sexta-feira, 2 de setembro de 2011

OS TRES DA VIDAIRADA

Tal como os tres mosqueteiros do Dumas, existem na imprensa escrita portuguesa quatro colunistas que representam por assim dizer a "inteligencia" mediática dos nossos tempos. São tipos cultos, com humor, boas plumas e de cabeças arejadas.  Embora diferentes entre si, uns são mais jovens do que outros pertencendo a gerações diferentes, outros são profissionais da escrita outros não, uns são humanistas, outros escolápios, outros humoristas, mas todos com boa formação académica.  Mas são sobretudo grandes observadores e criticos mordazes da actual sociedade portuguesa.  Se vivessemos no fim do sec XIX, seriam certamente uns vencidos da vida.  Hoje são apenas mais uns cronistas de entre a multidão dos escrevinhadores portugueses onde me incluo.  De um deles falava-se que deveria ter ganho o prémio Nobel em vez do que ganhou; outro deles escreveu uma obra-prima que o tornou rico; outro ainda é uma das grandes figuras televisivas do momento e só um deles escreve sob pseudónimo como eu. Todos eles são porem os meus herois, pois gostaria de possuir metade do talento de cada um deles.  São certeiros nas suas crónicas, profundos nas suas análises que descrevem com humor mordaz e acutilante, criticos sociais impiedosos, originais na mestria das suas prosas e ferozes defensores da lingua e da cultura portuguesas. Trata-se, já adivinharam concerteza, de António Lobo Antunes, homem triste e depressivo, mas genial e magnífico observador da espécie humana; de Miguel Sousa Tavares, marialva e corajoso, mas fino politico e sociólogo atento; de Ricardo Araujo Pereira, inteligente caricaturista do espécime lusitano que descreve com um fino humor e uma graça mordaz e finalmente do "comendador Marques de Correia" que assina assim semanalmente as suas deliciosas e bem observadas crónicas sociais. Uma coisa os une: todos trabalham para um mesmo patrão, o nosso Murdoch, o barão da comunicação social em Portugal, Francisco Pinto Balsemão, que graças ao seu talento soube incluir em algumas das suas importantes publicações estes quatro escritores de genio.
             Quando um dia mais tarde, como hoje fazemos com Eça, Oliveira Martins ou Sérgio, quisermos mostrar aos nossos filhos como era a sociedade em que vivemos, serão estes os nomes que lhes indicaremos para que eles se inspirem nas suas magnificas prosas. 
 
                                                     ALBINO ZEFERINO    2/9/2011  

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