Muito se tem falado ultimamente sobre a perda de
soberania para Portugal que a sujeição ao memorando da troika
pressupõe. De facto, muitas das medidas nele preconizadas vão bulir
com os chamados direitos adquiridos na sequência do 25 de abril de
1974 e do subsequente processo revolucionário instalado em Portugal e
que fazem hoje já parte do imaginário colectivo portugues. O risco da
eliminação progressiva de regalias conquistadas pelos trabalhadores
nesse período conturbado da história recente de Portugal tem assustado
profundamente várias camadas da população que assiste impávida mas
serena ao desenrolar duma crise inédita que se abateu sobre o país e a
Europa sem que até agora se vislumbre uma solução definitiva. Mas
afinal o que tem esta situação a ver com a perda de soberania?
Habituados a fazer o que bem lhes vem à cabeça, os
portugueses ainda não generalizaram que pesa sobre as suas cabeças uma
canga que lhes foi posta no dia em que o governo de Sócrates pediu
ajuda financeira internacional. A obediência aos ditames da troika não
é uma opção que lhes tenha sido oferecida mas sim um conjunto de
condições que lhes foram impostas para que possam continuar a viver
com a decência que essas condições permitam e não da forma que as
instituições politicas portuguesas determinem. Dito de outro modo,
significa que o modo de vida dos portugueses é agora determinado pelos
prestamistas e já não pelo governo, pelo Parlamento, pelos tribunais
ou pelo Presidente. Nisto reside a tal perda de soberania.
Todas as manifestações hostis às determinações da
troika e às consequentes medidas recessivas do governo que
crescentemente se vêm verificando, nas ruas, nos jornais, nos
comentários politicos e até nas instancias politicas (Parlamento e
Presidencia da Republica) deixaram de fazer sentido e só podem ser
vistas como manifestações de desespero face à constatação da perda da
soberania. A soberania que é própria dos países independentes perde-se
quando a independencia se perde tambem. E é precisamente isso o que
está a acontecer em Portugal. A ausencia de ocupação estrangeira
durante mais de 200 anos dificulta as actuais gerações de portugueses
de interiorizarem esta penosa situação em que hoje vivem.
ALBINO ZEFERINO 28/11/2011
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
PORQUE NÃO CEDE MERKEL?
Imagine-se sócio de um negócio em queda. As suas
vendas mal chegam para cobrir as despesas da sociedade e os seus
compromissos sociais e fiscais. Falta-lhe dinheiro para reinvestir e
para modernizar o negócio. Você inicia um processo de poupança forçada
em sua casa a fim de tentar equilibrar as suas finanças até que passe
a crise a fim de tentar evitar a falência do seu negócio. Deixa de
fazer gastos superfulos e sacrifica a sua familia suprimindo despesas
extrordinárias. Em contrapartida o seu sócio continua vivendo à
grande, gastando à tripa-forra, endividando-se cada vez mais para
manter um nível de vida incompatível com os ganhos do negócio que tem
consigo. A situação atinge níveis incomportáveis e ameaça a
estabilidade do próprio negócio. O seu sócio, já pessoalmente a braços
com uma ameaça de falencia pessoal, insiste consigo de que o negócio
não pode ir por água abaixo e propõe-lhe que você invista as suas
reservas financeiras nele. Você cheio de boa-vontade ainda consegue
mover influencias para que o seu sócio consiga crédito mais barato a
fim de que ele não arraste o negócio para a falência com ele. A unica
condição que você lhe põe é que ele deixe de gastar disparatadamente e
sugere-lhe um plano de salvação finabceira com a ajuda de terceiros. O
seu sócio, cheio da sua importancia e julgando-se com direitos sobre o
negócio que tem em conjunto consigo, reage sugerindo-lhe que você
salve o negócio com as suas economias.
O que faria você? Deixava cair o seu sócio e
eventualmente o negócio atrás dele ou investia as suas reservas no
negócio quase falido permitindo que o seu sócio continuasse a viver à
tripa-forra à custa das suas reservas e do abaixamento do seu nível de
vida?
ALBINO ZEFERINO em dia de greve
geral em Portugal (24/11/2011)
vendas mal chegam para cobrir as despesas da sociedade e os seus
compromissos sociais e fiscais. Falta-lhe dinheiro para reinvestir e
para modernizar o negócio. Você inicia um processo de poupança forçada
em sua casa a fim de tentar equilibrar as suas finanças até que passe
a crise a fim de tentar evitar a falência do seu negócio. Deixa de
fazer gastos superfulos e sacrifica a sua familia suprimindo despesas
extrordinárias. Em contrapartida o seu sócio continua vivendo à
grande, gastando à tripa-forra, endividando-se cada vez mais para
manter um nível de vida incompatível com os ganhos do negócio que tem
consigo. A situação atinge níveis incomportáveis e ameaça a
estabilidade do próprio negócio. O seu sócio, já pessoalmente a braços
com uma ameaça de falencia pessoal, insiste consigo de que o negócio
não pode ir por água abaixo e propõe-lhe que você invista as suas
reservas financeiras nele. Você cheio de boa-vontade ainda consegue
mover influencias para que o seu sócio consiga crédito mais barato a
fim de que ele não arraste o negócio para a falência com ele. A unica
condição que você lhe põe é que ele deixe de gastar disparatadamente e
sugere-lhe um plano de salvação finabceira com a ajuda de terceiros. O
seu sócio, cheio da sua importancia e julgando-se com direitos sobre o
negócio que tem em conjunto consigo, reage sugerindo-lhe que você
salve o negócio com as suas economias.
