segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O QUE NOS VAI TRAZER O NOVO ANO

Não vai ser ainda em 2012 que Portugal sairá da 
recessão provocada pela grave crise da dívida que surgiu na sequencia 
da crise financeira internacional de 2008. País pequeno, pouco 
produtivo e com uma economia muito aberta ao exterior, Portugal 
precisa no próximo ano de se reesturturar para poder vencer esta crise 
que consome os poucos recursos de que ainda dispõe e iniciar o ciclo 
da recuperação de que necessita. A reesturturação será formalmente 
económica mas com consequencias sociais, juridicas e até políticas de 
monta. O Estado terá que reduzir a sua participação em áreas onde por 
natureza a concorrencia com o sector privado prejudica o normal 
desenvolvimento produtivo nacional. Áreas cuja actividade se traduz no 
desenvolvimento económico nacional deverão ficar entregues ao sector 
privado, naturalmente mais apto para a procura do lucro. Ao Estado 
caberá o importante papel regulador dessas actividades, de forma a 
evitar excessos e concentrações preversas de capital que poderão 
afectar a sustentação harmoniosa do desenvolvimento económico 
nacional. Empresas publicas não fazem sentido no tecido económico 
nacional, antes prejudicando o seu normal desenvolvimento. Atente-se 
por exemplo no sector dos transportes ou no da energia, onde a 
detenção de capital estadual subverte a sua finalidade, que é a 
maximização da respectiva produção em prol de um melhor e mais 
eficiente serviço publico. 
Haverá assim que esperar a consagração de leis 
laborais mais flexiveis que permitam uma gestão dos recursos humanos 
mais fácil e mais barata. Tambem o excessivo apoio ao desemprego 
deverá ser limitado, bem como as reformas a sustentar pelo Estado. Os 
apoios sociais terão que ser igualmente racionalizados de forma a que 
só os verdadeiramente carenciados deles beneficiem e com um horizonte 
temporal. 
O Estado terá que emagrecer tanto no numero dos 
seus funcionários (sejam eles nacionais, regionais ou autárquicos) 
como nas empresas que detém (sejam elas nacionais, regionais ou 
autárquicas). As empresas e respectivos funcionários dependentes do 
Estado só excepcionalmente deverão subsistir. A maioria deverá ser 
privatizada ou extinta. É de prever entre outras a privatização da 
REN, da Galp, da CP, da ANA, da TAP, dos CTT e da RTP. A maioria das 
empresas autárquicas deverá tambem ser extinta passando as suas 
atribuições para as autarquias, que para isso existem. 
A reordenação do território nacional com a fusão 
e a supressão de autarquias em função da sua utilidade para os 
cidadãos, a racionalização da rede urbana de transportes reduzindo o 
excesso de oferta e a publicação de leis que dêm mais poderes à 
Autoridade da Concorrencia, serão sectores que necessariamente serão 
abordados pelo governo no próximo ano. 
Finalmente a tão esperada reforma da Justiça, 
marco fundamental para o desenvolvimento do país, no sentido da 
desburocratização excessiva dos procedimentos judiciais para que o 
Estado possa administrar a justiça rapida e eficientemente, fará 
certamente parte das intenções governativas para 2012. 
Fazer tudo isto num só ano e ainda por cima em 
clima de recessão é obra temerária. Teremos que ajudar o governo 
nestas ciclópicas tarefas se quisermos salvar Portugal, mudando as 
nossas mentalidades e o nosso modo de vida naturalmente desleixado e 
dependente. Deixemo-nos de críticas destrutivas e de acções 
obstrutivas que só nos diminuem aos olhos daqueles que nos querem 
ajudar. Afastemos os fantasmas do passado e olhemos para o futuro com 
esperança e determinação. Só assim poderemos ter um novo ano que nos 
traga prosperidade. 

ALBINO ZEFERINO 30/12/2011 

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