2012 será definitivamente um ano decisivo para a
salvação de Portugal como nós o conhecemos desde há 900 anos. O
desmantelamento do famoso Estado social saído do PREC de 1974 com a
estrutura marxista que lhe foi imprimida por Cunhal y sus muchachos
com a cobarde abstenção de Soares e dos seus amiguetes socialistas
será o desafio que o governo Passos-Portas tem pela frente este ano
que agora começou. Espartilhado pelo MOU da troika (mas que lhe serve
de desculpa) o governo portugues vai ter uma tarefa muito dificil pela
frente se quizer efectivamente deixar obra feita. Será um pouco como
fazer omoletes sem ovos. Explico-me. Sob um pano de fundo democrático
assente numa Constituição de base marxista, o governo vai ter que
reformar pacificamente (isto é, sem reacções populares violentas) um
regime que fomenta a subsidiodependencia nacional como forma de vida
dos seus cidadãos para melhor os enquadrar politicamente. O sistema já
vem de Salazar, apenas sofreu uma viragem ideológica em 1974.
A isto soma-se o ambiente recessivo da economia
portuguesa que, se por um lado serve de pretexto para a adopção de
medidas reformistas (que de outro modo suscitariam uma imediata
reacção popular) aceites resignadamente por uma população pouco
esclarecida , por outro fomenta um desemprego crescente fruto da
dispensa de trabalhadores excedentários criando bolsas de pobres cada
vez mais carenciados que têm que ser apoiados pelo Estado. É este o
paradoxo que o governo da troika (como já é conhecido) tem que
enfrentar com a coragem do forcado e a determinação do obstinado.
O risco que o governo corre é compartilhado por
nós todos, saudosistas do PREC incluidos. Se não conseguirmos atingir
as metas que nos foram impostas na sequência do nosso pedido de ajuda
internacional (por falta de apoio popular ou por cedencia
governamental aos numerosos lobis instalados) o destino de Portugal
será negro. Não valerá a pena deitarmo-nos a adivinhar o nosso futuro
ou a esconder a cabeça na areia tentando ignorá-lo. Basta olhar para o
que está a acontecer à Grécia. Nisso tivemos sorte com a desgraça
alheia.
O governo já percebeu que é mais importante
endireitar as finanças do que fazer andar a economia. Uma vez saneadas
as contas, os amigos europeus acorrerão como o têm feito desde há 30
anos. Mas para isso não devemos hostilizá-los como os gregos têm
feito. Beware the propellors como dizem os marinheiros, sempre
avisados contra as intempéries.
Não há alternativa a Passos. Ou consegue superar
o desafio e é o maior por muitos e bons anos. Ou cai e não haverá
outro para tentar fazer o que ele não terá conseguido. Nessa altura
sofreremos na pele as consequencias dos disparates cometidos durante o
nosso passado recente e já não teremos sequer oportunidade para
responsabilizar ninguem pelo que nos acontecerá. Todos seremos
responsáveis. Os nossos filhos nos julgarão. E não serão meigos,
asseguro-lhes. A geração à rasca já hoje tem muitos ressentimentos
pelo que tem sofrido. Não sejamos masoquistas.
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