O que faria você? Deixava cair o seu sócio e
eventualmente o negócio atrás dele ou investia as suas reservas no
negócio quase falido permitindo que o seu sócio continuasse a viver à
tripa-forra à custa das suas reservas e do abaixamento do seu nível de
vida?
ALBINO ZEFERINO em dia de greve
geral em Portugal (24/11/2011)
A GREVE GERAL
Anunciada como uma reacção macissa e generalizada às
politicas recessivas do governo impostas pela troika, a greve
decretada pelos sindicatos veio mostrar à evidencia a ausencia de
adesão por parte da generalidade dos sectores produtivos nacionais.
Apenas os habituais apoios dos sectores intermediários, nomeadamente o
dos transportes, da estiva e da recolha de lixos, ainda controlados
maioritariamente pelo partido comunista tiveram alguma expressão, o
que mais uma vez demonstrou o desfazamento em que aquela organização e
as suas satélites sindicais se encontram relativamente aos verdadeiros
problemas nacionais. O problema do desenvolvimento nacional não se
situa na dicotomia entre os ricos e os pobres (já não há ricos nem
pobres em Portugal) mas entre os que produzem e os párias.
Habituados há muitos séculos a uma omnipresença
tutelar do Estado, os portugueses só muito lentamente se estão
libertando dessa tutela, como o bébé faz quando a mãe o larga para ele
dar os primeiros passos. Receosos do risco inerente à iniciativa
individual, alguns portugueses ainda preferem o conforto perguiçoso da
dependencia do Estado, seja no campo profissional, seja no do
investimento, oferecendo uma resistencia passiva às mudanças
estruturais exigidas pela profunda crise que assola a Europa e o mundo
civilizado. E esse receio é aproveitado por aqueles que, instalados
nos seus empregos já inuteis, impedem os mais jovens de aceder ao
mercado de trabalho que eles se negam a abandonar. O incremento das
novas tecnologias e as exigencias cada vez mais tecnicas que as novas
profissões impõem assustam os velhos de antigamente que teimosamente e
com boçalidade indisfarçada organizam as greves de protesto a uma
situação criada mais por eles do que por aqueles contra quem
protestam.
Que soluções propõem os sindicalistas? Uma anarquia à
grega? Um salve-se quem puder? Um levantamento bolchevique? Uma
declaração de guerra aos mercados? Vá lá saber-se. Se calhar eles
próprios tambem não sabem. O que sabem é que não querem sair dos seus
poleiros bem pagos e bem instalados. Enquanto a festa do Ávante der
lucro e a Constituição permitir estas liberalidades cada vez mais
custosas, eles não desarmarão como sempre o têm feito desde que
permitimos que saissem da clandestinidade. Sem se aperceberem que os
reaccionários são eles próprios, continuarão a apregoar aos berros,
como a Pasionária : NO PASARÁN!
ALBINO ZEFERINO 24/11/2011
politicas recessivas do governo impostas pela troika, a greve
decretada pelos sindicatos veio mostrar à evidencia a ausencia de
adesão por parte da generalidade dos sectores produtivos nacionais.
Apenas os habituais apoios dos sectores intermediários, nomeadamente o
dos transportes, da estiva e da recolha de lixos, ainda controlados
maioritariamente pelo partido comunista tiveram alguma expressão, o
que mais uma vez demonstrou o desfazamento em que aquela organização e
as suas satélites sindicais se encontram relativamente aos verdadeiros
problemas nacionais. O problema do desenvolvimento nacional não se
situa na dicotomia entre os ricos e os pobres (já não há ricos nem
pobres em Portugal) mas entre os que produzem e os párias.
Habituados há muitos séculos a uma omnipresença
tutelar do Estado, os portugueses só muito lentamente se estão
libertando dessa tutela, como o bébé faz quando a mãe o larga para ele
dar os primeiros passos. Receosos do risco inerente à iniciativa
individual, alguns portugueses ainda preferem o conforto perguiçoso da
dependencia do Estado, seja no campo profissional, seja no do
investimento, oferecendo uma resistencia passiva às mudanças
estruturais exigidas pela profunda crise que assola a Europa e o mundo
civilizado. E esse receio é aproveitado por aqueles que, instalados
nos seus empregos já inuteis, impedem os mais jovens de aceder ao
mercado de trabalho que eles se negam a abandonar. O incremento das
novas tecnologias e as exigencias cada vez mais tecnicas que as novas
profissões impõem assustam os velhos de antigamente que teimosamente e
com boçalidade indisfarçada organizam as greves de protesto a uma
situação criada mais por eles do que por aqueles contra quem
protestam.
Que soluções propõem os sindicalistas? Uma anarquia à
grega? Um salve-se quem puder? Um levantamento bolchevique? Uma
declaração de guerra aos mercados? Vá lá saber-se. Se calhar eles
próprios tambem não sabem. O que sabem é que não querem sair dos seus
poleiros bem pagos e bem instalados. Enquanto a festa do Ávante der
lucro e a Constituição permitir estas liberalidades cada vez mais
custosas, eles não desarmarão como sempre o têm feito desde que
permitimos que saissem da clandestinidade. Sem se aperceberem que os
reaccionários são eles próprios, continuarão a apregoar aos berros,
como a Pasionária : NO PASARÁN!
