc - os que se aproveitaram das suas posições para enriquecerem à custa do Estado - BPNs,MOTA-ENGILs Visabeiras, BCPs, BPPs, patos bravos socretinos, politicos e autarcas corruptos, etc..- e todos aqueles que se locupletaram à custa alheia - ex.Freeport,REFER,LUSOPONTE,EXPO98, estádios de futebol, etc.) a pagar pelo mal que fizeram aos outros reembolsando o Estado das fortunas que lhe roubaram, já não seriam necessários os ditos sacrificios que diariamente os governos reformadores vêm impingindo às pessoas, obrigando o justo a pagar pelo pecador.
Porém, uma vez que os nossos ditos milionários vêm a publico reconhecer que devem colaborar com alguma coisinha para a desgraça nacional para alem do que já pagam a titulo de cidadãos comuns, então que se os taxe numa percentagem progressiva sobre a detenção de bens sumptuários como casas secundárias, carros de luxo, cavalos de desporto, veleiros de passeio, aviões e helicópteros, férias de luxo, detenção de contas em off-shores, participações sociais em empresas lucrativas, armas de caça de colecção, colecções de carros antigos, antiguidades catalogadas internacionalmente e não se lhes desconte nada nas materias colectáveis. Mas tudo isto de uma só vez até que os objectivos orçamentais estejam atingidos e o país volte a crescer. Nessa altura haverá em compensação, não só supressão deste esforço fiscal excepcional e voluntário, como um abaixamento dos impostos gerais (IVA, IRS e IRC) e supressão dos constrangimentos fiscais limitativos de um desenvolvimento harmoniosos da economia (ex. IMT, IMI, mais-valias indiscriminadas, liberalização dos arrendamentos urbanos, etc.).
Só assim se justifica que se taxem os ricos que não são responsáveis pela crise. Aos outros, aos verdaderiros responsáveis, que se os faça pagar pelo mal que fizeram aos outros. Mas sem linchamentos, porque isso não é próprio de países civilizados.
ALBINO ZEFERINO 1/9/2011
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