Tenho a impressão de que chegámos ao momento de
clarificar as dúvidas que eventualmente ainda possam existir quanto à
necessidade imperiosa de acabar com a bandalheira reinante desde há
demasiado tempo neste país de brandos costumes. O congresso do partido
socialista deste fim de semana não me deixou quaisquer dúvidas a este
respeito. Embora alguns deles tenham mostrado algum juízo, grande
parte dos xuxas continuam teimosa (e estupidamente diria eu) a alertar
para os ataques (como eles dizem na sua simplicidade de espirito)
deste governo de direita que nos rege aos "sagrados direitos" dos
trabalhadores, conseguidos pela gloriosa revolução do 25 de abril. Os
pobrezinhos ainda não entenderam que o tempo da dialéctica marxista já
passou e que agora ou marramos todos para o mesmo lado ou ficamos
entregues aos bichos.
Vão-se os aneis mas fiquem os dedos, diz o povo com
sabedoria. Os anteriores governos do Sócrates e do Guterres eliminaram
de vez qualquer veleidade que pudesse ainda ter ficado do tempo do
Cavaco e do Barroso, de repartir fosse o que fosse pelos desgraçados
portugas. A questão hoje põe-se duma forma aterradoramente simples: ou
conseguimos fugir da atracção grega para o abismo, ou vamos todos,
gregos, portugueses e depois alemães, franceses e todos os outros,
pelo cano abaixo na enxurrada do euro e da Europa unida.
A questão, a meu ver é outra. Será que este governo é
suficientemente forte (de espirito e de moral, entenda-se) para
resistir aos hábitos preversos instalados na sociedade portuguesa
precisamente por aqueles que hoje o acusam de não olhar aos interesses
dos trabalhadores "explorados"? Ou dito de outro modo: está o governo
disposto a cumprir sem tergiversações cínicas o programa da troika,
sem o que acabam os emprestimos que nos permitem viver (mesmo sem
atender aos "direitos adquiridos" pelo glorioso 25/4)?
Não duvido da boa vontade de alguns (Passos Coelho
incluido) nem da competência de outros (Vitor Gaspar incluido), mas já
não sei se Portas, Relvas e outros, não se regirão mais pelas suas
próprias agendas pessoais do que pelo desejo legítimo de ajudar os
demais a sair deste enorme buraco onde nos fizeram cair. Sem uma
profunda revisão constitucional que acabe com as demagogias
esquerdófilas lá metidas por socialistas e comunistas e cobardemente
permitidas pelos vira-casacas Mirandas, Freitas e companhia, bem como
sem uma aceitação generalizada e sem reservas da eliminação dos
beneficios espurios decididos em momentos revolucionários pelos
inconscientes constituintes, não será possivel que Portugal mantenha a
independência a que nos habituámos há oito séculos e pela qual muitos
dos nossos antepassados deram a vida.
ALBINO ZEFERINO 11/9/2011
PS - A respeito do que atrás fica dito, permito-me remeter o leitor
para o artigo publicado em 4/1/2011 neste mesmo blog, subordinado ao
título O DESTINO PORTUGUES.
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