ALBINO ZEFERINO 24/11/2011
domingo, 20 de novembro de 2011
PORQUE RAZÃO NÃO CONSEGUIMOS SAIR DA CRISE?
Não será preciso ser muito entendido em Economia
para perceber as razões pelas quais Portugal não consegue sair da
crise. Partindo do principio de que todos nós (pobres, ricos, velhos,
novos, homens, mulheres, empregados, desempregados, cultos,
analfabetos, crentes, ateus, de esquerda, de direita, estupidos ou
inteligentes) estamos gastando para sobreviver mais do que produzimos
(o que fizesre tu ontem para poupar dinheiro?) parecem-me óbvias tres
grandes razões pelas quais Portugal não consegue sair desta crise: 1ª
- O ESTADO GASTA MAIS DINHEIRO COM OS CIDADÃOS DO QUE O DINHEIRO QUE
OS CIDADÃOS DÃO AO ESTADO. Por isso diz-se que o Estado está falido e
precisa de pedir dinheiro emprestado; 2ª - O ESTADO FAZ COISAS QUE
SERIAM FEITAS MELHOR E MAIS BARATO PELOS CIDADÃOS. Por exemplo,
detendo e controlando sectores produtivos e interferindo na produção
nacional; 3ª - O ESTADO EMPREGA MAIS GENTE DO QUE A ESTRITAMENTE
NECESSÁRIA PARA ASSEGURAR AS FUNÇÕES DE SOBERANIA QUE VERDADEIRAMENTE
JUSTIFICAM A SUA EXISTENCIA, a fim de artificialmente baixar o
desemprego.
Quando na sequencia do 25 de Abril de 1974 o
Estado escancarou as suas portas e movido por uma onda libertária deu
guarida a todas as fantasias revolucionárias de um povo cansado de uma
guerra sem fim, iniciou-se o processo que fatalmente iria desembocar
na situação em que hoje estamos vivendo. A festa não durou uma noite,
nem uma semana, nem um mes, nem um ano, nem sequer uma década, mas sim
37 anos de inconsciencia colectiva. A Constituição esquerdizante saída
da Revolução dos cravos em 1976, garantindo que Portugal se iria
encaminhar para o socialismo, não foi mais do que um compromisso
politico entre as várias forças que então disputavam o poder, muito
influemciada pela esquerda revolucionária e aceite pela direita
envergonhada. Apesar das várias revisões entretanto sofridas, a
Constituição politica portuguesa não é mais do que uma manta de
retalhos onde os portugueses de hoje não se revêem e que urge
substituir para dar corpo a uma verdadeira reforma do Estado que este
governo está disposto a empreender, mas que as forças de esquerda
acoitadas por detrás deste aborto constitucional querem impedir.
Para que o Estado passe a gastar menos dinheiro
com as pessoas, será preciso que as pessoas passem a cuidar mais de si
próprias e a contar menos com o Estado para o seu sustento. Terão que
trabalhar mais, estudar mais, ser mais educadas e instruidas, aprender
a fazer mais coisas e fazê-las mais bem feitas, para que possam ganhar
mais dinheiro para melhor se governarem a si próprias, sem pedinchices
nem lamechas. O Estado gasta demais em subsidios ( de refeição, de
férias, de nascimento, de funeral, de transportes, de ajudas de custo,
de desemprego, social de inserção, de saúde, de apoios sociais de toda
a ordem, etc.etc.).
Por outro lado, a intervenção do Estado na
economia nacional, detendo posições sociais em empresas privadas ou
gerindo mesmo empresas publicas inseridas no mercado, não faz sentido
nos dias de hoje, mais de 20 anos depois da queda do muro de Berlim.
Há que libertar o Estado destas tarefas que não lhe cabem por natureza
e que não são mais do que resquícios do 25 de Abril, prejudicando o
desenvolvimento harmonioso do país e impedindo que saiamos desta
crise.
Tudo isto faz com que o Estado tenha mais
empregados do que as empresas privadas todas juntas, obrigando os
poderes publicos a gastos com ordenados, benesses e a outras despesas
derivadas do pessoal que sustenta, em prejuizo do sustento organizado
e racional das funções de soberania que naturalmente lhe cabem e que,
como todos sabem, são a justiça, a segurança nacional e internacional
e a representação do Estado.
Torna-se assim, a meu ver, indispensável que se
acorde numa Constituição politica moderna, curta, simples, mas
directa, sem subterfugios nem alçapões, que possa servir de base a uma
verdadeira reforma do Estado que permita que Portugal recomece ("fresh
start" como dizem os ingleses) um percurso de recuperação nacional
digno da nossa história de quase 900 anos. Não é confundindo as
pessoas com convocatórias de greves que não conduzem a lado nenhum e
que só destroem a imagem de povo ordeiro e consciente das suas
dificuldades que ainda temos. Olhem para os gregos que em poucas
semanas destruiram séculos de grandeza e de respeito de todo o mundo.
ALBINO ZEFERINO
20/11/2011
para perceber as razões pelas quais Portugal não consegue sair da
crise. Partindo do principio de que todos nós (pobres, ricos, velhos,
novos, homens, mulheres, empregados, desempregados, cultos,
analfabetos, crentes, ateus, de esquerda, de direita, estupidos ou
inteligentes) estamos gastando para sobreviver mais do que produzimos
(o que fizesre tu ontem para poupar dinheiro?) parecem-me óbvias tres
grandes razões pelas quais Portugal não consegue sair desta crise: 1ª
- O ESTADO GASTA MAIS DINHEIRO COM OS CIDADÃOS DO QUE O DINHEIRO QUE
OS CIDADÃOS DÃO AO ESTADO. Por isso diz-se que o Estado está falido e
precisa de pedir dinheiro emprestado; 2ª - O ESTADO FAZ COISAS QUE
SERIAM FEITAS MELHOR E MAIS BARATO PELOS CIDADÃOS. Por exemplo,
detendo e controlando sectores produtivos e interferindo na produção
nacional; 3ª - O ESTADO EMPREGA MAIS GENTE DO QUE A ESTRITAMENTE
NECESSÁRIA PARA ASSEGURAR AS FUNÇÕES DE SOBERANIA QUE VERDADEIRAMENTE
JUSTIFICAM A SUA EXISTENCIA, a fim de artificialmente baixar o
desemprego.
Quando na sequencia do 25 de Abril de 1974 o
Estado escancarou as suas portas e movido por uma onda libertária deu
guarida a todas as fantasias revolucionárias de um povo cansado de uma
guerra sem fim, iniciou-se o processo que fatalmente iria desembocar
na situação em que hoje estamos vivendo. A festa não durou uma noite,
nem uma semana, nem um mes, nem um ano, nem sequer uma década, mas sim
37 anos de inconsciencia colectiva. A Constituição esquerdizante saída
da Revolução dos cravos em 1976, garantindo que Portugal se iria
encaminhar para o socialismo, não foi mais do que um compromisso
politico entre as várias forças que então disputavam o poder, muito
influemciada pela esquerda revolucionária e aceite pela direita
envergonhada. Apesar das várias revisões entretanto sofridas, a
Constituição politica portuguesa não é mais do que uma manta de
retalhos onde os portugueses de hoje não se revêem e que urge
substituir para dar corpo a uma verdadeira reforma do Estado que este
governo está disposto a empreender, mas que as forças de esquerda
acoitadas por detrás deste aborto constitucional querem impedir.
Para que o Estado passe a gastar menos dinheiro
com as pessoas, será preciso que as pessoas passem a cuidar mais de si
próprias e a contar menos com o Estado para o seu sustento. Terão que
trabalhar mais, estudar mais, ser mais educadas e instruidas, aprender
a fazer mais coisas e fazê-las mais bem feitas, para que possam ganhar
mais dinheiro para melhor se governarem a si próprias, sem pedinchices
nem lamechas. O Estado gasta demais em subsidios ( de refeição, de
férias, de nascimento, de funeral, de transportes, de ajudas de custo,
de desemprego, social de inserção, de saúde, de apoios sociais de toda
a ordem, etc.etc.).
Por outro lado, a intervenção do Estado na
economia nacional, detendo posições sociais em empresas privadas ou
gerindo mesmo empresas publicas inseridas no mercado, não faz sentido
nos dias de hoje, mais de 20 anos depois da queda do muro de Berlim.
Há que libertar o Estado destas tarefas que não lhe cabem por natureza
e que não são mais do que resquícios do 25 de Abril, prejudicando o
desenvolvimento harmonioso do país e impedindo que saiamos desta
crise.
Tudo isto faz com que o Estado tenha mais
empregados do que as empresas privadas todas juntas, obrigando os
poderes publicos a gastos com ordenados, benesses e a outras despesas
derivadas do pessoal que sustenta, em prejuizo do sustento organizado
e racional das funções de soberania que naturalmente lhe cabem e que,
como todos sabem, são a justiça, a segurança nacional e internacional
e a representação do Estado.
Torna-se assim, a meu ver, indispensável que se
acorde numa Constituição politica moderna, curta, simples, mas
directa, sem subterfugios nem alçapões, que possa servir de base a uma
verdadeira reforma do Estado que permita que Portugal recomece ("fresh
start" como dizem os ingleses) um percurso de recuperação nacional
digno da nossa história de quase 900 anos. Não é confundindo as
pessoas com convocatórias de greves que não conduzem a lado nenhum e
que só destroem a imagem de povo ordeiro e consciente das suas
dificuldades que ainda temos. Olhem para os gregos que em poucas
semanas destruiram séculos de grandeza e de respeito de todo o mundo.
ALBINO ZEFERINO
20/11/2011
NOVÉRRIMA CARTA ABERTA A SUA EXCELÊNCIA O MINISTRO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS
Deixe-me antes de mais nada cumprimentar
Vossa Excelência pela extraordinária capacidade de fundista que tem
demonstrado na exigente tarefa de superintender na política externa
deste velho país intervencionado, onde a afirmação externa da
soberania é fundamental para a sobrevivencia deste jardim à beira-mar
plantado. Perguntarão os cépticos (eu diria mesmo os cínicos) para que
valerá tanto esforço quando é óbvio o desprezo que os outros países
(mesmo aqueles que antes fingiam dar-nos importancia) nos dedicam. Mas
para Vossa Excelência, imbuído do mais alto e desinteresado espírito
de missão, esta cínica pergunta não merece qualquer resposta. Direi
como Vossa Excelência, desprezo em cima dessa gente. 157 países
visitados em apenas 3 meses de mandato é obra mestra. Nem Sócrates (o
só cretino, não o outro) conseguiu tal façanha em quase 5 anos de
esforçadas tentativas.
Em cima desta esgotante actividade teve ainda
Vossa Excelência disposição e ânimo para promover uma reforma na
vetusta e anquilosada organização agora felizmente debaixo da sua
enérgica alçada. A febre fusionista que subitamente se apossou do
esclarecido espírito de Vossa Excelência, que num ápice juntou cultura
com desenvolvimento e bilateralismo com multilateralismo, é prenuncio
duma nova forma mais moderna de fazer politica externa, agora que
todos os esforços devem estar concentrados na promoção económica do
país das sardinhas assadas e do azeite de oliveira.
Tambem o anuncio do fecho de Embaixadas
inuteis para a chamada diplomacia económica foi resultado de apurada e
demorada reflexão que demonstra o elevado espírito de serviço que
preside às criteriosas decisões de Vossa Excelência. Para quê manter
representantes residentes em países de soberania limitada pela timidez
das respectivas performances, quando o que há é que reforçar os meios
existentes na promoção efectiva das nossas exportações nos países de
maior desafogo económico? A maldosa e vil insinuação de que o critério
a que preside a instalação de Embaixadas se baseia nas preferencias
dos respectivos ocupantes cai por terra face à corajosa medida de
fechar as missões junto da UNESCO e da OSCE, ocupadas respectivamente
por pupilos de Sócrates e de Barroso. Aguarda-se com redobrada
expectativa o que vai Vossa Excelência fazer com os actuais titulares
na REPER, em Washington, em Nova Dehli e na NATO, todos eles em
primeiro posto e antigos colaboradores íntimos e dedicados do anterior
governo. Certamente espalhar os seus patrioticos dotes diplomáticos
nas novas Embaixadas da diplomacia económica, concerteza.
Não posso deixar de saudar tambem, quer a
supressão da DGATE, ficção criada por Freitas para alojar uma sua
correlegionária, hoje felizmente já na reforma, como a instauração de
concursos para a ascenção à categoria de ministro plenipotenciário,
acabando assim com a promiscua possibilidade das promoções por mérito.
Medidas corajosas sem duvida e moralizadoras da profissão. Bem haja
Senhor Ministro.
Mais haveria a dizer sobre as audaciosas e
arrojadas reformas que Vossa Excelência está a introduzir no velho
convento das Necessidades, mas se me permite deixarei para uma outra
ocasião eventuais comentários que a minha velha cabeça me sugira.
De Vossa Excelência, com a maior
consideração e estima, apresenta os seus humildes cumprimentos,
O seu criado
ALBINO ZEFERINO (correspondente diplomático
aposentado)
19 nov 2011
Vossa Excelência pela extraordinária capacidade de fundista que tem
demonstrado na exigente tarefa de superintender na política externa
deste velho país intervencionado, onde a afirmação externa da
soberania é fundamental para a sobrevivencia deste jardim à beira-mar
plantado. Perguntarão os cépticos (eu diria mesmo os cínicos) para que
valerá tanto esforço quando é óbvio o desprezo que os outros países
(mesmo aqueles que antes fingiam dar-nos importancia) nos dedicam. Mas
para Vossa Excelência, imbuído do mais alto e desinteresado espírito
de missão, esta cínica pergunta não merece qualquer resposta. Direi
como Vossa Excelência, desprezo em cima dessa gente. 157 países
visitados em apenas 3 meses de mandato é obra mestra. Nem Sócrates (o
só cretino, não o outro) conseguiu tal façanha em quase 5 anos de
esforçadas tentativas.
Em cima desta esgotante actividade teve ainda
Vossa Excelência disposição e ânimo para promover uma reforma na
vetusta e anquilosada organização agora felizmente debaixo da sua
enérgica alçada. A febre fusionista que subitamente se apossou do
esclarecido espírito de Vossa Excelência, que num ápice juntou cultura
com desenvolvimento e bilateralismo com multilateralismo, é prenuncio
duma nova forma mais moderna de fazer politica externa, agora que
todos os esforços devem estar concentrados na promoção económica do
país das sardinhas assadas e do azeite de oliveira.
Tambem o anuncio do fecho de Embaixadas
inuteis para a chamada diplomacia económica foi resultado de apurada e
demorada reflexão que demonstra o elevado espírito de serviço que
preside às criteriosas decisões de Vossa Excelência. Para quê manter
representantes residentes em países de soberania limitada pela timidez
das respectivas performances, quando o que há é que reforçar os meios
existentes na promoção efectiva das nossas exportações nos países de
maior desafogo económico? A maldosa e vil insinuação de que o critério
a que preside a instalação de Embaixadas se baseia nas preferencias
dos respectivos ocupantes cai por terra face à corajosa medida de
fechar as missões junto da UNESCO e da OSCE, ocupadas respectivamente
por pupilos de Sócrates e de Barroso. Aguarda-se com redobrada
expectativa o que vai Vossa Excelência fazer com os actuais titulares
na REPER, em Washington, em Nova Dehli e na NATO, todos eles em
primeiro posto e antigos colaboradores íntimos e dedicados do anterior
governo. Certamente espalhar os seus patrioticos dotes diplomáticos
nas novas Embaixadas da diplomacia económica, concerteza.
Não posso deixar de saudar tambem, quer a
supressão da DGATE, ficção criada por Freitas para alojar uma sua
correlegionária, hoje felizmente já na reforma, como a instauração de
concursos para a ascenção à categoria de ministro plenipotenciário,
acabando assim com a promiscua possibilidade das promoções por mérito.
Medidas corajosas sem duvida e moralizadoras da profissão. Bem haja
Senhor Ministro.
Mais haveria a dizer sobre as audaciosas e
arrojadas reformas que Vossa Excelência está a introduzir no velho
convento das Necessidades, mas se me permite deixarei para uma outra
ocasião eventuais comentários que a minha velha cabeça me sugira.
De Vossa Excelência, com a maior
consideração e estima, apresenta os seus humildes cumprimentos,
O seu criado
ALBINO ZEFERINO (correspondente diplomático
aposentado)
19 nov 2011
terça-feira, 15 de novembro de 2011
A CRISE E O FUTURO DA EUROPA
Tentando olhar para além da crise, constata-se que a
oportunidade que ela está a proporcionar a esta Europa comunitária de
se integrar mais profundamente parece estar a tomar forma. Talvez não
da maneira harmónica que os actuais tratados consagram, mas de
qualquer modo obrigando a que os países membros se aglutinem numa nova
entidade cujos contornos ainda estão difusos. A meu ver, a velha
teoria dos circulos concentricos está a formar-se, com um país central
rodeado de outros que dele dependem e que por sua vez são centrais
relativamente a outros com os quais formam circulos mais pequenos que
funcionam dentro do grande circulo. Todos eles obedecerão às mesmas
regras, diferenciando-se apenas pela sua importancia relativa, que
sujeita os mais fracos aos interesses dos mais fortes. A regra da
subsidiaridade será a base desta construção, ou seja, as grandes
decisões (aplicáveis a todos, como por exemplo as regras orçamentais e
os grandes principios) serão tomadas pelos mais fortes, deixando as
decisões menos importantes (sobretudo aquelas que tenham impacto
meramente regional) para os mais fracos. Os muito fracos apenas
decidirão sobre assuntos do seu exclusivo interesse e sempre de modo a
que não se oponham às regras gerais.
A firme determinação do governo alemão de não deixar cair
os chamados países intervencionados em prol da defesa do euro é a
prova cabal de que a Alemanha se prepara para tomar firme as rédeas na
condução da Europa comunitária, sem tergiversações nem hesitações, que
a complexa ortodoxia dos tratados vigentes impõe. Para tal será
necessária uma revisão dos tratados, que terá que obedecer às regras
constitucionais e que por isso se revela de dificil execução. Contudo,
não se pense que as soberanias nacionais possam, como aconteceu até
agora, impedir por vontade popular o desenvolvimento desta acção. A
Alemanha encontrará forma de ultrapassar este obstáculo através de
pressões financeiras sobre os países recalcitrantes, como se viu com
as pressões que levaram às recentes substituições dos governos na
Grécia e na Itália, países liderados agora por tecnocratas obedientes
a Bruxelas. Em Portugal acontecerá o mesmo logo que o actual governo
dê mostras de desfalecimento na determinação em reformar o Estado.
Não se pense pois que será através da invocação de regras
constitucionais ou por meio de greves ou levantamentos corporativos
que se vai impedir a prossecução deste desiderato, que irá transformar
a Europa que hoje conhecemos num bloco coeso de países semi-soberanos
capaz de ombrear com os grandes blocos económicos que são os Estados
Unidos e a China com os seus respectivos satélites.
ALBINO
ZEFERINO 14/11/2011
oportunidade que ela está a proporcionar a esta Europa comunitária de
se integrar mais profundamente parece estar a tomar forma. Talvez não
da maneira harmónica que os actuais tratados consagram, mas de
qualquer modo obrigando a que os países membros se aglutinem numa nova
entidade cujos contornos ainda estão difusos. A meu ver, a velha
teoria dos circulos concentricos está a formar-se, com um país central
rodeado de outros que dele dependem e que por sua vez são centrais
relativamente a outros com os quais formam circulos mais pequenos que
funcionam dentro do grande circulo. Todos eles obedecerão às mesmas
regras, diferenciando-se apenas pela sua importancia relativa, que
sujeita os mais fracos aos interesses dos mais fortes. A regra da
subsidiaridade será a base desta construção, ou seja, as grandes
decisões (aplicáveis a todos, como por exemplo as regras orçamentais e
os grandes principios) serão tomadas pelos mais fortes, deixando as
decisões menos importantes (sobretudo aquelas que tenham impacto
meramente regional) para os mais fracos. Os muito fracos apenas
decidirão sobre assuntos do seu exclusivo interesse e sempre de modo a
que não se oponham às regras gerais.
A firme determinação do governo alemão de não deixar cair
os chamados países intervencionados em prol da defesa do euro é a
prova cabal de que a Alemanha se prepara para tomar firme as rédeas na
condução da Europa comunitária, sem tergiversações nem hesitações, que
a complexa ortodoxia dos tratados vigentes impõe. Para tal será
necessária uma revisão dos tratados, que terá que obedecer às regras
constitucionais e que por isso se revela de dificil execução. Contudo,
não se pense que as soberanias nacionais possam, como aconteceu até
agora, impedir por vontade popular o desenvolvimento desta acção. A
Alemanha encontrará forma de ultrapassar este obstáculo através de
pressões financeiras sobre os países recalcitrantes, como se viu com
as pressões que levaram às recentes substituições dos governos na
Grécia e na Itália, países liderados agora por tecnocratas obedientes
a Bruxelas. Em Portugal acontecerá o mesmo logo que o actual governo
dê mostras de desfalecimento na determinação em reformar o Estado.
Não se pense pois que será através da invocação de regras
constitucionais ou por meio de greves ou levantamentos corporativos
que se vai impedir a prossecução deste desiderato, que irá transformar
a Europa que hoje conhecemos num bloco coeso de países semi-soberanos
capaz de ombrear com os grandes blocos económicos que são os Estados
Unidos e a China com os seus respectivos satélites.
ALBINO
ZEFERINO 14/11/2011
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
O OVO NO RABO DA GALINHA
Decididamente o PS não aprendeu nada com as asneiras do
Sócrates. Continua a actuar contando com o ovo quando a galinha ainda
não o pôs. Foi assim que Sócrates nos desgraçou, atirando para mais
tarde e sem fazer contas as despesas que o Estado ía fazendo com obras
inuteis e prebendas aos amigos. Imagine-se que a grande ajuda que o PS
quer fazer ao Zé Povinho é retirar 900 milhões de euros ao esforço de
contração das despesas previstas no Orçamento do Estado para 2012,
pondo em perigo o défice contratualizado com a troika. Não é reduzindo
antecipadamente os esforços pedidos aos cidadãos que se vai conseguir
acertar as contas do Estado que o anterior governo do PS provocou. A
intenção de Seguro com esta proposta infantil é fazer crer às pessoass
que a intervenção do PS lhes devolveu um dos meses suplementares que
o actual governo propõe seja suprimida. Pura demagogia!
Em vez de propôr alternativas concretas e positivas às
medidas decididas pelo governo que tenham viabilidade económica, o PS
limita-se a dar palpites sobre as medidas apresentadas pelo governo,
num puro exercicio de negação, que mais não é do que incendiar os
espiritos confusos dos portugas num momento crucial para a nossa
salvação. Melhor faria se convencesse a UGT a desligar-se da politica
suicida levada a cabo pela Intersindical ao declarar greves sobre
greves que prejudicam e confundem os cidadãos e lhes dão pretextos
para na sua pobre ignorancia virem para a rua queixar-se da situação
em que os socialistas deixaram o país. Os sacrificios impostos aos
portugueses são devidos unica e exclusivamente às politicas
despesistas do anterior governo PS. A um PS renovado exigir-se-ia uma
postura de Estado conforme com politicas reformadoras da sociedade,
lançando ideias inovadoras para a reestruturação económica do Estado
que pudessem complementar o enorme esforço que está a ser feito pelo
governo na procura de soluções para fazer Portugal sair da crise. Não
é agitando as massas como faz o PC, aumentando perigosamente o risco
de confrontações populares nas ruas como se tem visto na Grécia, que o
PS cumpre com o seu dever de solidaridade nacional a que se obrigou ao
ter pedido ajuda internacional para Portugal.
ALBINO ZEFERINO 9//11/2011
Sócrates. Continua a actuar contando com o ovo quando a galinha ainda
não o pôs. Foi assim que Sócrates nos desgraçou, atirando para mais
tarde e sem fazer contas as despesas que o Estado ía fazendo com obras
inuteis e prebendas aos amigos. Imagine-se que a grande ajuda que o PS
quer fazer ao Zé Povinho é retirar 900 milhões de euros ao esforço de
contração das despesas previstas no Orçamento do Estado para 2012,
pondo em perigo o défice contratualizado com a troika. Não é reduzindo
antecipadamente os esforços pedidos aos cidadãos que se vai conseguir
acertar as contas do Estado que o anterior governo do PS provocou. A
intenção de Seguro com esta proposta infantil é fazer crer às pessoass
que a intervenção do PS lhes devolveu um dos meses suplementares que
o actual governo propõe seja suprimida. Pura demagogia!
Em vez de propôr alternativas concretas e positivas às
medidas decididas pelo governo que tenham viabilidade económica, o PS
limita-se a dar palpites sobre as medidas apresentadas pelo governo,
num puro exercicio de negação, que mais não é do que incendiar os
espiritos confusos dos portugas num momento crucial para a nossa
salvação. Melhor faria se convencesse a UGT a desligar-se da politica
suicida levada a cabo pela Intersindical ao declarar greves sobre
greves que prejudicam e confundem os cidadãos e lhes dão pretextos
para na sua pobre ignorancia virem para a rua queixar-se da situação
em que os socialistas deixaram o país. Os sacrificios impostos aos
portugueses são devidos unica e exclusivamente às politicas
despesistas do anterior governo PS. A um PS renovado exigir-se-ia uma
postura de Estado conforme com politicas reformadoras da sociedade,
lançando ideias inovadoras para a reestruturação económica do Estado
que pudessem complementar o enorme esforço que está a ser feito pelo
governo na procura de soluções para fazer Portugal sair da crise. Não
é agitando as massas como faz o PC, aumentando perigosamente o risco
de confrontações populares nas ruas como se tem visto na Grécia, que o
PS cumpre com o seu dever de solidaridade nacional a que se obrigou ao
ter pedido ajuda internacional para Portugal.
ALBINO ZEFERINO 9//11/2011
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
A TRAGÉDIA GREGA
Decididamente os nossos amigos gregos não páram de nos
surpreender. Afinal o anuncio de que haveria referendo na Grécia sobre
a saida grega do euro e subsequentemente da Europa Unida (será assim
tanto?) pelo premier helénico socialista era truque. O que o gajo
queria era pôr a direita em sentido. Uma espécie de marosca à
Sócrates. Mas que deu cabo da cabeça à Merkel e aos amigos dela do G20
deu. E teve outro mérito ainda. Mostrar ao resto da malta que isto dos
défices excessivos não é só mania alemã. Os 2% que a Grécia vale na UE
(mais o 1% portugues) eram capazes de fazer alguma moça no delicado
equilibrio que a aventura do euro representa. A inédita saída de um
país da zona euro (sobretudo em consequencia de um referendo popular)
poderia ser fatal para as ambições comunitárias de integrar todo um
continente (ainda por cima velho e cheio de vícios) numa mesma zona
economico-financeira e politico-social, sob a batuta alemã.
Regressámos pois à vaca fria, mas de olho mais aberto graças aos xuxas
gregos. O susto foi tal que nem Berlusconi se safou. A Itália vai
ficar sob vigilância até que os italianos decidam correr com o homem.
Quanto à questão propriamente dita dos défices excessivos, nada de
novo na frente Oeste (como dizia Erich Maria Remarque no seu
oscarizado romance). Os fogos vão sendo apagados de cada vez que
reacendam, sem que se faça uma limpeza geral nas matas. E ainda por
cima à custa dos desgraçados que ficaram queimados. A vida é assim e
não como alguns queriam que fosse. Já o fugitivo Guterres dizia o
mesmo.
Os mais optimistas têm esperança porém que este incidente
possa forçar à adopção de novas e mais veementes tácticas para tentar
estancar esta fuga para o precipicio em que a questão dos defices
excessivos se tornou. Libertar a acção do BCE para que este possa ir
injectando dinheiro nos países faltosos à medida que seja necessário
(como antes fazia o BdP relativamente às empresas em dificuldades);
forçar os investidores privados a aceitar as perdas derivadas da crise
e não apenas os contribuintes e finalmente avançar para um estádio de
integração europeia mais aprofundado. 2012 poderá ser o ano do tudo ou
nada. Ou se avança para uma verdadeira união ou deixamos que o castelo
de cartas em que a UE se transformou se desmorone. Do berço da
democracia pode vir a ultima lição europeia.
ALBINO
ZEFERINO 6/11/2011
surpreender. Afinal o anuncio de que haveria referendo na Grécia sobre
a saida grega do euro e subsequentemente da Europa Unida (será assim
tanto?) pelo premier helénico socialista era truque. O que o gajo
queria era pôr a direita em sentido. Uma espécie de marosca à
Sócrates. Mas que deu cabo da cabeça à Merkel e aos amigos dela do G20
deu. E teve outro mérito ainda. Mostrar ao resto da malta que isto dos
défices excessivos não é só mania alemã. Os 2% que a Grécia vale na UE
(mais o 1% portugues) eram capazes de fazer alguma moça no delicado
equilibrio que a aventura do euro representa. A inédita saída de um
país da zona euro (sobretudo em consequencia de um referendo popular)
poderia ser fatal para as ambições comunitárias de integrar todo um
continente (ainda por cima velho e cheio de vícios) numa mesma zona
economico-financeira e politico-social, sob a batuta alemã.
Regressámos pois à vaca fria, mas de olho mais aberto graças aos xuxas
gregos. O susto foi tal que nem Berlusconi se safou. A Itália vai
ficar sob vigilância até que os italianos decidam correr com o homem.
Quanto à questão propriamente dita dos défices excessivos, nada de
novo na frente Oeste (como dizia Erich Maria Remarque no seu
oscarizado romance). Os fogos vão sendo apagados de cada vez que
reacendam, sem que se faça uma limpeza geral nas matas. E ainda por
cima à custa dos desgraçados que ficaram queimados. A vida é assim e
não como alguns queriam que fosse. Já o fugitivo Guterres dizia o
mesmo.
Os mais optimistas têm esperança porém que este incidente
possa forçar à adopção de novas e mais veementes tácticas para tentar
estancar esta fuga para o precipicio em que a questão dos defices
excessivos se tornou. Libertar a acção do BCE para que este possa ir
injectando dinheiro nos países faltosos à medida que seja necessário
(como antes fazia o BdP relativamente às empresas em dificuldades);
forçar os investidores privados a aceitar as perdas derivadas da crise
e não apenas os contribuintes e finalmente avançar para um estádio de
integração europeia mais aprofundado. 2012 poderá ser o ano do tudo ou
nada. Ou se avança para uma verdadeira união ou deixamos que o castelo
de cartas em que a UE se transformou se desmorone. Do berço da
democracia pode vir a ultima lição europeia.
ALBINO
ZEFERINO 6/11/2011
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